terça-feira, 28 de março de 2017

O Fim do Mundo em Cuecas

Foi o fim do mundo em cuecas esta semana por causa de uma frase, completamente descontextualizada  (claramente propositado) e depois manipulada, alegando ser do socialista holandês, Dijsselbloem. Ora, nossa querida CS escreveu que o Presidente do Eurogrupo terá dito que ” os países do sul gastavam o dinheiro todo em álcool e mulheres.” Porém a frase foi precisamente esta:  “Na crise do euro os países do Norte mostraram solidariedade para com os países do Sul. Como social-democrata, a solidariedade é para mim extremamente importante. Mas quem a pede, tem também deveres. Não posso gastar o meu dinheiro todo em álcool e mulheres e depois disso ir pedir a vossa ajuda. Este princípio vale para o nível pessoal, local, nacional e também europeu”. Dijsselbloem AFINAL falou na 1ª pessoa, dando-se como exemplo. Porquê então toda esta indignação?
Este episódio lembra-me uma anedota que era assim: Virou-se um indivíduo para outro: “Olá bom dia!” O outro, pensativo ao fim de uns segundos, responde: “Bom dia?!!  Ora bom dia significa sol. O sol faz crescer a erva. A erva é comida pelas vacas… Ó carago! Você chamou-me de boi!!!!” É estúpido, não é? Mas foi assim o raciocínio destes últimos dias…
Ora, não faltou quem visse nestas declarações claramente fabricadas, insultos, falta de delicadeza, falta de diplomacia, falta de ética e por aí fora. Desculpem mas realmente é caso para ficar-se parvo a ouvir tanta gente com formação académica acima da média a deturpar  uma metáfora transformando-a numa tempestade dentro de um tampinha de água. Francamente! Eu sei bem que levar com um banho de realidade sobretudo vinda de um socialista, dói e que para o  governo das esquerdas foi traição. Mas há limites. O bom senso mandaria que se olhasse como deve ser para um comentário que nada mais é do que um aviso à governação daqueles que andaram a receber largos milhões de euros da UE e que em vez de os bem gerir , estoirou literalmente em coisas fúteis e benefícios próprios colocando seus países em situação de pré-bancarrota. E se fossemos gente séria, em vez de arrancar cabelos faríamos mea-culpa e aceitaríamos os factos com humildade. Fica bem e os credores louvariam tal acto.
Mas não. Sai uma ameaça aqui, mais a exigência de uma demissão acolá e um voto de repúdio a acompanhar, como se fossem virgens ofendidas imaculadas. A sério? Um governo composto por gente que compara as negociações a uma feira de gado, que manda apanhar pokemons, que se caga para o segredo de justiça, que atribui disfuncionalidade temporária cognitiva à oposição, que é mal educado no parlamento, tem alguma legitimidade para se pronunciar e pedir demissão seja contra quem for?
Acontece que aquela metáfora, goste-se ou não, assenta que nem uma luva, em terras portuguesas. Não pelo seu povo, o único que trabalha  arduamente qual “campo de trabalho forçado”, para pagar as contas quase perpétuas dos desvarios governamentais, mas sim, nos políticos que fizeram a farra toda sem pedir licença a ninguém. E foram muitos com muitos mil milhões.. Foi a festa do parque escolar, foi a festa dos aeroportos e dos TGV, da festa das autoestradas vazias, festa das rotundas, festa das formações fictícias, festa dos dinheiros a fundo perdido aplicados em porsches e casas de férias e offshores, a festa das obras megalómanas, a festa dos empréstimos milionários sem garantias, a festa dos aumentos salariais, pensões e regalias públicas.
Na minha opinião Dijsselbloem pecou apenas por ser pouco preciso e não ter dito gastar dinheiro em “fotocópias, garrafas de vinho em envelopes com fita cola” ou “Metro do Mondego que paga striptease, vinho, perfumes e festas“. Aí sim, já ninguém se revoltaria e não haveria erros de percepção mútuo.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Offshores e Gestão Privada na CGD?

Se a hipocrisia matasse em Portugal, muitos políticos da ala esquerda cairiam fulminados com as recentes declarações sobre a Caixa. Dizia BE que recapitalização da CGD permitia que o banco continuasse público e por isso sentia-se confortável com issoCosta também garantia que o banco continuaria público após a operação. E Jerónimo, para não destoar, rezava pela mesma cartilha. Mas,” hélas! ” , não temos governo com palavra porque a palavra não serve para honrar mas sim, enganar. E aí com o maior desplante inimaginável, assistimos à privatização camuflada no… Luxemburgo! Querem melhor sítio para dissimular impostos enquanto se vende dívida perpétua a privados institucionais num total de 930 milhões? Vem agora a CGD dizer que esses boatos são infundados. Serão mesmo? Permitam-me que duvide.  Também assim  diziam quanto ao fecho de balcões e despedimentos… ou na TAP que dizem ser pública mas quem manda nela são os privados. O tempo dirá…
Claro que isto, sem ser dito assim, preto no branco, passa despercebido do cidadão comum. Até porque, como estou farta de o denunciar aqui, a comunicação social está muito bem “domesticada” e nunca divulgará alto e bom som estas notícias. Veja-se a SIC NOTÍCIAS que ainda há pouco falava da “privatização” 1 notícia online que misteriosamente desaparece (http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/cgd/2017-03-16-Investidores-privados-podem-tornar-se-acionistas-do-banco-do-Estado. Assim como nunca dirá com as letras todas que estamos perante uma fuga ao pagamento em Portugal de impostos e despesas de colocação onde serão ainda utilizadas 2 participadas nas Ilhas Caimão que farão passar largos milhões por essas offshores nos próximos meses e por isso milhares de impostos ficarão por pagar aqui em terras lusas. Sem o  controlo da CMVM. Muito “pouco estranho ” neste país de “sovietes”. Claro.
Ah! Mas calma que as mentiras não se ficam por aqui. Porque ainda há os ditos despedimentos que não iam despedir, os balcões a fechar que não vão fechar porque Catarina não deixa (???), o fim dos tectos salariais dos administradores do banco público que ninguém aprovou, ou seja, isto não é o que parece. Parece uma gestão PRIVADA de um banco PÚBLICO mas é mero erro de percepção mútua. Nada disto JÁ ESTÁ APROVADO EM BRUXELAS por Domingues para que fosse aceite a recapitalização pela UE. Nadinha.
Porém, a verdade é irrefutável.  E a verdade por muito que custe admitir é que um inédito governo de maioria parlamentar de derrotados, com BE,PCP e PS, está a permitir uma gestão PRIVADA num banco público, algo que abominaram sempre que foram oposição e já no governo, com a maior lata possível.
Assim, ficamos a saber que à geringonça interessa que o Banco Público continue na esfera do Estado para que permaneça oculta a roubalheira aos contribuintes, permita a continuação desse “exercício profissional da roubalheira” para proteger “o sistema” e puderem mandar a respectiva factura, sempre que fizer falta ao desgraçado do contribuinte que não é tido nem achado na hora de exigir responsabilidades.
É por isto que não querem deixar cair a designação”público”. Porque no dia em que isso acontecer, acabam as “gamelas” pagas pelo cidadão. Só isso.
Porque de resto será em tudo um banco privado menos na hora de pagar “contas”.

SÓCRATES TEM PRESSA? AZAR!

Sócrates, o “injustiçado” e seus advogados estão indignados com Joana Marques Vidal por ter alargado e bem, os prazos de acusação.  Estão com muita urgência de ver o Processo Marquês arquivado “convictos” que conseguirão provar que  isto não passa de uma cabala para impedir Sócrates de regressar à vida política. De facto, as ligações  do ex-ministro ao FreeportMonte BrancoFace OcultaCGDPT, OI, VIVOBESMarquês Lula, não passam de mera diversão mediática de juízes  sem nada mais para fazer, senão linchar políticos e amigos de políticos. Está de caras. Não?
Ora, o curioso disto tudo é a cobertura jornalística  de apoio dissimulado, às vezes descarado, que é dado ao ex-ministro que ele sabiamente usa e abusa para aparecer a toda à hora, de forma compulsiva, e arrogante em tudo quanto é noticiário,  entrevistas e comentários, a insultar os magistrados que o investigam, quando deveriam manter as devidas distâncias e com isenção. Afinal, quer queiram quer não, trata-se de assunto delicado e extremamente lesivo para o Estado. E se há queixas de Sócrates quanto à acusação na praça pública, deveria haver quem se indigne pela lavagem de imagem autorizada pelos canais de TV, rádios e jornais, feita pelos jornalistas para  o absolver … na praça. Não?
Mas a verdade é que este político não agiu sozinho. E por muito poder que tivesse (e tinha) era necessário comprar muitos cúmplices para que fosse possível gigantesco processo de corrupção. São muitos aqueles que temem o destino de Sócrates porque dele dependem também. E esse é o maior problema caso venha a ser condenado. A descobrir-se TODA a verdade quantos serão arrastados nesta maré? E quem? Só assim se justifica a propaganda pró-defesa paga pelo sistema.
E daí a pressa. Pressionar a PGR atrapalhando a normal investigação fazendo muito ruído sobre pressupostas ilegalidades e entreter o MP com 30 recursos, é muito conveniente. Porque a pressa deixaria cair uns quantos processos por falta de conclusões numa investigação que, sabemos já vai longe. Mas se vai longe é porque já não é um polvo há muito tempo, mas sim um cancro com metástases espalhadas por vários “orgãos”. Uma leucemia agressiva que tomou conta do país enquanto Sócrates governava.
Felizmente para nós, parece que desta vez (a ver se não desilude), temos uma PGR decidida a tratar este assunto como ele merece ser tratado, de forma implacável, doa a quem doer. E vendo o aumento de ligações perigosas, Joana Marques Vidal não hesitou em prolongar por tempo indeterminado, os prazos. E quero acreditar que será assim até à conclusão destes processos.
Porque num país onde o cidadão comum, por atrasar ou não pagar um mero imposto, mesmo que “insignificante”, comparativamente,  é levado a um juiz e pode ser condenado criminalmente, com penas não inferiores a 3 anos , jamais pode admitir que quem lesa o erário público em largos mil milhões de euros não veja o sol amanhecer aos quadrados. Por muito tempo. E Sócrates,  juntamente com todos os que o ajudaram, a confirmar-se as suspeitas,  não podem ser excepção.
Estão com pressa? Azar. Os interesses do  país estão primeiro.

domingo, 19 de março de 2017

Só Pode Ser da Primavera

A explicação só pode estar na aproximação da Primavera onde os passarinhos cantam, as flores florescem, as paixões nascem para se entender esta euforia à volta do défice de 2,1% (Sócrates conseguiu 2,6% antes de falir) e das melhorias económico-financeiras que ninguém vê nem sente e muito menos aplaude, a não ser claro o nosso Governo com o devido colinho do Presidente da República.  Costa diz que contra factos não há argumentos; Marcelo fala em preconceito dos investidores com governo BE e PCP; Centeno lamenta-se da injustiça dos mercados que não entendem todo este esforço à volta do incrível défice. Realmente estar apaixonado é outro nível.  Cega.
Eu devia fazer o mesmo, pegar numa prancha e surfar nas ondas das estatísticas e quem sabe não apanho uma onda boa tipo canhão da Nazaré e me deixe levar nesse optimismo deslumbrante… Mas tenho esta mania de achar que 1 e 1 são 2 e talvez por ter sido divorciada e saber que quando 1 e 1 podem ser 3 ou 4 é porque algo vai muito mal, não sou fácil de enganar.
Ora já sabemos que a Primavera pode ser  sempre que um homem quiser. Basta ir comprar flores às estufas e espalhá-las pela casa, ou pôr passarinhos a procriar in vitro e colocá-los depois numa gaiola na cozinha à espera que cantem. Sim. As coisas não têm necessariamente de ser. Basta parecer. E assim se engana a malta mais um poucochinho até ao estoiro. Sim, martelar a matemática é possível. E quando estourar? Bom, aí é só dizer que a culpa é dos outros e está feito!
Porque de facto a realidade vai tomar conta do cenário primaveril e aplicar a vacina contra a paixonite aguda que cega os incautos. Não tenhamos qualquer dúvida: a dívida que ao contrário do défice, este governo aumentou consideravelmente, está a afastar os investidores. E sem criação de riqueza, Portugal não cresce o suficiente para suprir suas necessidades. Ora, num cenário onde se perpetua a continuidade de gastos superiores à riqueza produzida, ninguém arrisca em colocar 1 cêntimo. Os investidores não são parvos, meus senhores. Sabem muito bem que um governo incapaz de cortar despesa irá forçosamente aumentar mais ainda os impostos, já por si os mais elevados da OCDE, para segurar o país. Ora quem é o burro que vai investir e trabalhar para aquecer?
E isto não é só. É preciso urgentemente proceder à reforma do Estado porque sem um Estado com contas equilibradas, é difícil que haja investimento. A desconfiança será  sempre elevada  porque ninguém acreditará que um Estado em falência técnica não venha a assaltar os contribuintes privados para garantir sua sobrevivência. Tão simples quanto isto.

terça-feira, 14 de março de 2017

Os Donos Disto Tudo

Em 2008 um terramoto financeiro abalava o Mundo: o intocável e respeitado coordenador-chefe da NASDAQ Bernie Madoff,  era acusado de mega fraude num esquema Ponzie. De ascendência judia, este talentoso corretor, percebendo a volatilidade dos mercados bolsistas, idealizou um esquema onde só haveriam ganhos sem riscos, prometendo 10% de retorno a quem investisse num Fundo de entrada limitada e exclusiva. As fortunas recebidas iam directamente para a conta pessoal de Madoff sem nunca passar pela Bolsa. Para manter as aparências construiu um escritório para servir de fachada. Noutro, escondido, funcionava o cérebro das operações fictícias em bolsa, com software para falsificar toda a documentação. Por se tratar de supostos “investimentos em Fundos de Alto Risco”, muito pouco regulamentados nos EUA, foi poupado pelo SEC – Security Exchange Comission, e andou décadas sem ser descoberto.  E mesmo quando foi fiscalizado, esqueceram-se de verificar sua inscrição no mercado bolsista. Apenas lapso? Só mesmo a queda de Wall Street com a falência dos Bancos americanos pôs fim ao embuste. Mistério… ou talvez não.
Por cá Ricardo Salgado, o nosso “Madoff”, num esquema também de fraude, enganava clientes de aplicações em depósitos a prazo, transformando-os mais tarde, sem seu conhecimento, em aplicações de fundos no  GES. Esse dinheiro serviria para financiar as empresas do grupo completamente falidas que eram usadas para lavagem de dinheiro. Bilhões em depósitos que o dono do BES usava como seus. Quando PPC e BdP precipitaram a queda do império Espírito Santo,  o embuste ficou à vista e nasceram os lesados deste banqueiro.
Mas se Bernie Madoff viu em consequência, seus bens totalmente arrestados e  vendidos, foi imediatamente preso e julgado, num ano, com uma pena de 150 anos de cadeia, o “nosso” anda aí livre como um pássaro sem grande mossa. E se há culpados, BE, PCP e PS dizem que estão no anterior executivo, ou no BdP, enquanto ou com palavras ou silêncios, estes mesmos políticos “desculpabilizam” Salgado.  E duvido que venha a ter o mesmo fim.
Porque, por cá ele não é o único Dono Disto Tudo. Foi um apenas mais um  dos DDT.  Quem nos governa, tal como Salgado, segue a mesma cartilha de apropriação do controlo absoluto do poder. Fomenta um Estado totalitário que desvia do seu caminho qualquer organismo que possa reduzir esse mesmo poder. Daí já se falar em criar um órgão de supervisão à supervisão do BdP e a redução de poderes do CFP. É a politização em curso de instituições que primam pela sua independência mas que chocam com os interesses instalados. E o Estado apesar de ser de todos os cidadãos, de nos dever transparência,  julgam-no só deles. Daí que os Donos Disto Tudo se ajudem e se sirvam uns aos outros.
Por isso, a menos que sejam forçados pelo poder judicial, jamais quererão aprofundar os dossiês da CGD e BES por estarem intimamente ligados em corrupção e tráfico de influências. Por o PS ser desde a sua fundação, financiado pelo BES. E se já foi chão que deu uvas com “as Marianas” a brilhar, hoje é um banquete de sapos vivos engolidos à força para proteger o principal DDT privado  ligado aos DTT público. No fundo são  favores em cadeia que têm de ser protegidos, escondidos do povo, porque se forem um dia revelados provocarão um terramoto político profundamente destruidor. E eles sabem-no.
Assim, resta-nos a nós lesados do Estado, não deixar morrer este assunto do banco estatal. Servir-nos da Constitucionalidade do direito ás SMS, e-mails e transparência no sector público para evocar, unidos, o dever a quem nos governa de informação sobre os 5 mil milhões de capitalização, sobre  lista dos maiores devedores, sobre os responsáveis pelas imparidades da CGD. E pressionar, pressionar, pressionar…
Porque deixar morrer o caso CGD é dar poder e permitir que os  DDT  nos façam  reféns para o resto da vida.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Eles Já Não Enganam Ninguém

Depois da Galpgate e Caixagate, o caso da FCSH com aquela meia dúzia de putos selvagens do BE a impedir a liberdade de expressão, é só mais um no universo da geringonça. Já percebemos que faz parte. Está-lhes no ADN. Democracia e liberdade, é quando eles querem porque eles é que mandam. Mesmo que esse poder tenha sido descaradamente roubado aos eleitores portugueses em Outubro de 2015. Eles mandam e mais nada. Porque são esquerda e à esquerda tudo se permite e tudo se perdoa.  Por acaso estes "democratas" alguma vez mandaram calar Sócrates? Claro que não.Miguel Tiago e Eurico Brilhante também não perderam tempo assim que as vozes contraditórias se elevaram: o primeiro mandou aviso à Teodora Cardoso para ter cuidadinho porque o milagre era ela ter salário e ainda ocupar a presidência do CFP. O outro deixou claro que era preciso rever o modelo  da UTAO. Pelo meio, o BE e PCP deixam o aviso que é preciso acabar com este organismo independente que não lhes serve os interesses!
Costa que lidera este bando, não fica atrás.  Usa agora o Parlamento para mostrar ao país quem manda em quem. Por isso, os que  não aceitam suas teorias cor de rosa sobre a nação próspera em crescimento com os melhores indicadores económicos e financeiros em 40 décadas, é trucidado com uma raiva visceral, quase insana, numa tentativa desesperada de bullying político para silenciar rapidamente os opositores. Porque quem ousa desafiar o “Rei”, tem sempre que estar à espera da masmorra. A mensagem é clara: “Não me desafiem que eu passo-me!” Ferro, o Presidente da Assembleia já tinha avisado: "… temos de nos habituar às novas regras...”
Ora, quem assim age demonstra fraqueza. Demonstra incapacidade de lidar com o adversário. Sem o admitir, sente que ele  é mais forte porque tem argumentação válida. Sabe que a razão está do outro lado mas combate-a, construindo “muros” à liberdade, e ainda, elevando a voz e baixando o nível para intimidar e ridicularizar o adversário nem que para isso tenha de inventar…
E inventaram… Foram buscar uma notícia antiga sobre  offshores, aquela palavra maldita que assim que o povo menos instruído a ouve, logo assimila a roubalheira escandalosa dos patrões para as delícias das meninas do BE que recuperaram logo a voz. Mas descuidaram-se e tombou-lhes a mentira na cabeça: afinal 90% das offshores eram da responsabilidade do PS e nenhuma sem fuga de impostos. Que chatice.
Mas vai funcionando... porque temos um povo iletrado que não entende as manobras políticas deste trio, porque temos uma CS vendida aos interesses instalados, porque temos um PR preocupado em “aparecer” para manter audiências, porque temos uma maioria ainda silenciosa, porque temos uma oposição pouco agressiva.
Mas já não enganam ninguém. Estão mais nus que a própria nudez. E caminham em direcção à colisão contra a única frente que lhes faz ferozmente oposição e há-de derrubá-los: A VERDADE.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Quem Manda no Banco de Portugal?


O país anda em alvoroço com uma reportagem da SIC “Assalto ao Castelo”. E não é para menos. Agora as suspeitas confirmam-se: desde 2009 que havia indícios que BES estava falido. Em relatório entregue pelo BPI, Banco de Portugal tomaria conhecimento do facto. Mas o que é que isto tem de novo? Nada. Em 2010, Vítor Constâncio, então Governador do Banco de Portugal, protagonizava  falhas na supervisão no BPN, BCP, e BPP que custaram aos contribuintes só 9 500 milhões de euros!! Foi substituído? Não. Este brilhante Governador viu seus méritos compensados ao ser nomeado vice-presidente do BCE na função de responsável pela… supervisão bancária, agora da UE! Exactamente isso que acaba de ler! E só por isso deixou seu cargo para o sucessor então vice-presidente, Carlos Costa.

Ora, como se vê, já vem de longe esta inércia do Banco de Portugal na supervisão bancária. Contra factos não há argumentos. A questão é: porquê? É aqui o busílis da questão e é aqui que se tem de agir rapidamente. Não são substituições de A ou B que resolvem o problema porque o problema não está nos governadores, está nos banqueiros DDT (donos disto tudo) e no poder que lhes é dado pelos políticos para agirem como agem. Simples.

Quem viu a reportagem não pôde ficar indiferente ao assustador poder de Ricardo Salgado nos meandros da política. E só isso justifica os imensos polvos que ele criou envolvendo praticamente todos os sectores da economia. Tentáculos gigantes que sozinho nunca conseguiria fazer proliferar de forma tão agressiva, passando por Dubai e Angola que se serviam do banco como "lavandaria".  Pior ainda, era o "à vontade" com que o fazia. Sem temer ninguém porque ninguém estava de "fora do polvo". Foi obra, diga-se, de um grande mestre da fraude a quem todos se curvaram e ainda se curvam apesar de arguido no caso BES e Marquês. Um poder tão assombroso que lhe permite não estar preso preventivamente como autor da maior fraude bancária jamais vista em Portugal. Um ser perigoso que  todos  temem. Todos, menos um, PPC, que provocou sem hesitações a queda do Império.  Terá sido por isso que Carlos Costa resolveu finalmente abrir o jogo?
Por outro lado, é nítida a ligação do BES a outros escândalos: na CGD pertence ao grupo dos maiores devedores com uma exposição de  237,1 milhões e 79 milhões em imparidades; a queda  da PT com venda à OI ; o caso dos 10 mil milhões que saíram para offshores supostamente sem controlo da AT onde cerca de 5 mil milhões eram da PT de quem o GES era também administrador… Ou seja, um ninho de ilegalidades  à vista de todos que ninguém quer aprofundar porque se o fizerem são todos caçados com rabo preso na armadilha da corrupção e abuso de poder.  Logo, todos fogem como o diabo da cruz das CPI’s que possam pôr a nu esta miséria incontestável de promiscuidade política em negócios ao mais alto nível. Que restaria da classe política se tudo fosse realmente investigado? Muito pouco.
Por isso, Costa que tanto se indignou com o caso offshores, que só trouxe a lume para lançar areia nos olhos dos portugueses e ainda mais  com o caso BP no BES, diz agora tranquilamente que não há pressas ou motivos para substituir o governador. Tão óbvio que até aleija.
Enquanto não mudarmos o sistema eleitoral e continuarmos a votar em listas em vez de pessoas, permitindo que os partidos façam girar o poder entre amigos, longe do escrutínio popular, enquanto não houver mecanismos que permitam automaticamente suspender de funções responsáveis de cargos públicos ao 1º sinal de prevaricação e  responder criminalmente com seus bens, teremos todo o tipo de gente com assento Parlamentar sem que nós, os eleitores, possamos fazer nada para os impedir. 
Enquanto isso, o "crime" compensará sempre porque sairão sempre impunes por muito que lesem o Estado. E os DDT continuarão a existir e mandar nisto tudo.
Esse é o problema.