quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Os imigrantes ilegais



Certo dia a propósito do meu texto sobre o  caso do pequeno Alfie, deixaram-me um comentário que tomei em consideração. Dizia, em resumo, que a lei pode ser dura mas que era a lei e assim,  os ingleses, sendo cumpridores de leis (ao contrário de nós que só as temos para serem quebradas)  podia-se  contestar pela mudança da lei mas não pela sua execução. Aplicando este princípio que está certíssimo (pese embora o facto de no meu texto estar a criticar o poder exagerado concedido ao Estado e não a aplicação da lei) a  qualquer nação, não podemos entrar em histeria parva só porque os EUA fazem cumprir suas leis fronteiriças. Das duas uma: ou somos sérios naquilo que defendemos ou não o somos.
Todas as nações têm fronteiras e compete a cada um dos países decidir como as quer manter na defesa pela segurança dos seus cidadãos. Ninguém de fora tem o  direito de  impor seja o que for nesta matéria. Na nossa “casa” mandamos nós ou mandam os vizinhos? Não seja hipócrita e responda com verdade. Você, na sua propriedade, só autoriza  a permanência de quem lhe convier e sob regras impostas por si, certo? E também não tem a porta aberta 24 horas por dia  acessível a qualquer um, pois não? Está a fazer discriminação positiva, certo? A questão da imigração ilegal é complexa e é precisamente por isso que não pode ser tratada de forma leviana porque põe em risco a vida das pessoas violando um dos princípios básicos da função do Estado: proteger. Tal como na sua casa em que toma medidas como fechar a porta à chave, vedar a propriedade com muros, para proteger sua família de invasões indesejadas e impedir a exposição aos perigos, as leis das nações servem exactamente o mesmo propósito.
Esta semana atacaram violentamente a Presidência actual dos EUA por fazer cumprir a lei existente criada por Clinton, agravada depois por Obama e aplicada por todos. Para justificar a desumanidade da separação de crianças dos acompanhantes adultos, registada em 2018 socorreram-se de imagens tiradas em 2014 durante a administração de Obama (ups!) e fizeram correr uma estória de uma menina das Honduras que fez capa no Times como tendo sido falsamente arrancada da mãe quando na verdade apenas se tratava de uma mulher retida em 2013, fugida do pai das meninas (tinha três) e que usou a mais nova para conseguir entrar com mais facilidade na fronteira sem nunca terem sido separadas. Mesmo depois de devidamente desmentido pela Reuters a nossa SIC continuou a divulgar essas imagens como sendo de 2018. Porquê?
A verdade é que é preciso promover a todo o custo  as imigrações ilegais  e diabolizar quem se  opõe porque há uma agenda política para cumprir. Mas não se explica, porque claro não convém, que a luta dos EUA não é contra os imigrantes (a sociedade americana só é multi-étnica porque promovem a imigração)  é contra os ilegais (e quem os promove) que assaltam o país pelas suas fronteiras e invadem a sociedade americana de criminosos como o gangue MS-13 responsável por atrocidades indescritíveis espalhando terror e a quem Trump classificou, e muito bem,  de “animais” para “horror” dos democratas. Basta analisar as declarações de Clinton, ObamaHillary e Trump para verificar que todos estão em sintonia sobre esta matéria. Todos querem que a imigração positiva siga seus trâmites legais. Algum problema nisso? Parece que sim.
Os EUA não querem ser uma Europa que já conta com muitos países a braços com problemas sérios de invasão  em curso onde só em França, por exemplo a população islâmica já representa 15% da população total e    conta com 1500 zonas interditas as “no-go zones”. Dá que pensar.
Devemos aceitar imigração? Claro que sim. Mas sem desrespeito pelos cidadãos que já vivem nesses países.  Dito e muito bem dito, por Obama em 2005: “Aqueles que entram ilegalmente no país e aqueles que os empregam desrespeitam o estado de direito. Eles estão mostrando desrespeito por aqueles que estão seguindo a lei. Nós simplesmente não podemos permitir que pessoas entrem nos Estados Unidos sem serem detectadas, não documentadas, sem controle e contornando a linha de pessoas que pacientemente e legalmente se tornem imigrantes.” Alguém arrisca contestar esta declaração? Claro que não. Porque foi dita por… Obama.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Parem com essas lágrimas de crocodilo!


Perdoem-me mas é absolutamente insuportável ouvir certas figuras políticas falar sobre a tragédia de Pedrógão Grande! Com  ar sério fingindo-se preocupados e emocionados com aquele fatídico dia vêm passados 365 dias dizer alarvidades como se os portugueses fossem um bando de estúpidos sem qualquer capacidade de análise. Continuamos com o mesmo SIRESP apenas com umas “melhorias” e  com a mesmas cláusulas vergonhosas que desresponsabilizam em caso de catástrofe; continuamos com 60% de casas por reconstruir; continuamos com vítimas sem água nem luz nem apoio psicológico; continuamos com os mesmos “boys” incompetentes na ANPC; continuamos em meados de Junho sem prazo de entrega de viaturas à GIPS e GNR  para combates a fogos; continuamos sem saber onde estão os donativos; continuamos sem saber porque o Estado compra mais 4 Kamov por ajuste directo depois da experiência desastrosa com esse equipamento; continuamos sem saber porque o  Estado ainda não foi formalmente acusado por negligência depois de três inquéritos independentes que o comprovam. Francamente!
Como se isto já  não bastasse vem o Primeiro Ministro afirmar que “Portugal devia ter estado mais alerta a tempo e horas para evitar Pedrógão” quando foi ele próprio como ministro da Administração Interna que fragilizou o SIRESP alterando clausulas para diminuir custos. Foi seu comparsa Lacerda Machado o autor do brilhante texto que transformou o SIRESP naquilo que ele é hoje – uma nulidade absoluta – com a colaboração de Constança Urbano!! Foi ele também que acabou com os guardas florestais! Foi ele que já primeiro ministro autorizou que gente sem qualquer habilitação para o cargo – professores do ensino básico, advogados, licenciados em Desporto e Lazer, enfermeiros –  integrasse as chefias do ANPC. Foi ele que fez os negócios ruinosos dos Kamov. Foi ele também que rumou para Ibiza enquanto Portugal ardia e morria gente e no regresso foi a correr fazer um Focus Group para avaliar sua popularidade e vem agora dizer que se podia ter evitado Pedrógão como se a culpa fosse dos proprietários dos terrenos que ele fez o favor de perseguir em vez de ajudar?! É preciso realmente fazer de nós todos parvos.
Por outro lado, Marcelo sempre politicamente correcto, a deixar a mensagem outra vez que tudo foi feito – claro, até os políticos foram roçar mato, coisa nunca antes vista – que todos manifestaram empenho e fizeram tudo o que era possível (e de facto o empenho foi tão grande que há bens e dinheiro  doados sem controlo nenhum e até perderam rasto a donativos). Que  “Houve um Portugal metropolitano que acordou para os “Portugais” desconhecidos, os “Portugais” do interior, que são vários. Começou a acordar em Junho e depois continuou a acordar em Outubro”. A sério?!! Como acordar se nunca dormiram sobre o assunto? O abandono do interior é um facto perpetuado ao longo de décadas por não trazer votos. Todos sabemos que poderá continuar a arder, poderá continuar a despovoar, que  o abandono às gentes do interior não vai acabar. Porque aos olhos dos políticos, quem não compensa eleitoralmente é simplesmente ignorado. Vão mas é mentir para longe!
Entretanto,  a lista  de arguidos de Pedrógão que não pára de crescer, não tem um único político  ligado ao governo, como muito convém. Nem mesmo Valdemar Alves, o Presidente da Câmara de Pedrógão Grande durante a tragédia faz parte dela como deveria. Esse, quase que por “milagre”, livrou-se de boa ao contrário dos outros autarcas. Há gente com “sorte”.
Se tudo está a ser feito é no sentido contrário ao que deveria ser. É para encobrir quem de facto teve responsabilidade e incriminar apenas a arraia-miúda. Arrastar depois o processo até entrar no esquecimento com uma condenaçãozita sem importância nenhuma. Fingir depois que nunca se fez tanto pela prevenção e combate aos fogos quando na verdade estão apenas a aplicar as mesmas fórmulas  desastrosas com cosmética. Para depois, caso se registe nova tragédia, com lágrimas de crocodilo no canto do olho, dizer: “fizemos tudo mas as alterações climáticas, os eucaliptos, os raios, os proprietários com as matas por limpar,  são culpados”. Outra vez. Eles? Nunca têm culpa de nada.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

E se fosse Barack Obama?


Compreendo que seja difícil reconhecer mérito em alguém que se odeia e em que se apostava  que iria arruinar o Mundo com sua loucura, narcisismo e prepotência (sim, ele tem isso tudo). Mas uma coisa é não gostar da pessoa Trump outra coisa é não admitir a eficácia dos seus métodos para conquistar a paz mundial. Dizer-se que foi mérito da China, que foi desespero de Trump (esta foi hilariante!), que foi a Coreia que vergou os EUA (com esta ainda não parei de rir!), que Kim chega numa posição de força melhor que a do Trump como afirmou  Miguel Sousa Tavares (valha-me Deus!), que a ideia de paz nem sequer foi dele, é de uma desonestidade intelectual sem limites. Os factos não mentem e é só preciso lê-los com seriedade.
O episódio que culminou neste momento histórico do aperto de mãos entre EUA e Coreia do Norte, foi a posição severa  e intransigente de Trump em relação Kim Jong-un quando  num ultimato que todos se apressaram a classificar de louco e irresponsável, e que provocaria a III Guerra Mundial, Trump avisava que se o “rocket man” não parasse de fazer experiências com mísseis nucleares, faria desaparecer a Coreia do Norte do mapa! Foi esta posição impopular, politicamente incorrecta que foi decisiva na mudança de planos de Kim. Nunca ninguém tinha tido a coragem de se dirigir a esse pequeno ditador coreano desta forma. De “diálogos em diálogos” o menino mimado que se achava acima de qualquer acordo, brincava aos poderosos provocando o Ocidente. O ódio aos EUA ensinado nas escolas era o combustível que alimentava a loucura de Kim. Até ao dia em que outro louco como ele o enfrentou, sem medo. Kim Jong-un ainda testou Trump com mais uns lançamentos para fingir que era um “poderoso destemido” e estava preparado para “destruir os EUA”. Mas quando Trump imediatamente endureceu as ameaças e fez avanços de tropas para posições estratégicas. Kim recuou e cedeu. Todos assistimos a isto. Porque negar?
Não foi a China nem a Coreia do Sul que pararam a loucura de Kim. Foi o bluff de Trump que resultou na perfeição.  Porque o poder começa no indivíduo e só depois acaba no governo. Se Trump não tivesse sido credível na sua determinação, jamais  teríamos assistido a esta viragem clara na união das Coreias  e desarmamento nuclear. A própria Coreia do Sul o reconheceu.
Tal como Trump, Reagan no passado, igualmente com um bluff bem montado de que iria dar início a um projecto de Iniciativa de Defesa Estratégica –  um sistema defensivo com mísseis colocado no espaço que asseguraria que nenhum míssil disparado pela URSS atingisse os EUA – numa altura em que o império socialista se estava a desmoronar por falência económica, conseguiu pôr fim à Guerra Fria que ameaçava o mundo. Mikhail Gorbachev, tal como Kim, consciente da sua incapacidade para fazer frente aos EUA, cedia. Curiosamente, porque a nossa História tem destas coisas, foi Gorbachev (o líder comunista que cedeu à pressão) e não Reagan, que recebeu o prémio Nobel da Paz por “ter posto fim” à Guerra Fria. Ironias.
Não tenho qualquer dúvida que se mudássemos de protagonistas nesta história e tivesse sido o Obama a conseguir igual feito, o Mundo inteiro iria render-se aos seus pés. As televisões iriam fazer directos, ao minuto,  a acompanhar cada movimento do Presidente, cada palavra, cada expressão. Qualquer coisa por muito insignificante iria ser enaltecida e o momento comentado em mais de uma hora de telejornal, durante vários dias, várias semanas até,  com todos os comentadores televisivos histéricos a bater palmas dizendo que nunca se vira nada igual: EUA a apertar as mãos à  Coreia do Norte e  esta em simultâneo à Coreia do Sul até agora desunida! Mas não. Tinha de ser o Trump, o homem mais odiado do planeta  a conseguir o que não foi conseguido em 70 anos. Logo é preciso desvalorizar.
Curiosamente também, Obama não precisou senão de belos discursos visionários por um mundo livre de armas nucleares para ganhar um Nobel da Paz, em 2009, com menos de 9 meses de presidência e sua candidatura entregue à tangente a menos de um mês depois de assumir o cargo. Ou seja, foi premiado pelas belas intenções que ainda não tivera tempo de concretizar antes do prémio (não me lembro de alguém que tenha contestado isto). Mas já não se aceita que quem efectivamente concretize essa paz sequer sonhe com isso.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A culpa é nossa!


Já pararam para reflectir porque razão temos tão fraca qualidade de governantes quer em Portugal, quer no resto do Mundo? E já repararam também que além de serem medíocres agem de forma irresponsável, sem ética, sem valores, corrupta e mentirosa como se fosse algo perfeitamente normal e aceitável sem sequer se esconderem muito? A explicação para esta podridão legalizada está em nós, cidadãos. Somos os culpados porque nos deixamos manipular por eles.
A primeira defesa contra os manipuladores é a tomada de  consciência da sua existência e questionar sempre tudo o que nos dizem ou apresentam como teoria ou explicação para uma determinada situação, seja de quem for. Quando não duvidamos estamos a abrir uma porta à manipulação que, se for bem feita, toma imediatamente conta do nosso pensamento, contaminando-o. Já não somos nós a tirar conclusões mas sim através dos manipuladores que de forma subtil usam o sentimento para provocar uma reacção emocional que nos vai condicionar o raciocínio lógico. É o caso dos “migrantes refugiados” que nos aparecem em botes sobrelotados em suposto “desespero”, onde nos vendem um “resgate” que não o é, quando na verdade as ONG vão buscá-los à costa da Líbia, enquanto nem reparamos que quase não há mulheres, crianças ou idosos. Se fogem da guerra porque só vêm milhares de homens muito jovens? Pensem.
Questionar, duvidar, pesquisar enquanto houver dúvidas sobre uma determinada teoria oficial não é criar uma teoria da conspiração (se assim fosse, o MP e investigadores da PJ seriam uma organização legalizada de conspiradores). É demonstrar capacidade crítica independente. É  demonstrar força contra as manipulações governamentais que nos querem submissos e ignorantes. Os manipuladores querem que fiquemos satisfeitos com as “provas” que fabricam para nos sossegar ou levar a pensar o que eles querem e por isso sonegam informação. São os primeiros a proibir acesso a dados, a destruir prova, a censurar investigação independente e claro, a classificar como “conspiração” tudo o que sai do seu controle para descredibilizar quem faz investigação paralela.  Vejamos um exemplo em Portugal com Pedrógão Grande: Foi o não criada uma verdade alternativa dizendo que tinha sido a natureza a provocar aquela tragédia? Foi ou não verdade que impediram todos os organismos de revelar o número real de mortes? Foi ou não verdade que foi criado entraves ao acesso à informação sobre a tragédia para que fiquemos convencidos da versão oficial?  Foi ou não destruída prova na ANPC e INEM? Continuam ou não muitos mistérios por responder enquanto governo fala de “teorias de conspiração”?
Claro que este exercício não é fácil. Sobretudo se estivermos emocionalmente ligados a essas pessoas. É o caso da política quando é o “nosso” partido que governa; é o caso do futebol quando é o “nosso” clube que está a ser investigado; é o caso de um familiar ou amigo  quando é apanhado num acto ilícito. As ligações afectivas tornam-nos menos racionais. Logo, mais susceptíveis de manipulação. Colocar o coração de lado na hora de analisar uma situação, a frio, não é fácil mas também não é impossível. Para muitos será natural porque já nasceram com essa habilidade, para outros requererá treino. Contudo tem de ser feito. Porque a manipulação de massas é um facto como o descreve Noam Chomsky e todos os poderosos do Mundo a usam em seu benefício. Infelizmente para nós que não passamos de meros peões neste tabuleiro gigante prontinhos para sermos usados como lhes convém, sem olharem a meios para atingir fins.
As estratégias de manipulação de massas visam bloquear a capacidade críticapara manter o Mundo nas mãos dos poderosos do jeito que eles o idealizam: sob seu total controlo. Nós somos apenas vistos como carneiros estúpidos que eles julgam capazes de neutralizar. Despertar consciências para esta realidade é uma missão de muitos como eu que acreditam que a saída deste lodo político, desta podridão de gente nos governos  só acaba com a mudança nos cidadãos. Aprender a exigir, responsabilizar e depois condenar  e correr a ponta pé esta corja, é vital para a sobrevivência das sociedades.
A culpa é nossa, só nossa,  que aceitamos tudo o que nos é dito sem contestação, que não duvidamos nem questionamos nada. Se queremos mudança temos de  promovê-la começando desde já a mudar a forma como olhamos para os políticos, sejam eles de que partido forem. Não podemos sonhar com melhores resultados se continuarmos a insistir nos mesmos erros.