quarta-feira, 2 de novembro de 2016

OS SALÁRIOS MILIONÁRIOS DA CGD






Não me oponho às boas remunerações para quem tem a responsabilidade de gerir uma empresa ou instituição. Oponho-me veemente, sim,  à especulação de salários milionários justificados com competência em bancos sobretudo quando são do Estado. Porque a “matéria prima” destas empresas são os depósitos de poupanças de 1 vida de trabalho. E isso faz toda a diferença. Quando não há limites, a ganância toma o lugar da competência. Trabalha-se mais para enriquecer rapidamente e sem esforço, do que olhar pelo negócio, sem temer a sua falência.

Se competência acompanhasse estes gestores milionários, nunca o mundo financeiro teria colapsado. Nunca teria sido necessário 1 intervenção dos Estados, fosse ONDE FOSSE. A realidade todos a sabemos. Por cá,  BES, BPN, BPP, BANIF, eclipsaram. Puff! Foi por falta remuneração adequada?

Vão-se buscar supostamente os“melhores” para “darem” mais dinheiro do que emprestaram, a amigos e familiares de amigos; a políticos e amigos e familiares de políticos; a amigos e família de empresários, sem garantias e sem exigir o retorno. Para aldrabar contabilidades e fugir aos impostos. Para desviar para offshores os lucros. Para criar bolhas especulativas sobre activos. Para enganar o Banco de Portugal na supervisão. Para “manietar” políticos. E depois, se tudo correr mal, a culpa é sempre da conjuntura mundial. E  o Estado (quase sempre com dinheiro dos contribuintes), sem questionar, sem responsabilizar, está lá, sempre, para resolver…
     
O que um banco público precisa é de 1 gestor brilhante acabadinho de formar na universidade com 20 valores, sem vícios, sem ligações a políticos, cheio de vontade de trabalhar e crescer, a quem lhe prometem 1 salário à altura das exigências, sem especulação, com prémios por objectivos. Alguém devidamente assessorado por trabalhadores com carreira na actividade bancária. Alguém que entra sem finalidade de proteger quem lá esteve a gerir. Alguém profundamente idóneo. Alguém capaz de perseguir até à exaustão os devedores milionários que se passeiam impunes nos seus bólides, antes de fazer 1 único despedimento. Capaz de fazer acelerar a justiça em nome do interesse nacional, para reaver cada cêntimo “roubado” à instituição.

 A CGD não precisa de um presidente que custa 1 100€ por dia. Nem dum staff que vai retirar ao erário público mais de 3 milhões por ano. Porque se assim fosse, nenhuma empresa privada existente neste país seria competitiva e lucrativa.

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