sexta-feira, 22 de junho de 2018

A Vergonha Súbita do PS


E de repente, assim do nada, figuras “tristes” do PS  que prestavam vassalagem a Sócrates, começam a sentir um enorme desconforto e vergonha pela corrupção no governo do Zé (como Salgado gosta de o tratar). Compreendo. Enquanto nada se sabia e tudo parecia confinado apenas ao Sócrates e seu fiel amigo “generoso”,  dava para fingir que – tal como Arons de Carvalho afirmou – era aceitável um 1º ministro viver de empréstimos (ah! ah! ah!). Agora com Pinho apanhado nas escutas com Sócrates (veja aqui) já não dá para esconder. Ou seja, não é a vergonha por roubar que os move, mas sim, por terem  sido  apanhados.
O partido socialista é quem mais governa desde 1995  e somou inúmeros escândalos que fariam qualquer um, com moral e ética, morrer de vergonha. Mas não, não morreram de vergonha com Guterres: nas célebres  “viagens Fantasma”; no negócio dos submarinos com Escom com luvas, em 1998, como denuncia e bem,  Cecília Meireles (veja aqui);  na polémica da Fundação para a Prevenção Rodoviária que provocou a demissão de António Vara, uma fundação que servia apenas para duplicar o trabalho do Estado para usufruir de dinheiros públicos; a queda da Ponte de Entre-os-Rios que matou 59 pessoas por negligência grosseira do Estado.
Não, não houve vergonha no caso “Cova da Beira” com o “famoso” Sócrates como protagonista, suspeito de receber 150 mil contos em luvas para influenciar resultados do concurso para o aterro sanitário. Onde foram feitos 3 arguidos posteriormente absolvidos (os amigos são para as ocasiões) apesar da prova bancária. Sócrates escapou  porque o  procurador titular não deixou fazer buscas à sua casa (olha só que simpático!) Curiosamente Carlos Santos Silva esteve ligado ao Processo Cova da Beira pois era sócio de Horácio Luis de Carvalho na empresa Conegil que fazia parte do Consórcio HLC que curiosamente ganhou a adjudicação (ena! é só coincidências!). Curiosamente também este processo foi  arquivado com Sócrates ainda como 1º ministro.  É preciso ter sorte!
Também não vi ninguém com vergonha do caso Freeport em que um vídeo (veja aqui) provava ter havido luvas pagas a Sócrates (outra vez) através de um primo (mais uma rica coincidência!),  para construir em área de reserva natural quando Sócrates era Ministro do Ambiente. A Procuradoria Geral, resolveu pegar no processo que estava nas mãos do Ministério Público do Montijo e transferiu para o Departamento de Cândida Almeida no DCIAP, que em 2010 o encerra intempestivamente num despacho com 27 perguntas a Sócrates que ficaram sem  resposta por… falta de tempo.  Mas que sorte outra vez! O Processo terminou com 2 acusados absolvidos e Sócrates, nadinha.
Não houve vergonha com o “Face Oculta” em que Sócrates (outra vez!) tenta controlar a TVI como comprovavam as escutas com Vara. Mas o Procurador Geral Pinto Monteiro resolveu enviar as escutas para o Presidente do Supremo Tribunal, Noronha do Nascimento, que não as validou e mandou destruir! Já agora, espreite aqui as escutas e faça você mesmo o seu juízo.  O PGR resolveu assim não abrir inquérito e para impedir a consulta dos factos por terceiros, procedeu ao arquivamento administrativo (é só amizade).
Não os vi envergonhados com o Processo Casa Pia onde claramente, nas escutas (veja aqui), Costa, Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues (que entretanto se “cagava para o segredo de justiça”) mexeram cordelinhos para safar o amigo socialista Paulo Pedroso que pelo meio foi retirar rapidinho um sinal de nascença, em zona íntima,  que várias crianças tinham identificado (quanto não vale ter amigos na política!).
Também não os vi minimamente envergonhados ou revoltados pela monstruosa bancarrota de 2011,  graças à governação da festa socialista socrática onde não faltou grandes “bebedeiras de despesismos” com TGV caríssimo, aeroportos  para moscas em Beja, Parque Escolar com candeeiros de Sisa Vieira, PPP’s com Estado a assumir todos os prejuízos de privados, os créditos escandalosos pedidos à CGD, no tempo de Vara (outra vez!) por políticos e empresários do regime sem garantias, entre eles o próprio Sócrates.
Não houve vergonha, muito pelo contrário, já com Costa ao leme: com as  viagens pagas pela Galp em conflito com Estado para levar políticos à bola;  quando se descobriu as SMS de Centeno que provaram haver favorecimento à nova administração da CGD para não apresentar declaração de rendimentos com a ajuda de um decreto feito à pressa no escurinho da noite; com Carlos César a empregar à descarada a família toda na Função Pública, nem por ter andando a receber despesas de viagens que não fez;  quando mais de uma centena de pessoas sucumbiram nos Grandes Fogos de Verão 2017 e centenas de outras ficaram feridas e desalojadas e que continuam grande parte delas à sua triste sorte; pelo  material de guerra que desapareceu por um buraco duma rede em plena luz do dia, misteriosamente; por se morrer de legionella, apanhar sarna ou piolho do pombo nos hospitais públicos; por deixar SNS em falência técnica; pelo caso Raríssimas com ex-secretário da saúde apanhado numa relação íntima com a Presidente; por nos carregar escandalosamente com austeridade em período de bonança, governando de forma totalmente oposta ao tão famoso plano macroeconómico que justificou o derrube do Passos pelas esquerdas!!
A dita vergonha súbita do PS não passa de estratégia. Primeiro para limpar a imagem do partido. Depois, provocar a saída aparente e muito conveniente do “calimero” Sócrates – devidamente concertada – para entretanto preparar o caminho, sem levantar suspeitas, para ilibar os ex-ministros socráticos, decretando leis da rolha, movendo os peões do tabuleiro judicial que permitirão a saída airosa desejada deste pantanal. As nódoas continuarão lá mas branqueadas. Pensem: quem no PS quer ver Sócrates verdadeiramente zangado a dizer tudo o que sabe? Ninguém. Por isso, tudo farão para o ajudar. Indirectamente.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Legislar para matar


Começo por dizer que sou sensível ao sofrimento profundo. Que o conheço porque o senti. Que sei o que é perder toda a esperança e deixar de ver luz. E que de facto confirmo que a vontade de morrer é algo extremamente sedutor quando nada, mas nada mais temos a perder. A morte, naquele momento, parece a salvação a que nos agarramos com toda a força porque estamos fartos, fartos da dor e queremos partir. Sobretudo se somos crentes e acreditamos na vida além da morte. Isso dá-nos alento para prosseguir no nosso objectivo. Mas morrer é irreversível e dou por mim a pensar, vezes sem conta, no que teria perdido se o tivesse feito. Sim, há gente que precisa de ajuda e é urgente resolver essa questão. Mas será legalizando a morte provocada? Vamos reflectir.
Em primeiro lugar não se tratam estes temas sérios e irreversíveis de forma brejeira, num circuito fechado entre deputados e muito menos à pressa.Nenhum partido político colocou a eutanásia no seu programa eleitoral. Logo nenhum está legitimado para o legislar. Se vivemos em democracia como tanto gostam de lembrar não podem agir como pequenos ditadores assumindo ser essa a vontade da sociedade. Não foi dado voz aos cidadãos, não houve debates públicos de esclarecimento sobre as propostas apresentadas, nenhuma televisão fez reportagens sobre o tema ou entrevistas com os proponentes, como raio se atrevem a levar algo para aprovação com o desconhecimento total da população sobre o que é ou não proposto? Quando não se debate o assunto em público surgem dúvidas, receios, medos e são todas legítimas. Quem disser o contrário é desonesto.
Porque o direito a morrer já existe. Todos podemos recusar – sem eutanásia legalizada – tratamentos ou pedir para desligarem as máquinas de suporte à vida. Todos. Assim como, de forma individual, qualquer um pode pôr termo à vida sem consequências para quem fica. Curiosamente, o suicídio individual que não passa ele próprio de um acto de alguém que quer pôr termo ao sofrimento prolongado, é criticado, é condenado social e politicamente. Quem não se lembra das polémicas à volta de Passos Coelho a quem apontavam o aumento de suicídios em Portugal? Ora se é um direito individual que põe termo ao sofrimento de cada um, porque se critica? O acto só é aceitável se for com aval do Estado, é isso?
Ironicamente enquanto à pressa se tenta aprovar a eutanásia em Portugal, as notícias dão-nos conta que há um desinvestimento colossal no SNS que põe em perigo tratamentos oncológicos e 70 000 pessoas sem cuidados paliativos, reduzindo a esperança a quem quer viver! Não é um paradoxo haver uma preocupação desmedida pela morte provocada e um desleixo completo por quem quer viver, faz sentido? Isto para não falar das recentes descobertas científicas que põem termo à dor crónica e que ninguém parece interessado em divulgar, porquê?
Por outro lado, é preciso compreender que não existe liberdade absoluta em sociedade. Isso é anarquia. É viver no caos. Porque as liberdades de uns vão condicionar a liberdade a outros. Por isso, a única liberdade absoluta é aquela que temos em privado. Aquela que podemos dispor como nos apetece, sem restrições. Mas em colectivo, tem de haver ordem. Tem de haver regras. Porque estamos em interacção com outros e esse convívio só é saudável se houver limites. Ora, quando queremos legalizar a morte provocada por terceiros (sem ser por nós), abrimos uma espécie de Caixa de Pandora que atinge todos por igual e cujo resultado só o podemos efectivamente ver na prática. Mas, tratando-se da legalização da morte e sendo ela irreversível, pode ser fatal para toda uma sociedade. Aqui, não se ganha liberdade, perde-se.
É estranho queremos avançar rapidamente sobre esta matéria tão complexa sem sequer querer ouvir quem já a tem em prática como é o caso da Bélgica e Holanda. Curiosamente esteve cá um desses mentores holandeses, o especialista Theo Boer, professor universitário de ética na Holanda e que testemunhou que apesar da lei ser só para casos excepcionais em determinadas situações, viu essa especificidade ser ultrapassada fazendo disparar as mortes não justificadas onde se incluem os dementes. E que hoje pretende-se alargar o direito já existente a pessoas com 75 anos que já não queiram viver! É o terror sobre os idosos em marcha.
Ademais, ninguém olhará da mesma maneira para os médicos e enfermeiros. Quando entrarmos num hospital com diagnóstico grave, jamais nos vamos livrar do medo sem saber se aqueles profissionais que nos calharam na rifa são pró-eutanasia e vão dar tudo por tudo para nos ligar à vida. A desconfiança vai reinar porque todos sabemos que num país com cultura corrupta muitos receberão dinheiro para fazer sumir à luz da lei. Não vale a pena fingir que isso não é possível. Sabemos que sim. Perguntem aos idosos holandeses que migram para lares na Alemanha, por medo.
Esta lei é a antítese da liberdade individual porque coloca na mão do Estado, corrupto, mentiroso, pouco transparente, a nossa tão preciosa vida, dando-lhe poder de decidir sobre ela. Assim, não tardará o dia em que vamos ter de deixar escrito que não autorizamos que nos matem em caso de perda de consciência num acidente, doença grave ou velhice.
Eutanásia é um retrocesso civilizacional. É o assumir do fracasso como sociedade que se demite de proteger, ajudar e cuidar numa era onde a ciência nunca foi tão evoluída e capaz das mais espectaculares descobertas. Porque retirar a esperança às pessoas? É também sinal de hipocrisia quando se criminaliza a prática nos cães a que chamam evolução para a legalizar nos humanos. Não faz qualquer sentido.
Recordo aqui que no AltaDefinição Cristina Caras Lindas contava que quis morrer depois de uma doença terrível que a pôs de coma e quando acordou só mexia a cabeça. Graças à equipa de médicos e enfermeiros extraordinários, que não desistiram, a quem ela agradece emocionada a vida que recuperou, diz-se hoje uma mulher muito feliz por poder usufruir do neto maravilhoso, que entretanto a vida lhe deu e que adora. Caso para perguntar: e se tivesses sido eutanasiada, Cristina?
Não precisa de responder, nós sabemos a resposta.

Quem Precisa de Eutanásia com um País Assim?


Europa. Ano de 2018. O Estado inglês decide sozinho que uma criança de 23 meses deveria morrer por ter doença degenerativa sem cura mesmo admitindo pouco saber ainda sobre essa doença. Alegações? O superior interesse da criança. Sim, leu bem. O Estado, esse Deus omnipotente  sabia que Alfie Evans não tinha cura - mesmo sem ter tentado tudo o que a ciência permitia e sabendo que estão sempre a surgir novas curas -  e queria morrer. Por isso, decidiu "dar-lhe voz" ordenando que fossem desligadas as máquinas de suporte de vida. Ou seja, matá-lo.  Que pensaria Stephen Hawking disto se fosse vivo? 

De pouco serviu a ajuda do Vaticano para tratar o menino. De nada adiantou a vontade dos pais em se agarrarem à esperança lutando desesperadamente pela sobrevivência do seu filho amado. O Estado decidiu, estava decidido: nem tratamentos na Inglaterra nem em qualquer outro sítio do Mundo. Ordem para matar. Ponto final. Não fosse Inglaterra o país do 007. Por falar nisso, alguém viu a Rainha por aí? Ah! espera, essa é apenas peça ornamental. Teria sido o mesmo se fosse com o pequeno Príncipe recém-nascido?

No meu texto "Eutanásia dá muito Jeito"  explicava o lado perverso das leis que dão poderes ao Estado para matar. Argumentei que era um pau de dois bicos porque se por um lado acudia a situações especiais de sofrimento extremo, por outro abria uma Caixa de Pandora porque esse mesmo Estado não era, muitas vezes,  "pessoa de bem". Não tinha ainda este exemplo tão bom para o demonstrar. Limitei-me aos casos já existentes de países que a usam e se viram confrontados com uma realidade cruel que não previram: pessoas a serem mortas sem ser por vontade delas. Com o caso Alfie não podíamos ter um exemplo mais assustador para demonstrar a perigosidade das  leis em que o Estado é rei e senhor do poder sobre a vida. 

Estamos numa época em que a vida humana passou a ter menos valor que a dos animais. Em que se criminaliza todo e qualquer acto contra os bichos e se desresponsabiliza o abandono e morte dos humanos. Isto parece surreal. Mas não é por acaso.  Tem uma clara intenção política. Está na agenda dos desestruturadores de valores sociais. Os aliados de Soros na Europa. A reversão de valores está mesmo na agenda dos políticos. Está confuso? Vamos reflectir.

Comecemos por cá mesmo. Aqui já não é possível abandonar animais sem ser considerado um crime. No entanto, pode abandonar idosos em Hospitais ou suas casas que nada lhe acontece. A quem convém manter as coisas assim? Ao Estado, claro. Mais idosos à sua sorte, mais desprotegidos ficam, mais depressa morrem. Assim, equilibra a idade da esperança média de vida -  que aumentou consideravelmente - com as contas da segurança social.

Mas há mais: por muitos estudos que se façam não há desculpa alguma pelas longas listas de espera do SNS. Não há mesmo! Podem alegar falta de pessoal, podem alegar falta de verbas, podem alegar aumento de fluxo de doentes por isto ou aquilo. Mas a verdade é esta: não há vontade nenhuma de pôr o SNS a funcionar em condições. Porque é o sistema de "eutanásia legal" existente no país para fazer baixar a despesa do Estado e diminuir esperança de vida. Ficou chocado com o que escrevi? Então pense comigo.

Sempre que um banco precisa de dinheiro, mesmo não havendo dinheiro, ele aparece para pagar o buraco. Até hoje já foi enterrado, sem espinhas,  17 mil milhões dos contribuintes. Se não há dinheiro para acudir ao SNS, porque o há SEMPRE quando são bancos e sem limites? A vida humana vale menos que um banco? Vale.  Esta é a prova inegável. Mais: faltam cerca de 5000 especialistas médicos no SNS. O Estado suspendeu concurso que provocou ainda mais saídas. Alega o de sempre: falta de dinheiro. Mas Costa fez entrar na função pública, desde que tomou posse, mais de 10 000 funcionários na administração pública. Está a ver?  E mais esta reflexão: se o Estado quisesse mesmo dar a melhor saúde aos seus cidadãos, em vez de alegar falta de recursos, celebraria parceria com privados, eliminando todas as carências dos utentes, abrindo um leque de muitos mais serviços com qualidade, extensíveis a todos sem excepção. Resolveria assim três problemas: falta de meios,   qualidade de serviços e listas de espera.  Não o fazem porque não querem. Porque interessa manter um serviço que não funciona manietando o cidadão pobre a um destino quase certo em caso de doença: morrer mais cedo. Pense, porque pensar ainda não paga imposto.

Com isto, fica claro que interessa manter o SNS como fachada fingindo que o mesmo é extraordinário e que sem ele os pobrezinhos não tinham direito à saúde. O que não dizem é que tudo fizeram, durante décadas, para que esse mesmo sistema,  só servisse para curar rapidamente gripes e unhas encravadas, e fosse "desinvestido" subtilmente para que as pessoas, que não têm recursos para se curar no privado, definhem lentamente e assim libertem o Estado de despesas pesadas. Uma "Eutanásia" legalmente aceite e que não levanta suspeita. Porque as pessoas só pelo facto poderem ir ao médico sem pagar já as faz sentir protegidas. Problema é quando a doença é mesmo séria e morrem à espera.

Um Estado que mata a vida e a esperança é um carrasco legal. Legitimizar isso com o nosso voto é ser-mos cúmplices dessa matança. O caso Alfie Evans deve servir para  uma profunda reflexão sobre a verdadeira aplicação dessas leis na prática.

Quem precisa de eutanásia num país  sem valores humanos? Ninguém.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

A Falsa “Liberdade” da Esquerda


Confesso que já não tenho paciência para os discursos “bonitos” de homenagem ao 25 Abril como se ele tivesse acabado de acontecer e não soubéssemos ainda o que nos esperava. Foram 44 anos de mentira, de falsa sensação de liberdade só porque agora podemos dizer quase tudo o que pensamos sem ir preso. Por enquanto. E a prova está na abstenção que a seguir à revolução foi quase nula, no ano seguinte passou para 16,5% e a partir de 83,  disparou para 44%. A fraude não tardou a manifestar-se. Hoje, temos a terceira maior dívida do Mundo, o segundo maior défice da Europa, o país mais corrupto da média europeia e estamos no ranking  com  maior carga fiscalEsta é a “bela liberdade” que ganhamos: o aprisionamento  financeiro – por dívida e corrupção – que nos empobrece e impede de ter vida condigna.
O país não mudou com a Revolução dos Cravos. Quando cheguei a Portugal em 78, e até assinarmos contrato de adesão à CEE, em 85,  nosso país não tinha dado um passo ainda na mudança que hoje conhecemos. Muito pelo contrário. Nacionalizações mataram a economia e já tínhamos no currículo duas bancarrotas até 1983!!. Se temos vias de comunicação excelentes, melhor habitação, melhor escolas, melhores hospitais, melhor formação, melhor mercado de trabalho entre outros,  devemos à tão demonizada UE que ainda não parou de canalizar fundos (grande burra!) para encherem inclusivamente muita conta bancária de oportunistas. Se parecemos um país desenvolvido, hoje, é por mérito dessa Europa e não nosso.
Porque se esse dinheiro nunca cá tivesse chegado, estaríamos mais atrasados em todos os segmentos do que durante o Estado Novo, devido à nossa constante incapacidade de nos governar, gastando mais do que a colecta em impostos,  para servir interesses particulares gigantescos, só com uma diferença: já não podíamos contar com os milhões de fundos da UE para nos salvar as contas. Estaríamos a imprimir desenfreadamente moeda para nos manter à tona, fazendo disparar a inflação e desvalorização do escudo, com todas as consequências que daí adviriam, elevando brutalmente o custo de vida e  pobreza. Ou seja, seríamos um “paraíso  Venezuelano” sem petróleo.
Não somos livres não senhor. Somos escravos modernos prisioneiros a escassos rendimentos, “dopados” por uma propaganda eleitoralista constante, para enganar incautos. Quando vejo as esquerdas encherem a boca com a palavra “Liberdade” a torto e a direito dá-me náuseas. E quando ainda por cima vejo liberais a festejar ao lado destes, fico doente. A “liberdade” que a esquerda festeja é exactamente aquela que os que prezam a VERDADEIRA LIBERDADE, abominam. Como podem dar as mãos se não estão a celebrar o mesmo?
A “liberdade” que a esquerda defende hoje, é igual à que defenderam no passado: um Estado totalitário que concentra em si toda a economia e serviços, inclusivamente os meios de comunicação; que regula e  limita  todas as liberdades individuais e colectivas. Regimes que conhecemos bem o “seu sucesso” através da Alemanha de Leste, na Coreia do Norte,  Cuba,  Venezuela e  União Soviética. É aquela “liberdade” que os faz tapar estátuas ou mudar os nomes às praças ou jardins para limpar a História ou atirar ovos em pleno festejo do dia da liberdade aos opositores. É a “liberdade” de dizer explicitamente que só fizeram uma aliança com o “diabo” para impedir a direita de governar (mas que democráticos) demonstrando intolerância por  todos os que não partilham a mesma cartilha. É a “liberdade” de quererem  controlar as redes sociais que consideram um “perigo à democracia”. É a “liberdade” de Soros, esse multimilionário sádico que quer impor uma nova ordem mundial totalitária – a partir do caos causado pela desconstrução da sociedade – e que eles não se importam de figurar na sua plataforma como aliados dessa nova ordem. Veja aqui na Plataforma de George Soros os portugueses aliados, entre eles Marisa Matias, Liliana Rodrigues, Ana Gomes, João Ferreira.  É a “liberdade” jornalística “independente” como o “Só Fumaça” – um jornal marxista – financiada com 80 000€ da Fundação George Soros (outra vez). Que bonito! Estou até “emocionada” com esta “liberdade” ditatorial que apregoam.
Neste dia, e perdoem-me a franqueza, o que esperava ver no Parlamento era um discurso arrebatador, verdadeiramente sentido, com muita revolta, a abanar com toda a estrutura política.  Alguém que olhasse nos olhos de todos os deputados presentes e dissesse em nome de todos nós, cidadãos defraudados: “Basta meus caros deputados! Basta!”. Alguém que rasgasse o politicamente correcto e tirasse as unhas de fora apontando sem dó nem piedade, sem diplomacia,  um a um, os pecados cometidos em 44 anos pela classe política e que suprimiram a liberdade conquistada, e não o contrário. Porque é disso que se trata: roubo de liberdades aos cidadãos e não ganhos.
Mas isso, sou eu, que sou do povo e nunca tive vida fácil. Que tive de batalhar arduamente cada cêntimo ganho. Que desde os 17 passei por vários governos e  sei quanto custa a vida,  governado por mentirosos. Que contei tostões. Que tive mais que um emprego em simultâneo para puder chegar ao fim do mês. Que tive muitos fracassos e vitórias à minha conta por isso conheço o terreno como ninguém. Que possuo uma carreira profissional extensa carregada de experiências ricas em aprendizagem feita de escaladas difíceis, sem apoios. Que conheço o SNS e sei que só serve para curar gripes porque se for urgente e não houver umas economias no bolso para ir ao privado, morre-se na lista de espera. Que sei que se as  escolas públicas não estupidificam mais que ensinam e não são piores  é porque temos profissionais maravilhosos que contrariam as estatísticas e se entregam de forma altruísta.
Porque é preciso nascer, crescer e trabalhar neste país desde cedo, no meio do povo,  para saber realmente o que ele é ou não é e do que precisa. Os outros, são parte do sistema, que viveram sempre confortavelmente e que rosnam mas não abocanham com medo de  perder o lugar ao sol.  Não sentiram a perda de liberdade.  Nem sabem sequer do que falo. Por isso vão continuar a festejá-lo como no 1º dia alheios ao roubo da liberdade pelas esquerdas.