terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A Eutanásia Dá Muito Jeito

A eutanásia é um pau de dois bicos. Se por um lado acode àqueles que foram condenados a sofrer o resto da vida acamados num hospital ou em casa, por outro abre as portas às mais perversas pessoas que “em nome do bem estar e dignidade”, vão aliviando as contas públicas. Deixemo-nos de hipocrisias. Todos sabemos que o Estado não é pessoa de bem. Deveria ser. Mas não o é. Aproveita-se de todas as circunstâncias possíveis e inimagináveis para usar, enganar e tramar os mais fracos. Ou seja, o povo português. Alguém duvida?
Comecemos. Quem é que paga a factura das irresponsabilidades políticas? Os políticos?Não! O povo. Quem é que vai preso se cometer alguma ilegalidade? Os colarinhos brancos corruptos ou os políticos? Não! O povo. Quem apesar de descontar a vida inteira durante décadas vê a idade de reforma a crescer e depois recebe reformas miseráveis? O Estado e suas clientelas? Não! O povo. Quem tem lista de espera para consultas, cirurgias, internamentos? O Estado e clientelas outra vez? Não! O povo. Quem tem filhos no ensino público com falta de auxiliares, comida nojenta e frio? Não, não é as elites deste país são os do costume:  O povo.
Mas se somos todos contribuintes, porque o Estado, indo contra o seu dever Constitucional, discrimina a população dividindo-a em dois tipos de cidadãos: os de 1ª e os de 2ª? Eu respondo: porque o Estado não é pessoa de bem. Não se preocupa minimamente com o bem estar dos seus cidadãos. Só mesmo de alguns. Como nas ditaduras, estão a ver? Aqueles que lhes garantirão o pote do poder o mais tempo possível. Os outros? Esses são para explorar e enganar até ao tutano.
Assim, não é por acaso que somos visto como o  país mais corrupto do que a média europeia (veja aqui). Sem qualquer escrúpulos, os salteadores do poder rodam entre si –  num circuito fechado que fingem ser democrático – o  poder, que distribuem conforme as suas conveniências. Como estamos agora a presenciar, todos os partidos têm rabos de palha por terem comido na mesma gamela. São inúmeros os casos. E depois, claro, quando é preciso agir contra esta escumalha, poucos têm coragem de lhes fazer frente. Não há oposição. E quando surge alguém disposto a mudar isso, “é corrido”. Porque acham que TODOS estiveram unidos para que PPC se retirasse? Porque TODOS querem a substituição da Procuradora Geral da República actual? Simples: ninguém quer gente em cargos de poder  que faz limpeza aos corruptos. 
Somos uma espécie de Venezuela que só não caiu de vez na desgraça da fome e miséria porque está ainda atrelada à UE. Mas mesmo assim vai fazendo grandes estragos na sociedade portuguesa deixando a população vulnerável completamente atirada ao abandono. Daí termos entrado no top dos países que mais mal trata os seus idosos.E querem mesmo assim que acreditemos que a legalização da eutanásia não tem segundas intenções? Querem melhor solução para os  idosos  amontoados em macas nas urgências? Badamerda!
Analisando os países que já introduziram a eutanásia verificamos que as pessoas morrem sem serem a pedido delas, como aqui é relatado neste artigo:   “O problema maior é que toda a eutanásia pressupõe que a pessoa pede para ser morta, mas isso não acontece na Holanda e na Bélgica: uma grande parte dos eutanasiados nunca pediram, são mortos por decisão de familiares, de médicos e de enfermeiros”, denuncia Walter Osswald.” Ou seja, se é assim na prática com países melhor governados que nós, com um Estado pressupostamente mais responsável, como podemos nós confiar no nosso que é CORRUPTO até dizer chega?
Se em Portugal até crianças de gente pobre são LEGALMENTE entregues à IURD(o escândalo do século) como o denunciou e bem Alexandra Borges, jornalista da TVI, como podemos nós garantir que nossos idosos mais pobres e abandonados pelos filhos não sejam “despachados” para poupar o erário público que tanto precisa de dinheiro para continuar a sustentar os corruptos?
Sem uma limpeza dos vermes que ocupam o Parlamento. Sem uma mudança cultural drástica e profunda que nos transforme nos “Japoneses da Europa” cuja cultura é ímpar no respeito pelas pessoas, a eutanásia não pode em circunstância alguma ser autorizada.


Não Ofenda as “Formiguinhas”, Senhor Marques Mendes!

Devia haver um organismo que responsabilizasse os comentadores de televisãopelos absurdos e mentiras que dizem. Desinformar nos média e usá-los para propaganda devia ser crime num país democrático. É inadmissível ver pessoas como Marques Mendes a usar o espaço nobre para induzir em erro os cidadãos que, muitos deles, por serem iletrados, vão dar crédito às opiniões que vende na SIC.
Já não é a primeira vez que como cidadã me zango com este senhor. Mas ontem à noite, saltou-me a tampa de vez pelo descaramento. Então não é que segundo este “ilustre” senhor do PSD, a propósito do período antes da geringonça e pós geringonça, foi dizer que “no antes” havia claramente uma divisão entre os “partidos das formiguinhas” que poupam e controlam despesa com os “partidos das cigarras” que prometem e gastam. Mas que hoje, Costa, concentra em si o prémio de conseguir sozinho estas duas!!! Brincamos com os portugueses, é isso? Como pode Marques Mendes sequer atrever-se a fazer esta afirmação completamente falsa, quando sabemos todos (os cidadãos bem informados) que este governo  é uma afronta às “formigas” REAIS deste país!!  
Um governo que gastou MUITO MAIS do que tinha disponível ao reverter medidas de forma totalmente irresponsável que fizeram disparar a dívida pública. Um Governo que para sobreviver a este aumento de despesa carregou nos impostos colocando-nos aos níveis do tempo  da Troika. Um Governo que para apresentar em Bruxelas um “lindo défice”, CATIVOU toda despesa pública como não há memória.  Um Governo que martelou contas nos Orçamentos de Estado sem entregar toda a informação necessária à UTAO como é seu dever, para prolongar no tempo o embuste das contas equilibradas. Um Governo que não criou uma única medida estrutural sendo pois o crescimento  económico agora verificado apenas mérito de medidas implementadas por outros cujos efeitos se verificam agora e da conjuntura externa. Um Governo que vende mentiras que nos vão ficar muito caras sempre que diz que o país está melhor, que os rendimentos aumentaram, que a austeridade acabou.
Formiguinhas??? Não!!! São cigarras profissionais que cantam, dançam, gastam e mentem enquanto o BCE anda a comprar dívida soberana,  enquanto a conjuntura externa é favorável, sem qualquer responsabilidade com o amanhã, não acautelando o futuro dos portugueses que pouco lhes importa. Porque se no futuro afundarmos, haverá sempre boas mentiras bem estudadas para desculpar esta governação danosa,  sem qualquer escrúpulos.
Dizer o contrário aos portugueses é não ter respeito por quem paga impostos neste país, é gozar com a nossa cara sempre que abrem a boca.
E isso deveria ser crime.

Também Tu José Cid?

Quando me pronunciei sobre as #metoo caíram-me em cima como se eu não fosse uma acérrima defensora das mulheres ou qualquer outro ser vítima de assédio. No entanto não demorou muito até acontecer precisamente o que eu previa: uma banalização mediática do assédio. Por contaminação, o meio artístico português acordou de repente, volvidos dezenas de anos, para esta problemática revelando publicamente assédios a que noutros tempos não deram qualquer importância. E isso é que é o problema do #metoo: pôr as pessoas a dizer “eu também” quando os episódios não passam de abordagens menos felizes de engate. E isso, como já o tinha referido, preocupa-me. Muito.

Catarina Furtado quis juntar-se ao grupo de Hollywood e contou uma historieta como tantas que existem por aí, sem qualquer importância, onde alguém lhe faz uma abordagem que ela fingiu não entender e automaticamente não deu em nada para dizer “eu também”. A sério?! Juntou-se depois José Cid (ah! valente!) com a denúncia de um assédio por parte de um fadista que mostrou interesse por ele. Realmente isso deve ser um experiência mesmo muito má ser desejado por alguém que depois de uma nega, se afasta pacificamente. Um horror, mesmo!

A este respeito deveria eu também gritar alto #metoo porque, seguindo este critério, andava na 3 classe e um menino ( o mais lindo da turma por quem nutria secretamente uma atracção) um dia lembrou-se que haveria de dar-me um beijo. Então à saída da escola, começou a seguir-me e como eu lhe negara o beijo, atirou-me para cima da neve, e já no chão, por cima de mim, arrancou-o sem pedir. Quando cheguei a casa estava lavada em lágrimas. Nunca contei aos meus pais. Resolvi o problema no dia seguinte não lhe dando mais uma fala. Assim como já na administração de uma empresa, gerentes de bancos a prometerem aprovar operações de crédito caso eu aceitasse aquecer-lhes a cama fria. Também aqui resolvi o problema mudando de Bancos. Ou ainda, aquele colega empresário simpático que vendo a minha dificuldade em arranjar crédito para a  empresa, se oferece para ajudar levando-me a um gerente amigo mas que depois faz um desvio para ir buscar uma pasta urgente a casa, convida para entrar e tomar café, mas uma vez lá dentro, tenta beijar-me à força levando-me no dia seguinte a nunca mais lhe atender uma chamada telefónica. Até hoje. Apesar disso, jamais me juntarei às #metoo porque ser #metoo é ser pelo assédio selectivo onde muitos deles nem sequer assédio é.  

Com efeito, começou com Weinstein que não passava de um indivíduo que se fazia ao engate a todo o rabo de saia que passava por Hollywood com o aval da maioria. Onde muitas actrizes, até vingarem na arte, não se incomodaram com o facto. Se ele fez disso um modo de vida foi porque foi tendo sucesso nessas abordagens. Porque quando Uma Thurman refere que no quarto, ele tirou o roupão, esqueceu-se de referir como e porquê se encontrava ela naquele lugar para falar com ele. E quantas vezes o tinha feito. Nenhuma mulher é tão ingénua que não entenda que esse lugar não é para atendimento ao público nem entrevistas. Certo? 
Por outro lado,  alguém vê as #metoo ao lado das mulheres verdadeiramente assediadas  e estupradas na Suécia, na França, na Bélgica, na Alemanha (#120db)  por migrantes islâmicos ou as mulheres cristãs Yazidis por muçulmanos? Claro que não. Como disse, só defendem o “assédio” que lhes interessa. Mas o mais curioso ainda é ver que uma das mentoras das #metoo está a ser investigada por assédio sexual, não é irónico?

Muito sinceramente ainda me pergunto como esta gente de Hollywood,  não proibiu o filme “As 50 sombras de Grey”, nem as actrizes se recusaram a esse papel,  quando a estória começa com o assédio sexual bruto entre um empresário e a universitária que o entrevista (no livro o primeiro capítulo parece saído de um filme porno).  Então aquilo não é um atentado criminoso à mulher? É. Mas todas o aprovam e o tornaram sucesso de bilheteira. Estranho.

Felizmente hoje já não existe nas discotecas os slows. Aqueles 20 minutos de música parada em que ele, um desconhecido, a  apertava junto ao corpo dando sinais de interesse e ela respondia tocando com o rosto na pele do pescoço, enquanto  ele suavemente lhe arrancava, depois, um beijo. Enfim um autêntico “abuso” muito esperado e desejado pelos jovens  e graúdos nas discotecas desses anos 80 dos quais muitas das  #metoo fizeram parte mas que hoje seriam motivo de gritaria histérica e revolução social. 
Enfim. É a sociedade hipócrita que temos hoje.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A Lei do Menor Esforço



É um facto incontestável: as empresas têm dificuldade em recrutar pessoal para trabalhar. Uns dizem que é por culpa dos cidadãos que não querem trabalhar. Outros culpam os salários baixos. Outros o Estado. Ainda há quem atribua toda a responsabilidade nos patrões. Mas a verdade é que não há só um culpado. São todas estas razões juntas que criam este problema.
Começa pela forma como se educam os filhos. No tempo dos nossos pais, cedinho se aprendia a ser responsável e a valorizar o trabalho como meio para atingir os objectivos de vida. Sabíamos que para ser alguém na vida teríamos de lutar. Ninguém o faria por nós. Havia transmissão desses valores que entretanto se perderam. Na “evolução educacional” inventou-se a mesada, uma espécie de salário para o filho cumprir com as obrigações de filho, suprimindo as frustrações de ter de trabalhar fora para ter seu primeiro par de ténis Nike. Ora, se por um lado o conceito pode ensinar a gerir dinheiro para seus próprios gastos, por outro põe o filho a receber sem esforço algo que ele deveria fazer por livre e espontânea vontade, sem qualquer remuneração. Porque por essa ordem de ideias, os pais também deveriam ser pagos pelos filhos para cozinhar, lavar roupa, e dar habitação. Parece-lhe ridículo? Então porque pagamos a nossos filhos para executarem suas obrigações de filho? E começa aqui o primeiro grande problema: receberem dos pais para terem o que querem em vez de lutar no mercado de trabalho. Vão dizer que é a mesma coisa. Não é. Porque enquanto num part-time vão aprender a dureza do mercado de trabalho cumprindo horários num ambiente profissional exigente e sem margem para erros ou desculpas, em casa, vão recebendo a mesada, tenham ou não feito tudo o que lhes competia na perfeição. A maior parte dos pais, acaba mesmo por abandonar a árdua tarefa de exigir só para não ter conflitos.
Depois, ainda em casa dos pais, vão ser estimulados a serem doutores. Porque doutores é que é bom. Mesmo que tenham sido alunos medianos.  Mesmo sem qualquer aptidão para estudar no superior. Seguir curso profissional é desprestigiante. Ser doutor é o objectivo. Então, em resultado, temos jovens adultos a passear livros nas universidades, num curso mais fácil de sair com canudo mas que depois só garante o desemprego. Irão procurar trabalho APENAS na sua área profissional mesmo que demore anos. Enquanto isso, há sempre a casa do papá para viver enquanto se espera… E se a espera for longa? Procura-se outra coisa apenas para se manter activo e produtivo, ganhar experiência, enquanto não surge o emprego ideal? Procura-se empreender ou criar seu próprio emprego? Não. Reclama-se à sombra da bananeira.
Enquanto criamos filhos para serem incapazes e eternos dependentes, o Estado passou também ele a ser “um paizinho” de nós todos. Em vez de estimular as pessoas a serem activas faz exactamente o contrário. Se não consegue um emprego não faz mal que o “papá Estado” dá subsídio sem pedir  nada em troca. Com esta política estimulou-se a lei do menor esforço porque não converte os subsídios em trabalho comunitário enquanto o cidadão não é colocado. E assim, as pessoas passaram a ter rendimentos em casa, sem mover um dedo e sem qualquer obrigação de retorno para a comunidade.
Outro problema são os salários médios que em Portugal são baixíssimos. De tal forma que acaba por compensar mais ficar em casa a receber subsídio do que trabalhar pelo mesmo preço. Mas se temos salários médios miseráveis é porque fomos desgovernados durante décadas. Com 3 bancarrotas no currículo em 43 anos, passamos 4 décadas e recuperar o país de crises económicas que assustadoramente no colocaram no top dos países com impostos mais altos. Como pode um país que faz do massacre fiscal às empresas sua política de eleição, ter salários melhores?
Por fim, os patrões. Não são todos iguais. Há de tudo. Mas grande parte cultiva ainda a ideia de que pagar poucochinho é poupar. E não percebe que com esta política desmotiva seus trabalhadores que perdem rendimento. Que mais vale um trabalhador bem pago do que dois com salários baixíssimos. Não percebem porque culturalmente não evoluíram e as escolas empresariais em Portugal não ensinam isto. E por isso, mesmo que possam, apostarão mais na “poupança” do que no investimento pessoal.
Assim, sem mudar a educação que damos aos nossos filhos, sem mudar a atitude do Estado e mentalidade dos patrões, haverá cada vez mais falta de pessoas para trabalhar. Porque ao estimular a lei do menor esforço estamos a contribuir para uma sociedade de parasitas.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Rendimento Básico Incondicional Para Todos É Utopia


Levanta-se todos os dias bem cedo, faça sol ou chuva, com ou sem vontade, às vezes até sentindo-se doente para não perder o dia de trabalho? Paga transporte para passar 8 horas às vezes mais dedicados à sua profissão? Priva-se de feriados e fins de semana, faz turnos e nem sempre pode gozar as férias como lhe dá mais jeito, e tudo isto durante 365 dias para receber salário mínimo ou pouco acima? Então tenho boas notícias para si: o Governo anda a discutir o Rendimento Básico Incondicional para todos que vai lhe garantir sobrevivência mesmo que não faça ponta dum corno. Não é maravilhoso?
Nunca a sociedade evoluiu tanto. Agora até já se idealiza pôr as pessoas a não fazer nenhum mas receber por isso, ou seja, a máxima socialista que prevê que sejamos pagos pelo Estado para apenas respirar e votar, para  ele, como um “bom pai”, tratar de nós e das nossas necessidades sem mexermos uma palha!!!
Ora, é lógico que 400 euritos não dá para muito mas pense bem: não tem de mover um único músculo todos os dias da sua vida, não gasta em transportes, refeições, em oficina (se tem de usar carro), não desgasta tanta roupa nem calçado para trabalhar! Fica em casa sossegadinho sem fazer despesas extras a ver TV, tomar uma bica no café enquanto joga cartas ou ir passear o cão.
Lógico também que para tal o Estado que não produz riqueza nenhuma terá de taxar mais as empresas, o imobiliário, as poupanças, o contribuinte (os burros que restarem) e ainda inventar outras dezenas de impostos para poder sustentar os 10 milhões de habitantes neste rectângulo à beira mar. É óbvio que o nível de vida vai ficar muito mais elevado e os 400 euritos ao estilo da Venezuela, mal darão pra comprar leite e ovos.  Mas isso também não será problema porque o socialismo logo logo terá uma solução para isso criando uma moeda virtual que ajude a fingir que temos dinheiro. Como Nicolás Maduro esse génio socialista, estão a ver?
E depois as empresas e os investidores vão fartar-se de serem esfolados pelo governo para sustentarem sozinhos a população toda de Portugal. Mas isso também não será problema porque irão empreender e investir para fora abandonando este paraíso socialista para desenvolver e enriquecer outros países capitalistas, sem problemas porque  a malta lá fora até agradece a vinda desses “exploradores”.
Com a desertificação empresarial fica o Estado sozinho e seus contribuintes a sustentarem-se mutuamente o que será muito giro pois ficaremos todos iguais na pobreza extrema com o governo cada vez mais autoritário para impedir a fuga dos seus cidadãos em busca de alternativas à fome e morte certa. Como na ex Alemanha de Leste ou nas actuais, Coreia do Norte, Cuba ou essa maravilhosa Venezuela.
Porque sustentar 10 milhões de pessoas é uma utopia que fica caro, ah! pois é. Neste brilhante artigo (leia aqui) do meu colega Carlos Pinto Guimarães foi feita a conta a essa despesa para menino da primária compreender. E só não vê quem não quer.
Dizer sim ao RBI é assinar uma sentença de morte ao próprio sistema democrático em que vivemos que mesmo doente ainda não chegou ao nível da Coreia do Norte, da Venezuela ou Cuba.
Porque quando um governo quer introduzir uma medida destas está apenas a querer dissimuladamente dominar um povo inteiro que sob o ópio de não produzir mas receber por isso, não verá que é apenas um passo para o controlo total e absoluto das suas vidas.
Quer ver o resultado magnífico desta experiência? Aplique em casa aos seus filhos e fique à espera que se façam à vida.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

As Mulheres Não São Burras


Em Janeiro deste ano legislou-se mais uma vez sobre a paridade de género nas administrações de empresas do Estado e empresas cotadas em bolsa. Desta forma pretende-se impor à força a nomeação de mulheres em lugares de topo sob pena de multas a quem não cumprir. Mas existe algo mais redutor, mais desprestigiante para uma mulher, do que ser colocada num lugar só para preencher um requisito legal? Isto é à priori rotular a mulher de coitadinha que só de empurrão lá chega. E eu como mulher não aceito esta discriminação.
A mulher é um ser extremamente inteligente, perspicaz e dotado de uma sensibilidade e força interior que a faz alcançar qualquer coisa que deseje. Porque a mulher além da sua inteligência ímpar tem um sexto sentido muito apurado que lhe permite ver detalhes que passam completamente despercebidos ao homem e isso dá-lhe uma vantagem extraordinária (os homens que me desculpem). E como se isso já não bastasse, é multi-tarefa.  Por isso, parem lá de nos tratar por burras. Ainda não havia estas leis de paridade e já as mulheres depois da revolução industrial começavam a destacar-se de forma notável em todas as áreas conseguindo lugares de topo. Jane Adams, Corazon Aquino, Coco Chanel, Julie Child, Marie Curie, Indira Gandhi, Estée Lauder, Eleanor Roosevelt, Margaret Tatcher, Rosalind Franklin, Mária Telkes, Elisabeth Blackwell foram apenas algumas dessas mulheres que de modo algum caberiam neste texto de tantas e tantas que existem pelo Mundo fora. Mulheres que não precisaram senão do seu mérito e resiliência para conquistar fosse o que fosse.
A verdade é que se não há mais mulheres a lutar por cargos de topo, seja no público seja no privado, é porque elas preferem outras coisas.  Porque as senhoras ao contrário dos cavalheiros pesam muito a questão familiar na hora de decidir seguir ou não uma carreira tão absorvente. A maioria prefere prescindir de cargos que lhe retire tempo para dedicar aos filhos e família. Essa é a principal grande questão. Elas já representam cerca de 60% dos estudantes universitários mas as preferências profissionais continuam a ser maioritariamente outras. São elas que se excluem. Não a sociedade.
Porque basta entrar em qualquer serviço, instituição, empresa para ver que as mulheres já são em maioria em quase todo o lado. Excepção feita à construção civil e similares onde não se vêem porque simplesmente elas não se candidatam. Sei do que falo. Enquanto administradora de uma indústria nesta área, nunca em anúncio de emprego onde nunca excluí mulheres, recebi uma única candidata feminina. Se nunca escolhi uma, foi porque nunca me apareceram. Eu mesma fui operadora de empilhador numa fábrica e desempenhava de tal forma a minha função que cheguei a receber propostas de outros patrões (homens)! Assim como recebi outras, pasmem-se, também de homens, por me destacar na cobrança de créditos! Esta realidade só não a vê quem nunca se fez verdadeiramente à vida.
O mais caricato disto tudo é o Estado inventar imposições legais para incluir mulheres no topo das administrações, fingindo estar sensível a esta questão, quando esses cargos, sabemos nós, estão TODOS reservados  para amigos, familiares, e amigos de amigos e amigos de familiares que entram a CONVITE!!! Quem tem coragem de negar esta realidade? Brincamos ao faz de conta? Se esses lugares fossem atribuídos  por concurso avaliando o CV, e depois feita uma selecção honesta com base nas qualificações do indivíduo,  não estariam desta forma já naturalmente a abrir portas a TODOS os géneros com base nas suas capacidades? Para quê uma lei da paridade?  
Por outro lado mesmo querendo colmatar hipotéticas falhas na colocação feminina, não é com imposições que se constrói uma sociedade justa mas sim, promovendo incentivos (de preferência fiscais) a quem privilegia a diversidade. Porque é sabido que as mulheres pela sua natureza, faltam muito mais ao trabalho para assistir à família (quando a têm) e  isso pesa imenso nos custos das empresas com trabalhadores. Que são preteridas muitas vezes devido a esse factor e muitas delas não engravidam sequer para não ser um fardo para o patrão. Sabemos todos bem disso mas fingimos que não é assim. Que são excluídas apenas por machismo.
Sou mulher e não há nada que me irrite mais do que ser tratada por incapaz numa sociedade em que até já há Universidades na Inglaterra onde se prevê dar mais tempo para terminarem os exames numa tentativa de melhorar os resultados do sexo feminino e diminuir discrepâncias de género,  como se nós não fossemos tão ou mais capazes que os homens de chegar onde queremos! 
Se isto não é chamar a mulher de burra, é o quê? Mulher inteligente não precisa destas leis para nada. Vinga de qualquer jeito. É minha opinião.