segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

CARTA DE UMA CIDADÃ REVOLTADA

Caro Rui Vilar,
Depois de tomar conhecimento que recorreu da decisão do Tribunal para a obrigação de entrega dos documentos da CGD, solicitados pela Comissão de Inquérito Parlamentar, permita-me estas palavras:
Caso não lhe tenham dito ainda, o Sr. não é "o Dono Disto Tudo". Nem este país é a Venezuela. Aqui vivemos em democracia. O cargo que vai ocupar é de um Banco PÚBLICO, ou seja, suportado por todos os contribuintes deste país. O mesmo que dizer, NÓS. E se somos nós que o pagamos, somos "accionistas maioritários". Temos por isso, uma palavra a dizer.
Não pode jamais exercer esse cargo, sem transparência porque nos deve explicações detalhadas sobre o destino dos 5 mil milhões em impostos, saídos do orçamento doméstico de cada português, e que vão ser enterrados para cobrir imparidades. Tem OBRIGAÇÃO de apresentar os responsáveis por essas imparidades e agir em conformidade com a lei para esses casos. Ou seja, pôr essa gente toda a pagar o que deve ou constituí-los arguidos.
O dossier CGD, bem sabe, é criminoso e nenhum dirigente se pode opor ao apuramento da verdade. Negar documentos à CIP é grave e tem de ser levado até às ultimas consequências. Caso não o faça, estará a violar um direito dos cidadãos à informação e denunciará "tiques autoritários" que em nada abonam o partido que representa.
Espero sinceramente que reconsidere, em nome da nossa DEMOCRACIA, da decisão tomada.
Cumprimentos.
Uma cidadã revoltada.

A HIPOCRISIA DO SALÁRIO MÍNIMO

É claro que todos queremos as melhores condições de vida possível mas a pergunta é: estamos a fazer o que é correcto para obter isso? O problema do salário mínimo é que é uma imposição e tudo o que é imposto só cria miséria. Se fosse esse o caminho, não teríamos a miséria de salários que temos.
O problema começa no facto do salário mínimo não ser mínimo para o patronato. Com efeito, aos 557€ somam-se imensos custos. Primeiro  23,75% para a TSU que o eleva para 690. Depois há que somar o custo de 3 meses de salário pagos pelo empregador de férias, subsídio férias e subsídio de natal. Acresce ao custo o facto destes valores corresponderem a apenas 11 meses efectivos de trabalho o que eleva já para 877€ o valor do SMN. Mas há mais: a este valor somam-se custos variáveis com seguro de acidentes trabalho, medicina de trabalho e formações contínuas. Ou seja, no final são mais de 900€ pagos de SMN por cada trabalhador! São cerca de 343€ (variáveis) de encargos fixos além do salário. Assim, é fácil de ver quem é o responsável por este diferencial tão grande e que  promove a precariedade: o Estado.
Sugador de impostos, opressor da economia, castrador de liberdades,  o Estado, tal como o conhecemos, impede a prática de salários decentes ao taxar  e condicionar exageradamente as empresas que, emaranhadas em novelos de impostos e obrigações sufocantes, arriscam a sobrevivência agarrando-se aos mínimos dos mínimos como tábua de salvação.
Se não houvesse hipocrisia política, os mesmos que impõem salário mínimo aos privados em vez de os estimular a pagar melhor e contratar mais, não estariam eles mesmos a promover dentro do Estado, a precariedade crónica recorrendo a tarefeiros dentro do sector público, mantendo ainda, por exemplo,  professores  agarrados por décadas  a contratos a termo certo! Como queremos ter melhores empregadores se o mau exemplo vem de cima?
O caminho para melhores salários são os  estímulos e as liberdades. Estimular através de redução de encargos fiscais a quem aposta em salários acima dos mínimo.  Deste modo, todo o financeiro estará atento a essas benesses e fará contas. Se por cada 10 ou 20€ que aumente, tiver 1 retorno financeiro satisfatório, será ele mesmo e querer promover melhores salários. Ao mesmo tempo, é preciso dar mais  liberdade contratual. Permitir contratos flexíveis, negociáveis entre as partes, que permitam a ambos ir  ao encontro das suas necessidades sem abusos nem atropelos à dignidade humana mas claramente mais abertos à contratação. Porquê? Porque OBRIGAR a manter à força quem não serve, quem não produz, só porque é lei, em vez de manter porque é bom, só irá retrair o patronato na hora de aumentar ao pessoal. Forçado a ficar com quem não se esforça e dá prejuízo, estará a retirar muitos lugares a quem é competente. Mesmo precisando deles...
Devidamente estimulado e com mais liberdade contratual, o empresário irá reflectir esse bem estar nos seus funcionários através do "salário emocional" que passa por dar "soft benefits" como horários flexíveis de acordo com as conveniências do empregado, permitir trabalho à distância, espaços de lazer dentro da empresa, creches e benefícios sociais para a família, pequenas atenções personalizadas, entre  muitas outras.
Claro, dirão os mais cépticos "ah! e tal se lhes dermos mais benefícios (aos patrões), mais enchem os bolsos..". Como em qualquer área, haverá sempre alguém mau profissional. E aqui alguns empresários não escapam. Mas se a política de estímulos também premiar fiscalmente quem reverte lucros em prol do bem estar dos seus funcionários, apostando fortemente nos "soft benefits", acredito que serão poucos aqueles que não farão contas e não queiram também eles seguir pelo mesmo caminho do progresso contra a precariedade laboral.
É só fazer as contas...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

É INCONSTITUCIONAL? SIGA PARA "BINGO"!


O caso não é inédito. Já com a CGD tínhamos assistido a um episódio escandaloso de decreto-lei ilegal,   feito à revelia da Constituição para aprovar no escurinho da noite, a isenção de apresentação de declaração de rendimentos para o novo corpo administrativo. Agora com o novo decreto-lei da TSU, a história repete-se. Se Costa diz mata, o outro, Marcelo, diz esfola. É a sintonia perfeita entre PR e Governo que Marcelo tenta disfarçar fingindo dar puxões de orelha. Mas quem o viu na primeira entrevista na SIC sabe bem que Marcelo é quem lidera a geringonça. Quem haveria de dizer que por baixo de tantos beijinhos e afectos haveria de estar alguém com perfil de “pequeno ditador”, a galgar a democracia, em aliança com o auto-denominado “Senhor” de Portugal? Ninguém. 

Não se trata apenas de um caso de não concordância entre parceiros de maioria parlamentar, oposição e Costa. Nem sequer pelo facto de ter sido feito e promulgado em modo “expresso” em 2 dias. É mais do que isso. É inconstitucional. 

Porque  este decreto altera os artigos 100º e seguintes do Código dos Regimes Contributivos da Segurança Social, os mesmos ao abrigo do qual este foi feito. Ora essa alteração, não estando salvaguardada pelas excepções consagradas na lei que diz claramente que só o pode fazer em caso pontual de estímulo à criação de postos de trabalho, apoio à reinserção de desempregados, apoios em situação de catástrofe ou calamidade pública, é inconstitucional! Com efeito, devido à sua natureza, se por um lado há retorno em pensões ou prestações sociais, por outro trata-se de um imposto, logo, sem retorno. E assim, só pode ser criada por lei da Assembleia da República ou pelo Governo com autorização desta. 

O mais curioso desta novela “cubana”(mais uma!), é que o nosso Presidente é formado em Direito e mesmo assim, promulgou-o. E para piorar o cenário, era, no passado, veemente contra este tipo de medida que considerou inconstitucional. Mas assinou e mais nada. Quem é que o vai fazer agora, salvaguardando os interesses nacionais, se Marcelo afinal governa com o Babusha? 

Ficou assim vergonhosamente à vista de todos a promiscuidade existente entre “o senhor feliz” e “o senhor contente”, que seguem suas trajectórias de auto-promoção popular, com mais selfies, abraços, beijinhos e muitas promessas,   a borrifarem-se simplesmente para as consequências num país que era suposto ser democrático. 

Numa terra onde poderes “dormem juntos” em vez de respeitar o princípio da separação, onde  “um” diz mata “outro” esfola pisando a Constituição, não é democracia. É “ditadura dissimulada”.

AFINAL, PARA QUE SERVE A CGD?

É curioso como de repente a CGD deixou de ter importância. Agora, já não é urgente a recapitalização de 5 mil milhões negociada à pressa com Bruxelas. Já não importa que esteja sem administração há 1 ano. A CGD é tão importante para a economia portuguesa que a puseram a “vegetar tranquilamente” à espera que nova equipa http://observador.pt/2016/12/01/paulo-macedo-tera-aceitado-convite-para-a-administracao-da-cgd/ entre em funções. É um silêncio ensurdecedor.
Era suposto, no seu conceito público, de ser 1 banco de apoio à economia. Mas na verdade foi, como sempre o é, toda a coisa pública, um antro de promiscuidade entre privados e políticos. Só quem nunca passou pela actividade empresarial é que não sabe que a CGD nunca serviu as PME. Pelo contrário, dispensava-as descaradamente porque não se estavam para chatear com elas. O grosso do negócio era a captação de crédito habitação onde o desgraçado do particular ficava logo “penhorado” como garantia do negócio, quase sem risco, ao invés de  empresas que podiam abrir falência para reabrir noutro sítio. Correr riscos na CGD em prol da economia? Naaaaa. Mas em prol dos amiguinhos políticos, por biliões,  sem garantias, isso já é outra história…
No meu tempo de Directora Financeira, tive a infeliz ideia de bater à porta da CGD quando, ao fim de muitos anos sem precisar verdadeiramente do apoio bancário, resolvi pedir empréstimo com GARANTIA REAL, para fazer face aos desafios que me tinham sido colocados pela forte concorrência espanhola devido ao nosso aumento de IVA , que já nos prejudicava com 17% (em Espanha era 16%) e que passara a 19%. Era preciso aumentar competitividade para travar os galegos. Mas um redondo – “ Cristina, nem vale a pena mandar isto para Lisboa. Não vai dar em nada. Mas envio só por descarga de consciência” – do gerente amigo e conhecedor daquela entidade, haveria de me remeter para para a realidade. E a realidade era que, se já nos bancos comerciais privados, era 1 luta dura porque os bancos não existem para os dias de aperto mas sim para quando não se precisa deles para nada, a CGD, era mais inútil ainda. Nem se maçava connosco. Acabei por conseguir no Crédito Agrícola, um banco com o qual nem sequer trabalhava…
Em teoria, as empresas públicas são instituições sem fins lucrativos cujo objectivo é a prestação de 1 serviço público, de qualidade, onde os lucros que houver são para melhorar o serviço dado ao consumidor. Sempre. Mas a prática mostrou aqui e no Mundo inteiro, que não passam de incubadoras de corrupção nojenta paga pelo pobre contribuinte. Sempre. E algumas, como se não bastasse,  com prejuízos medonhos… Que o diga Ricardo Salgado com 1 dívida do GES à CGD!!! Mas desde quando é que bancos privados se financiam em bancos públicos SEM GARANTIAS REAIS enquanto o desgraçado do empresário, nem com garantias consegue? E aqui http://observador.pt/2016/06/14/caixa-tem-23-mil-milhoes-de-euros-em-risco-quem-deve-mais/ mais uns quantos amiguinhos a fazerem o mesmo.
Enquanto tudo isto foi possível, agora para pôr esta casa em ordem, serão despedidos quase 3000 funcionários, fechados balcões, inventar-se-ao mais  taxinhas como o euro a pagar para cada actualização de caderneta, entre outras entretanto inventadas, para cobrir o défice da criminosa irresponsabilidade dos que por lá mandaram…
Para que serve a CGD se não serve os interesses dos clientes que a pagam para existir?

A CARRIPANA GRIPOU? CHAMEM AS ESGANIÇADAS!

Montaram uma “carripana” com motor velho, que só andava de empurrão, a que lhe chamaram Geringonça. Garantiram a Cavaco Silva que seria capaz de governar Portugal com responsabilidade e estabilidade. Diziam que ela – “a carripana” – estava bem de saúde e que se recomendava, mesmo a tossir como um  velho quase a cuspir os bofes. Entretanto a vida sorriu porque claro, enquanto há dinheiro para esbanjar, é só “paixão”…  O problema é quando o limite do cartão de crédito explode e… numa casa onde “não há pão”… e já não se pode só anunciar coisas boas… desentendem-se.
Enquanto esteve do alto do seu pedestal, firme e seguro,  Costa dizia que não precisava do PSD para nada. E deu-lhe férias prolongadas: não quis fazer uma coligação social democrata; nunca o consultou; “chumbou” na praça pública as suas propostas antes de chegarem ao Parlamento; nem o levou a concertação social da TSU. Desprezou-o até ao limite, com espaço para muitas faltas de respeito pelo parceiro da oposição. Mandou-o caçar Pokémons… literalmente.  Mas agora que as “esganiçadas” já não querem “conversa”, desolado, quer dar uma “facadinha no matrimónio” com o Pedro?
Se Passos não fosse um bom líder (porque o é, e de que maneira!), seria o “amante” ocasional perfeito do PS, que às escondidas aceitaria uma “noite” a troco de uma aprovação, só para manter as aparências de falsa estabilidade. Mas Pedro, tem princípios. Tem honra. Tem carisma. Tem um “casamento” fiel  aos que o elegeram. E isso, para os politiqueiros, é um problema sério…
É que grandes líderes não abanam nem caem com mesquinhices. A Passos, pouco lhe importa ouvir Ana Catarina Mendes questionar o seu lado na TSU. Pouco lhe importa a fúria do Presidente.  Pouco lhe importa que Marques Mendes o acuse de incoerência. Ele sabe, oh! se sabe, que o incoerente está do outro lado, aquele que em tempos na oposição, se contorcia contra a descida da TSU e agora, para se manter um poucochinho mais no poder, está desesperado para que ceda. Que agora treme porque, seguindo seu precioso conselho, Passos saiu finalmente do armário e está politicamente a fazer oposição.
Por outro lado,  para que serve uma maioria parlamentar se não é para usar? Porque BE e PCP não se opuseram à medida em 2016? Para fazer “política do chiclete” que mastiga tudo para depois deitar fora?
Todos os apoios às empresas merecem o meu aplauso. Mas esta proposta só incide sobre o salário mínimo. Logo é um forte estímulo a este. O que é erradíssimo. Por outro lado, a medida em 2014 era um incentivo provisório ao emprego suportada a 100% pelo subsector Estado ou seja impostos, enquanto esta medida de 2017, de carácter definitivo, vai buscar 50% do seu financiamento à Segurança Social, ou seja, a pensionistas. Nada comparável.
Ademais,  PSD  foi excluído das negociações na concertação social. Ponto. Não teve direito a se pronunciar.  Por isso tem toda legitimidade de se pôr de fora desta medida sucateira. Porque percebeu que isto foi jogatana política do Costa que já sabia que iria colocar Passos a puxar  a geringonça sempre que ela emperrasse.
A “carripana” gripou? Que chame as “esganiçadas” ou encoste e deixe outros governar com verdadeiro sentido de Estado e de responsabilidade. Simples.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"JE SUIS" ENERGÚMENO(A)

Caro Miguel Sousa Tavares,
Faço parte do grupo dos energúmenos do facebook e por isso, permita-me estas palavras:
A Soares eu não devo nada. Porque o combate contra a ditadura foi conquista de todo um povo em luta, gentes de norte a sul, materializado pelos militares de Abril, enquanto Soares fazia alianças com Álvaro Cunhal em Paris, visitava Rússia para angariar donativos, e recebia de Kadafi. O combate contra a ditadura comunista foi obra de Salgado Zenha, Grã Bretanha, EUA e militares portugueses. Soares foi apenas o burguês no exílio a quem a Internacional Socialista chamava de “Kerensky Português” e que seu amigo Zenha deixou que brilhasse com os louros.
Mas ele sim, deve-me e muito pelas 2 bancarrotas que nos trouxe miséria, pelas fundações para branquear donativos ao PS, a Fundação Mário Soares criada com dinheiro dos portugueses, o aberrante caso "fax de Macau", pelo abandono dos retornados a quem deixou à sua triste sorte. Deve-me ética e moral na condução deste país, onde não faltou cunhas para o filho, marfins e diamantes, ajudas a corruptos, solidariedade vergonhosa a "Salgados", "Sócrates", "Craxis" e "Gonzalez".
A rede que tanto despreza, é o canal através do qual o povo se expressa depois de uma Constituição feita à medida, por Soares e Cunhal,  lhe retirar o direito de o fazer no próprio Parlamento. Com toda a legitimidade.


Vou continuar a mandar calar meus filhos, na hora dos seus comentários na SIC, porque gosto de si, sem deixar de fazer uso desta minha liberdade  que Abril não conseguiu ainda dar pela totalidade, com a censura encapuzada na rede semeada ao serviço do establishment e que,  não se deve a quem quis silenciar quem lhe fazia oposição. A quem nunca foi verdadeiramente democrata e que ainda hoje, fruto desse legado Soarista, impõe presença de meninos no cortejo fúnebre com cobertura tendenciosa irrealista como na Coreia do Norte ou Cuba.

E se Soares se dirigiu como quis às grandes personalidades que partiram, porque haveria eu de ser diferente?

Se ser energúmeno é não ter medo de não seguir as massas e chamar os bois pelos nomes, então, sim! “je suis energúmeno(a)” com todo o gosto.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O ANO DA GERINGONÇA


O ano de 2016 será eternizado com a estreia nacional da primeira novela com a maior audiência até hoje, interpretada por um elenco nunca visto que juntou socialistas a comunistas na governação. Durante um ano conseguiu prender, diariamente, 10 milhões de pessoas que acompanharam com atenção, cada episódio.
O Ano da Geringonça (assim intitulada a trama), foi rica em encontros e desencontros, amores e afectos, comédia, tragédia,  suspense, cusquices e até, divórcios. Elogiada pelo Financial Times e DBRS, e alguns cromos em Bruxelas, destacada e apoiada por toda a comunicação social,  e alguns políticos de destaque duvidoso,  mostrou ser o maior êxito  até hoje nesta categoria. Vai fazer história. Ai vai… Vai...
Mas, este sucesso não seria possível sem personagens inigualáveis, que nos provocaram os mais díspares sentimentos, e nos prenderam ao ecrã,   num  enredo estonteante.  Não faltou amor e afecto  distribuídos pelo querido Marcelo que beijou, abraçou, tudo e mais alguma coisa. Que dançou com meninos de Moçambique. Que viajou por toda a parte sem esquecer de dar um abraço ao romântico ditador Fidel. Marcelo foi ainda o remake do inesquecível  Zé das Medalhas… Um “must”!
A trama foi prosseguindo a cada episódio com arrufos de namorados e divórcios, como aquela cena  na CGD, com Centeno a trair Domingues, que  o faz abandonar o “lar”. Onde Centeno  implora que fique mais um bocadinho até Macedo entrar na “casa”… Mas com  o desgosto, Domingues decide mesmo partir culpando Costa, o mediador “matrimonial”, de o ter abandonado neste processo. Entretanto o Banco público ficou em gestão por sms e mails com a recapitalização urgente, que deixou de  o ser, e  passou para 2017 mas, com calma porque é preciso fazer render a novela… Isto promete...
Depois veio o episódio das aldrabices no ME com  certificados falsos de colaboradores a dizerem-se detentores de “quase cursos” por terem “tido vontade de frequentar” mas não o fizeram por “falta de tempo”, sem que isso  incomodasse alguém,  pois aldrabões de esquerda,  é outro nível. Mais adiante a dupla Brandão e Nogueira deram o golpe nas escolas com contratos de associação e deixaram 12 000 professores apeados, auxiliares no desemprego, alunos à deriva com cursos cortados ao meio. É  a adrenalina ao limite!  Yeahh!!!
Noutro episódio fomos envolvidos no  suspense dos casos   Galpgate , Plasmagate, Besgate onde a equipa do CSI continua em investigação, mas que um manual de conduta no Galpgate, abreviou. É que isto prometia alongar o enredo por algumas décadas e é preciso cortar nalguns episódios de acordo com o realizador. Nada de grave.
E aquele episódio brutal do mistério no OE? Contas que não batem a “bota com a perdigota”, que puseram a cabeça num oito a quem se deu o trabalho de as perceber, com contas escondidas a ver se passa?
Ainda houve espaço para comédia com Galamba a debater economia. No Parlamento com sessões divertidas onde PCP e BE fingiram berrar contra propostas, para logo de seguida alimentar-se de saborosos sapos no bufete…  Dizem eles,  que austeridade de esquerda é gourmet.
Nem as beatas faltaram nesta história alucinante. Catarinas e Mortáguas, donas de uma cusquice aprumada, elas que juravam todos os dias fidelidade ao partido, e esganiçavam contra os infieis do regime, foram vistas a praticarem o pecado capitalista em  compras na Zara e no Jumbo. Memorável!
Mas a novela atingiu  seu pico de audiência com um momento de terror interpretado por Mariana quando quis “ir buscar dinheiro a quem acumula dinheiro”. Um episódio tenso que se tornou viral com aquela professora a dar um  “chapadão à chavala”… Muito bom.
Enquanto isso, o vilão da trama, PPC, perseguido por apregoar o apocalispe, parece vir a ser o salvador disto tudo… Estranho… mas teremos de continuar a assistir  para perceber o que aí vem. 
Uma coisa já sabemos: foi um ano  cheio de emoções fortes onde o espectador teve ainda o privilégio de uma participação forçada no financiamento arrojado desta novela da Geringonça.
Aguardemos, pois,  pelos próximos episódios.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A MINHA MENSAGEM DE NATAL AO DR. COSTA




Faço parte daquela maioria quase absoluta, e silenciosa, a quem lhe foi roubado a voz, depois de claramente se ter exprimido nas urnas. Por isso, permita-me este grito de revolta, depois de ouvir sua mensagem de Natal.
O nosso maior défice não é de conhecimento, não senhor, é de governação. Andamos à deriva desde que implantamos a República em 1910. E sabe porquê? Porque o poder transforma alguns adultos em crianças birrentas incapazes de colocar a Nação à frente de qualquer interesse pessoal. Por isso, temos também  maior défice nas contas deste país, onde se gasta o que não se tem, onde não se produz para ter, e depois se mendiga nos mercados,  penhorando gerações inteiras sem escrúpulos. Num país onde o cidadão comum, só por atrasar impostos, mesmo depois de pagos, é colocado na frente de um juiz e responde como um criminoso, por se entender que  lesa o erário público, como pode o Governo lesar com dolo, de forma continuada, 10 milhões de pessoas e ficar impune?
O único défice de conhecimento que temos, efectivamente,  é sobre o real conhecimento do estado da Nação que teimam em ocultar para cumprir promessas eleitorais. Porque os rankings internacionais, na educação, colocaram-nos quase no topo das tabelas, graças às medidas implementadas, durante décadas mas que seu governo resolveu reverter num ano. Não é com políticas laxistas e o regresso dum “Qualifica”, onde se  formatam ignorantes com diplomas,  que se cria uma sociedade decente. Porque a decência provém do bem estar familiar, que se deve a empregos com boas condições salariais e de trabalho  , que só as empresas podem garantir.  Porque só elas criam riqueza. Só elas têm esse poder. Não se pode dar nem prometer nada às famílias sem criar sustento, primeiro.
Assim, como pode erradicar a pobreza infantil, a precariedade laboral, sem antes  apoiar as nossas PME, condignamente, e deixar fluir a  economia livremente para que prospere? Como se atreve a prometer mais às famílias sem acautelar estas entidades que as sustentam? Desde que tomou posse, sobrecarregou-as com mais  impostos, mais obrigações, atrasou  escandalosamente pagamentos. Quer uma economia pujante mas afugenta os investidores. Quer empresas mais competitivas mas  não as incentiva. Ignora-as.  Diz que é preciso investir na cultura, na educação e na ciência mas corta nesses ministérios.  É neste quadro socio-económico a definhar que nos promete mais conhecimento e prosperidade?
Não. Não temos falta de doutores. Temos falta de empregos decentes criados por gente com capital, coragem e determinação para empregar esses doutores e outros. Porque uma sociedade decente assenta na diversidade social onde a riqueza não falta para dar sustento a todos. Que seria de nós se os padeiros, os mecânicos, os trolhas e tantos outros, tivessem todos  seguido para a universidade? Se os investidores deixassem de investir? Se não houvesse empresas? A sociedade, tal como a natureza, carece de equilíbrio, onde os fortes não ocupam o lugar dos mais fracos, mas antes, se complementam. E aqui, por ignorância ideológica, também somos  grandes deficitários.
Perante tamanha mentira em que vivemos, para 2017, desejo  que governe até ao último dia do seu mandato. Mesmo quando a verdade nua e crua nos cair na cabeça, quando a festa populista acabar. Que tenha a hombridade de não provocar eleições para fugir às suas responsabilidades. Quero que assuma cada erro e que seja obrigado, você mesmo, a corrigi-los e não outros que não têm culpa do caminho errático que seguiu. Para que,  aqueles que acreditaram em si, entendam de vez, que não se pode prometer o que não se tem. E que a ilusão se paga caro. E quiçá depois das cinzas, aprendamos a crescer,  como Nação responsável.
São os meus votos.
Feliz  Ano Novo.