quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Em Abstracto Temos Direitos

Em abstracto todos as pessoas do Mundo deveriam ter direito a um bom salário com boas condições de trabalho e com período laboral reduzido. Porque as pessoas não são máquinas, têm vida pessoal e prazo de vida. Logo, a actividade profissional não deveria absorver a maior parte da sua existência nem ser escravizante. É para isso que uma sociedade deve evoluir. Porém, em concreto isso ainda não é possível. Porquê? Tão somente porque somos governados por um bando de incompetentes.
Os professores  estão em alvoroço por causa dos congelamentos de salários. Têm razão? Sim. Primeiro porque foi-lhes dado o direito às progressões automáticas, um sistema errado, injusto e inconstitucional (quem terá sido o idiota a inventar isto?), mas a culpa não é deles. Depois porque tendo sido congelados por Sócrates em 2011, foi-lhes dito que o país agora estava a crescer e que a austeridade acabou. Logo, se o país nunca esteve tão bem economicamente, não se percebe a razão de manter congelamentos, certo? Pois. Mas a verdade é que a Geringonça (que nome mais bem atribuído a este bando de incompetentes) MENTIU, mente e continuará a mentir sobre a real situação do país. E na verdade NÃO HÁ QUALQUER FOLGA ORÇAMENTAL. Há um alívio nas contas por via de uma economia que está a crescer graças essencialmente ao turismo que ironicamente querem matar. Só isso. Ora, se em simultâneo se aumentou colossalmente a dívida pública sem fazer nenhuma reforma estrutural séria, esse crescimento não só foi absorvido pelas dívidas como não chega “a meia missa”. Resultado: aumentamos as nossas idas aos mercados para pedir dinheiro… emprestado! Como é que se pode prometer benesses ao sector público com dinheiro dos outros e não com a riqueza criada? Em  abstracto, pode. Em concreto, não.
Se em vez de se governarem a eles próprios, governassem em prol do bem comum, facilmente se conseguiria uma sociedade mais equilibrada e justa, do sector privado e público, em termos laborais. Bastaria que o Estado em vez de perseguir quem cria riqueza, regulamentasse no sentido de estimular as empresas a investir em melhores condições de trabalho e salários. Como? Ora tão simplesmente oferecendo grandes contrapartidas fiscais a quem investisse na qualidade de vida dos seus trabalhadores e penalizadoras a quem seguisse caminho inverso. Assim, criavam um sistema de REDUÇÃO fiscal para contratação de pessoas seniores, para criação de espaços de lazer nas empresas, para redução de horários, transporte, cantina, prémios,  para salários acima do mínimo nacional, para contratação de pessoas deficientes e por aí fora. Por cada benesse introduzida no plano laboral, as empresas poderiam ver seus benefícios fiscais aumentar significativamente e assim, não hesitariam em apostar na qualidade laboral. Porque é sabido que quanto mais satisfeito estiver o trabalhador, mais produtivo é, com maior qualidade de serviço e mais comprometido com a empresa. Exemplos? A Google. Mas há muitos mais em menor escala. São factos. O problema é que para isso ser possível  teria de reduzir o sector público e isso não convém aos interesses instalados.
Ora se o Estado não produz riqueza não pode prometer o “céu e a terra” com o dinheiro privado arrecadado sem reformas profundas. A contenção deve ser a palavra de ordem porque está a gerir impostos arrancados ao orçamento doméstico e empresarial privado. Assim, como se explica que haja progressões automáticas? Como se pode permitir que pessoas sejam premiadas só por ter estado de corpo presente no trabalho? Como pode autorizar que os maus trabalhadores obtenham o mesmo prémio que os bons?  Isto é má gestão dos dinheiros públicos porque dá prejuízos avultados. Premiar a inércia não é economicamente viável. Logo constitucionalmente nunca deveria ser permitido.
Tal como em tantas outras coisas, a verdade é que se alimenta esta clientela a troco de votos atropelando a ética, a razoabilidade e responsabilidade governativa. Depois não se entende porque não há dinheiro para ter bons serviços públicos, para estimular a economia e o investimento. Se quase tudo que se colecta de impostos (ainda por cima elevados) são para alimentar o monstro do Estado, enfadonho e ineficaz, onde sobra para construir uma sociedade justa e com qualidade de vida? Em abstracto, sobra. Em concreto, falta.
Com um Estado que não reestrutura o sector público, que o deixa crescer incontrolavelmente, com regalias inesgotáveis e ainda  deixa seus milhares de funcionários progredir sem mérito, o país está condenado à miséria à boa maneira socialista/comunista.

Empreender em Portugal? Só por Masoquismo

É pró-activo? Tem uma boa ideia e vontade de criar negócio próprio? Então prepare-se para sofrer todos os dias 24h sobre 24h para aguentar sua empresa. É isso mesmo. Ser empreendedor em Portugal não é para fracos. Além de capacidade física para superar tudo o que lhe espera, gosto desmesurado pelo sofrimento, terá ainda de preparar os bolsos para os assaltos fiscais. É que por terras lusas só quem for masoquista, aguenta.
O sofrimento começa logo na constituição do seu negócio. Vão-lhe exigir tudo e mais alguma coisa. Papeis, papeis e mais papeis, burocracias aqui, mais burocracia ali. Se a sua ideia por exemplo for a criação de um espaço para criar animais ou abrir um talho ou indústria, saiba que as instalações que lhe vão exigir serão mais controladas que o Hospital Francisco Xavier. Ah! pois… Ou pensa que é só chegar e construir com qualidade um espaço? Naaaa… Isso é que era bom. Vai ter um sem fim de pareceres e vistorias de várias entidades pelas quais terá de esperar, esperar, esperar… Com alguma sorte, ao fim de um ano terá o alvará na mão. Repito: com alguma sorte.
Depois, começa a batalha das contratações de pessoal. Se pedir ao Centro de Emprego, é garantido que lhe vão enviar muita gente. Mas prepare-se. Porque só por milagre conseguirá toda a mão de obra que necessita e de qualidade. Porque a maioria, com subsídio de desemprego, não vão querer prescindir da sua prestação social para o aturar todos os dias das 8h às 18h. Só com a despesa que lhe vai dar de transporte, vão-lhe fazer um manguito alegando que o salário inicial que lhe quer dar, não compensa(em comparação com o subsídio). Claro que lhe vai dizer que esse salário poderá vir a aumentar consoante o desempenho demonstrado. Mas isso de pouco lhe servirá porque essa malta, habituada a ter tudo pelo Estado sem fazer nada, só aceitará com proposta que garante “salário alto, muitas regalias e poucas obrigações”.
Se conseguiu sobreviver a estas duas etapas sem desistir pelo meio, então já é um grande resiliente e está pronto para enfrentar o próximo GRANDE desafio: o assalto fiscal. Pois é. Por ser empresário será o alvo preferencial de toda a classe política que o vai ver como presa fundamental para alimentar a gula do Estado. E acredite que são mesmo famintos. Se o governo que estiver no poder for social democrata vai ser comido aos bocadinhos que é para não aleijar muito e poder continuar a alimentá-los. Com impostos indirectos e directos, vão lhe roubar mais de metade do seu rendimento mas vão fingir com pequenos apoios que o ajudam a manter-se de portas abertas e prolongar a sua morte lenta. Mas se for socialista/comunista prepare-se para ser devorado com uma dentada só. É que estes últimos detestam a sua classe e só vão sossegar quando conseguiram sugar-lhe tudo quanto tem. Atrás do aumento de um imposto virá mais outros tantos criados no momento para ir buscar mais e mais dinheiro a quem o tem acumulado. Porque poupar é pecado capital. Se o seu negócio não aguentar e morrer a seguir, pouco lhes importará. Depois de ficarem com a riqueza que criou, vão obrigá-lo a tornar-se dependente do Estado para que assim se torne mais controlável e não venha a ter mais poder que eles no governo, entendeu?
Vá… mas não desanime. Ser empreendedor em Portugal é um grande desafio de uma vida. Daquelas experiências inesquecíveis do tipo escalada ao Evereste que põe à prova os limites do ser humano.  Só os muito resistentes lá chegam mas quando chegam tem um sabor a vitória que em nenhuma parte do Mundo é igual.

Que Tal Fazerem à Geringonça uma Reportagem Igual à do Trump?

A SIC quando resolve trabalhar para o sistema é um espectáculo! Consegue transformar a mais reles das governações no melhor sistema político jamais alcançado em Portugal. Como? Ora, fazendo uma reportagem falando SÓ nas supostas coisas boasIGNORANDO por completo as más. Mas não usa esta fórmula para todos. Se fosse o anterior executivo a fazer estes assassinatos políticos e económicos, a reportagem aos 2 anos de governação geringonça feita por esta TV, teria a abordagem que teve a do Trump: só com os  aspectos negativos. Alguém duvida?
Quem viu a reportagem de um ano de governação do Trump feita pela SIC não ficou indiferente ao facto de apenas se fazer uma abordagem ao que correu menos bem. É verdade! Não se falou na economia dos EUA que disparou para valores astronómicos nunca vistos; no menor desemprego de há 16 anos, nas empresas a regressarem em força; na redução de  20% dos combustíveis; no combate eficaz ao DAESH com mais avanços que em 8 anos; nas relações cordiais com a Rússia, essenciais à paz mundial (quem não se lembra da temível Guerra Fria que só terminou com Reagan e Gorbachev); na 3ª guerra Mundial que não ocorreu; na diplomacia internacional que ele soube gerir apesar de se temer o contrário; o rasgar de acordos onde  denunciou a falácia da protecção do ambiente dos países aderentes que continuam a ser os mais poluidores;  o brilhante discurso na ONU (vejam-no por completo aqui) , politicamente incorrecto, com grandes verdades incómodas, onde denunciou a hipocrisia deste organismo. Não. Fez-se uma reportagem onde só se enaltece os aspectos negativos (que os há, claro), se exige muita obra já feita, comparando um ano de governação a quase uma década do anterior. Isto é jornalismo?
A Geringonça, pelo contrário, em reportagem, teve direito a tratamento VIP. Não se falou num governo que começou com a entrega à borla do BANIF ao Santander só para assegurar um empréstimo ao Estado; não se falou do decreto feito na calada da noite para favorecer os banqueiros da CGD dispensando-os de entregar declaração de rendimentos; não se falou do boicote ao inquérito da CGD para que fosse arquivado; não se falou dos inúmeros assessores e adjuntos sem habilitações; não se falou do aumento em mais de 1000 boys e aumento de despesa dos gabinetes em 11%, em relação ao anterior executivo; não se falou da substituição das chefias da ANPC por boys   professores, advogados e outros profissionais sem qualquer experiência em fogos; não se falou na falência do Estado com as mais de 100 mortes encurraladas à sua sorte em fogos florestais; não se falou na vergonha do armamento furtado em Tancos cujos contornos são patéticos; não se falou nas mortes por  legionella em hospital público; nas refeições podres das cantinas escolares; das listas de espera em hospitais falsificadas; dos OE de 2016, 2017 e 2018 carregados de impostos indirectos que provocaram a maior colecta de sempre esvaziando os bolsos dos portugueses; da memorável Mariana que disse que era preciso buscar dinheiro a quem acumula dinheiro; das contas marteladas para o défice à custa de cativações e medidas pontuais; da falta de vergonha deste governo em não assumir responsabilidades sobre nada; das mentiras compulsivas e sucessivas de Costa; na dívida que desde a entrada deste governo SÓ subiu, continua a subir e está a atingir limites incomportáveis. Não. É só coisas boas…
É uma reportagem tendenciosa que enaltece uma paz social podre à conta de sapos engolidos pela extrema esquerda que não quer sair do poleiro sem deixar as sementes todas espalhadas pelo sistema  para que possa dar continuidade aos seus ideais comunistas. Um milagre da estabilidade falsa como Judas à base de muita hipocrisia que já  custou ao BE e PCP parte do eleitorado. Uma reposição de rendimentos mentirosa porque só abrange os mais ABASTADOS DA FUNÇÃO PÚBLICA  e nem esses escapam aos aumentos colossais de impostos indirectos que lhe roubam esses rendimentos sempre que saem de casa para o trabalho ou para o supermercado.
Quando a SIC se presta a um serviço de informação miserável, incapaz de o fazer com isenção e verdade, não está a fazer jornalismo. Está a fazer propaganda.
Querem mostrar isenção? Façam uma reportagem à Geringonça igual à do Trump. E tenham a coragem de ser honestos.
Fica a dica.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

CARTA ABERTA AO BLOCO ESQUERDA


Cara Catarina, Mariana e Joana,

Depois de tomar conhecimento que vão levar ao Parlamento a legalização da cannabis para aprovar antes do fim desta legislatura, permita-me como mãe que lhe GRITE aqui minha revolta. Não compreendo como pode uma sociedade evoluir com esta obsessão em tornar a cannabis num produto acessível aos jovens. Como insistem em dizer que é uma droga inócua, como? Em pleno século XXI onde se faz campanhas para uma vida saudável, a comer saudável, a viver saudável, insiste-se em aprovar a livre circulação de cannabis, porquê? Tornar futuros adultos em seres adictos é evolução?

Entendo que gaiatas que podiam ser minhas filhas, que saem directamente das universidades e se “profissionalizam” em política, sem  qualquer noção do que é a vida nem da luta diária para se  pôr pão na mesa, proteger e criar filhos saudáveis,  vivam obstinadas por liberalizar esta maldita droga que “faz rir” por nunca ter visto as consequências dela nas pessoas que amam, nem tão pouco ter de se preocupar com isso por não ter filhos. Mas em pessoas que são pais, não! Não entendo nem aceito!

A maldita  droga apesar de proibida circula nas escolas entre os miúdos, que aos 13 anos já têm suas primeiras “experiências zen” em iniciação de drogas ditas “leves”.  E com a porcaria da propaganda falsa constante de que esta droga não vicia, nem sequer se sentem culpados e quem os tenta travar é rotulado de retrógrada. Mas a verdade nua e crua é que depois de experimentar, estes jovens, com cérebros em formação, tornam-se escravos dela. E o que começou por curiosidade e diversão passa a ser necessário sempre que se sentem ansiosos ou deprimidos. Altera-lhes a personalidade, quebra o rendimento escolar, ficam mais agressivos e intolerantes, numa fase já por si complicada. Porque ELA comanda, ELA decide, ELA exige assim que entra uma ÚNICA vez no organismo e estimula o centro do prazer. Ficam  a viver como um “doente” que não passa sem a “medicação” para se sentirem relaxados, seguros, enfim, normais. Isto é evolução?

Claro que a vós não vos preocupa porque vossos filhos quando os têm vão para as melhores escolas privadas  do país longe desta realidade. Não serão os ratos de laboratório das vossas brilhantes experiências.

Porque a legalização que querem da cannabis não passa  dum acto egoísta dos adultos que acham que as drogas recreativas são um direito e por isso esquecem (porque assim lhes convém), o mal que espalham nas sociedades vindouras.

Um jovem consumidor será  no futuro um adulto comandado por uma substância que lhe vai roubar o orçamento doméstico  e ainda  o tornará  menos saudável.

Querem acabar com o problema dos traficantes? Transformem a cannabis em medicamento acessível nas farmácias  mediante prescrição médica e o problema deixa de estar nas ruas.

Mas liberalização, não!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

AS CATIVAÇÕES DE CENTENO MATAM


O recente caso escandaloso de legionella num hospital público (sim, num hospital… público!) não deixa dúvidas: As cativações de Centeno matam. Matou nas estradas pessoas que fugiam aos fogos por indicação das autoridades sem meios operacionais.  Mata agora pessoas que se dirigiam ao hospital para se tratarem porque a limpeza e manutenção dos equipamentos não estava a ser feita. Mata gente com doença oncológica por falta de assistência com 5 milhões já aprovados para os serviços de oncologia, mas suspensos. Matará ainda mais gente quando houver cheias ou sismos por falta de prevenção e meios, outra vez. Ou simplesmente enquanto esperam por cirurgia onde a limpeza de ficheiros impede de se saber a dimensão do drama.Sim, as cativações estão matar e não se ficam por aqui. As escolas já servem comida com larvas, ou  em decomposição, sem carne ou porções diminutas… e os cortes na GNR e PSP disfarçados com alunos que nem começaram o curso. Sem falar das verbas do OE 2018 que não cobrem integralmente as refeições a reclusos.
Para quem não sabe, “cativações” é o termo técnico para designar “suspensões”. Ou seja, é uma ferramenta usada pelos financeiros para TEMPORARIAMENTE suspender verbas e ganhar alguma folga financeira. Nunca pode ser definitivo. É como suspender o ar enquanto respiramos, estão a ver? Se o mantivermos suspenso, morremos. Aqui é exactamente o mesmo.
Quando se recorre a este mecanismo como forma exclusiva de contenção de despesaestá-se criminosamente a retirar verbas ESSENCIAIS ao bom funcionamento dos serviços públicos que só nos hospitais vai em 9,2 mil milhões. Ou nos transportes onde 20% da frota está PARADA por falta de manutenção. Pior, está-se também a PARAR o país criando graves dificuldades de tesouraria em todas as empresas fornecedoras do Estado que, sem liquidez, ou se endividam ainda mais ou entram em insolvência. Bonito serviço, não?
Ora, eu não tenho dúvidas nenhumas que o nosso “CR7 das cativações” sabe disso. Isto é básico em gestão. Porém, ao seguir firme por esta trajectória está simplesmente a dizer de forma dissimulada “que se lixe”. Importa-lhe, tal como ao Costa, o momento. E o momento é de encobrimento, de cirurgia plástica às contas. Se depois algo correr mal, pouco importa pois tal como o próprio o disse “em 2018 já não será ele o Ministro das Finanças”.
O que importou nestes 2 anos de governação da geringonça, essa criação maravilhosa que junta 3 derrotados de esquerdas à frente dos destinos da nação, foi encher de regalias os de sempre: função pública e corporações. Veja-se a última preocupação destes ao querer reformas antecipadas aos funcionários públicos que entrem no desemprego ( inconstitucional ao abrigo do artº 13º)! Aqui não houve cativações. Abriu-se cordões à bolsa e todos os dias se prometeu mais e mais. Não só aos Funcionários Públicos  mas também investiram largamente e sem limites neles próprios. Não houve qualquer problema de verbas. Tal como Costa afirmou foi “chapa ganha, chapa distribui“. Claro, mas só para eles e função pública.
Ironicamente, precisamente quando o calendário nos lembra que o comunismo nasceu há 100 anos, sentimos na carne a aplicação ainda em modo muito inicial dessa ideologia de Marx. A concentração no Estado de TODAS as prioridades  só com elites e corporações deixando o povo com migalhas entregue à sua sorte. Pior: na teoria dos carniceiros comunistas, morrer por aplicação desta ideologia de sonho é apenas dano colateral das Revoluções de Outubro,  Novembro ou do raio que os parta, onde morrer não era um problema: RESOLVIA problemas. Ou seja, morrer gente não lhes tira o sono. Só o Focus Group que é preciso ir controlando para que a popularidade se mantenha alta e os votos correspondentes. Emoções? Quando não há, inventam-se. Tudo em prol da ideologia propagandista e de vaidade. Tal e qual os regimes vermelhos.
Por isso, as cativações vão continuar independentemente de quem morra. Porque o DINHEIRO DE BRUXELAS faz falta para pagar salários e reformas a esta malta e ele não pode falhar. Isso é que importa. Enganar a CE até onde for possível para manter o nível de vida que ambicionam.
O resto da população não passam de números. Mais um menos um, tanto faz.

CARTA ABERTA A JERÓNIMO DE SOUSA


Caro Jerónimo,
Soube que esteve eufórico a comemorar os 100 anos do Comunismo essa maravilha de ideologia que matou mais 100 milhões de pessoas no passado e ainda mata no presente. Sei que o seu entusiasmo o levou a dizer que foi o “maior acontecimento do século XX” e a ele “devemos os direitos laborais, mas provavelmente por ignorância ou cegueira ideológica – não o culpo – o único mérito que trouxe foi a apropriação dos bens privados, recorrendo ao saque violento e mortífero em nome dessa Revolução deixando povos na miséria a morrerem de fome para pôr em prática a doutrina de Marx, um fiasco Mundial. Nem sequer os direitos laborais nasceram do comunismo porque antes do nascimento do comunismo, em 1917, já em 1802 nascia a Primeira Lei de trabalho do REINO UNIDO; em 1831 nasciam as Primeiras regulações nos ESTADOS UNIDOS; em 1841 nascia a Primeira Lei de Trabalho de FRANÇA; em 1859 nasciam as Primeiras regulações no extinto Império AUSTRO-HÚNGARO; 1869 nasciam as Primeiras regulações na ALEMANHA; em 1867 nasciam as Primeiras regulações em PORTUGAL; em 1877 nasciam as Primeiras regulações na SUÍÇA; 1886 nasciam as Primeiras regulações em ITÁLIA; 1892 nasciam as Primeiras regulações na SUÉCIA e DINAMARCA; 1902 nasciam as Primeiras regulações em ESPANHA. Nem sequer o direito ao voto da mulher foi conquista vossa: foi introduzida na Constituição por Salazar. As vossas conquistas foi acoplarem-se aos governos reivindicando regalias para as corporações e elites.
Escolheu o Coliseu para os festejos num país capitalista de mercado livre. Mas deveria ter escolhido fazê-lo na Ucrânia, na China ou na Rússia junto com os povos que sentiram e respiraram esse “Sonho de um Mundo Novo” onde a Revolução está tão viva nas suas memórias que uns baniram por completo o comunismo, os outros nem sequer o festejam como sinal de vergonha. Sim, camarada Jerónimo, a Revolução de Outubro está viva, tão viva que por onde ela passou deixou um rasto de revolta e dor que o tempo jamais apagará. Nem mesmo os que o viveram cá, no Verão Quente, felizmente por breve período, o esquecerão tão cedo.
Não! nós Mundo não decretamos a morte ao Comunismo. Foi ele que morreu sozinho nas terras onde nasceu e foi enterrado lá por quem a ELE SOBREVIVEU. Vive ainda por cá porque ser comunista num país capitalista é uma doce utopia que não aleija. Só engorda os incautos.
E não! camarada, o Comunismo não é nem nunca será compatível com a democracia porque defende o totalitarismo do Estado e em ditadura ninguém é livre. É assim na Coreia do Norte que tanto elogia, na Venezuela que tanto admira, em Cuba que tanto louva. Mas onde nunca nenhum de vós sentiu desejo de permanecer. Como conseguem resistir a esses países idílicos onde vosso sonho está vivo?
Pare de dizer que fascismo é antagónico ao comunismo se ambas são correntes da ideologia marxista. Branquear a História e criar pós-verdades não altera os factos. São ambos “filhos da mesma mãe”. Lamento.
Quer a Revolução Socialista em Portugal? Esqueça! Ela jamais virá! Porque o povo português conhece Holodomor, Auschwitz, os Gulags, o Verão Quente, tem descendentes na Venezuela e acompanha o que se passa em Cuba e na Coreia do Norte. Pode ser ainda iletrado mas não é estúpido. Muito menos esquecido. Temos pena.
holodomor

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A ESCRAVIDÃO DOS IMPOSTOS EM PORTUGAL










É simplesmente criminoso o que se anda a fazer em Portugal anos a fio. Com uma irresponsabilidade arrepiante governa-se para a “compra” de votos sem qualquer preocupação com o futuro. Depois pede-se com ar muito sério austeridade ao povo português (que não inclui nunca a classe política) à qual se junta sistematicamente aumentos de impostos. Quando não chega o aumento aos já existentes, inventam-se uns quantos mais. Isto não é governar. É roubar.
O saque começa sempre pelos mesmos: os criadores de riqueza. A eles cabe a responsabilidade em primeiro lugar para pagar os devaneios dos políticos. Como aquele filho adolescente, estão a ver? que passa o tempo todo a exigir aos pais que lhe pague todos os vícios e luxos só porque acha que tem esse direito por ser filho. Ora o Estado age para com os empresários do mesmo jeito, considerando o lucro como um vício capitalista que é preciso controlar e manter em níveis baixos. É pecado ser criador de riqueza. Assim, penaliza-se a classe  com obrigações fiscais diversas sobre a empresa (IRC, tributações autónomas, PEC) e depois sobre os trabalhadores (seg. social, fundo de compensação, acidentes trabalho, subsídio alimentação, formação anual, higiene e segurança). Feitas as contas é assim: um trabalhador que leve um salário de 1000€ bruto, custará à empresa, por subsídios férias e natal, 166,6€ (1000 x 14/12=1166,6€), 277,08€ de segurança social (1.000€ x 23,75% = 237,5€ x 14=3 325€/12=277,08€),  11,66€ de acidentes trabalho (1000€ x 1% = 10€ x 14 = 140€ / 12 = 11,66€),  131,47€ de subsídio alimentação (6,83€ x 21 dias úteis = 143,43€ x 11 meses = 1.577,73€/12 = 131,47 €) num total de 1 581,81€ ao qual se junta AINDA as despesas, algumas variáveis, com formação anual obrigatória, fundo de compensação de 1%, higiene e segurança e 136 dias pagos anuais de trabalho não efectivo correspondente a fins semana, férias e feriados.
Depois vem o contribuinte que com seus parcos rendimentos tem de entregar ao Estado quase metade do fruto do seu trabalho a esse vigarista travestido  no IRS e outra vez na segurança social (11%).
Mas o confisco não acaba aqui. Depois, o Estado obriga a pagar IVA (entre outras taxas e taxinhas) de todos os serviços e bens transaccionados. Ora, enquanto nas empresas o IVA é dedutível, ao nível particular, tirando aquelas despesas mínimas mas com limites à dedução no IRS, o resto é pagar e não bufar. Ou seja, se nos retiram quase metade à cabeça para impostos sobre o trabalho, o resto acaba por inevitavelmente ir para pagar impostos directos e indirectos sobre casa, transportes, comida, luz, água, gás, roupa, educação e lazer (quando é possível). Ou seja, no fim das contas, ou nos cortamos em despesas ou ficamos a dever. Poupar? Bem isso é quase uma miragem pois tal proeza é só de quem consegue privar-se de muito e mesmo assim…
Um Estado responsável e competente não precisaria senão do IVA, cuja taxa até podia aumentar, para fazer uma boa gestão do sector, onde se tributaria apenas TODAS as transacções de bens e serviços. Porque esse é o único imposto justo e aceitável.  Em resultado teríamos um impulso na economia com investidores a guerrearem para criarem riqueza no nosso país, emprego a disparar, nível de vida a melhorar, pessoas mais felizes e motivadas porque veriam mais dinheiro ao fim do mês impulsionando o consumo, salários com muita mais margem de negociação logo muito melhores e acima dos miseráveis 585€ de mínimo nacional. Sim, o investimento cria riqueza e a riqueza, quando acessível a TODOS atenua as desigualdades. E sem grilhetas, as pessoas produzem mais porque sabem que o retorno do seu suor, é delas. Só delas.
O Estado actual é ladrão autorizado que empobrece tudo o que estiver à sua volta sem sequer dar o retorno a quem sacrifica. Por isso tem de ser reduzido ao essencial com limites expressos na Constituição, parar de tributar sucessivamente e procurar no futuro ALIVIAR reduzindo a carga fiscal até à razoabilidade para devolver a liberdade aos cidadãos.
Porque imposto é escravidão, é roubo aos indefesos.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

PARA QUE RAIO SERVE O PAN?




Andaram muito ocupados com a Morte do Galo em Seia que afinal é um ovo. Deram prioridade aos animais que quisessem passar a comer fora em restaurantes. Também não se esqueceram de criminalizar os maus tratos  nem de regulamentar a venda em comércios e internet dos patudos. O resto do tempo foi para defender os copos menstruais e ovos contraceptivos para pombos, ou o reconhecimento no Código Civil de um eventual terceiro tipo de “pessoa”, para além da pessoa singular e da pessoa colectiva já existente, para animais. Muito bem! Esqueceram-se no entanto, COMPLETAMENTE das PESSOAS, ANIMAIS e NATUREZA vítimas dos maiores incêndios florestais de que há memória em Portugal. Alguém os viu ou ouviu??
Só em Pedrógão Grande, o número de pessoas vítimas oficiais foram 67 (nem o INEM quis colaborar com a Comissão Independente de Investigação aos Fogos para não ter de revelar algo incómodo) com centenas hospitalizados. Animais foram mais de 500 mortos e cerca de 1200 assistidos. Com a tragédia de 15 de Outubro somaram-se ainda mais 47 pessoas falecidas, mais de 60 feridas e o dobro de animais perdidos na tragédia de Pedrógão. Onde raio está o PAN? Alguém viu esta gente a sujar os sapatinhos de verniz nas cinzas, preocupado com o ecossistema ou a falar com a população afectada? Ora essa! Gentes rurais por acaso dão votos no PAN?
Na verdade se não fosse a Sociedade Civil, outra vez, a mobilizar-se rapidamente acudindo logo no MESMO dia às vítimas destes mortíferos e criminosos fogos, animais e seus donos estariam já todos mortos de fome. Ouviram bem? MORTOS DE FOME. Com efeito, é preciso estar no terreno para ver a dramática e revoltante situação de abandono  a que estão sujeitos. Meu Deus! É impossível ficar indiferente a este sofrimento. São agricultores a suplicar por alimento para os animais sobreviventes. São pessoas aflitas porque não têm anexos para abrigar as ovelhas. Lágrimas por não ter como acudir aos bichos enquanto eles próprios sofrem também por terem perdido tudo.  Vá lá… vá lá… o PAN não quer saber mas pelo menos temos a romaria de cínicos do costume a visitar as zonas ardidas porque fica bem no focus group (menos mal). Fazer, concretizar no imediato e rápido, com dinheiros de donativos (não Estatais) nem pensar. É preciso BUROCRATIZAR ao máximo aquilo que não lhes pertence se não à Sociedade Civil para fazer render o peixe nas contas bancárias… Enquanto isso, que se desenrasquem! Não é? O Natal já está aí e só 32 casas de habitação permanente estão a ser concluídas em Pedrógão. Digam lá se isto é admissível com milhões de donativos onde parte até já foi para aquisição de equipamento hospitalar! Haja vergonha!
O PAN é um valente flop! Não serve efectivamente para nada. Dois anos já no Parlamento e não criminalizou a violência sobre idosos. Não se preocupou um único dia com pessoas que vivem na rua. Não emitiu um pio sobre crianças maltratadas e abandonadas. Nunca se debruçou sobre o Tejo que está a literalmente a MORRER. Tal como Costa, foram atrás daquilo que dá votos pouco se lixando para aquilo a que foram votados. São um embuste que à semelhança do BE se dizem tão preocupados com os mais desfavorecidos mas esquecem-se deles todos os dias. Porque esses como já disse não são funcionários públicos nem dão votos.
Oxalá o cidadão acorde e perceba rapidamente que esta gente não passa de burgueses preocupados com seu lugarzito no Parlamento e os ponha dali para fora. Parasitas a ganhar milhares de euros mensais junto com seus “assessores da treta” que nem árvores plantam em prol da natureza mas que a usam para se promoverem, precisam mesmo é de ir dar banho ao cão, ao gato ou ao periquito… lá de casa…  para bem  longe.
Porque o Parlamento precisa urgentemente tal como nossas florestas, de “limpeza e reordenamento”. Arrancar pela raiz as “ervas daninhas”  e renovar as “plantas mortas” para dar lugar a uma nova “reflorestação” política.
O PAN e todos que por lá poluem.

OS FILHOS DE NINGUÉM


Compreendo a tristeza dos casais que querem ter filhos e não podem. Compreendo a dor das mulheres desprovidas de útero que jamais poderão conceber. Não compreendo que se meta no mesmo saco, casais homossexuais ou pessoas solteiras e se crie legislação que os permita procriar tolerando que a criança cresça sem DIREITO à figura materna ou paterna tão fundamental ao seu crescimento.
Estamos a criar a geração dos filhos de ninguém. Os fins justificam os meios numa sociedade cada vez mais egoísta. Chamam a isso evolução. Mas na verdade é a desumanização em curso. É a degradação acelerada de valores que gerações futuras terão de pagar a  um preço muito alto. Dizem que é para acabar com a discriminação. Dizem que é uma luta por igualdade de direitos. E os direitos da criança onde ficam nisto tudo? Que igualdade vem a ser esta?
Alguém já questionou as crianças que são objecto dessas experiências? Alguém já se preocupou em saber o que pensam elas destas decisões onde não são tidas nem achadas? Claro que não. Nada pode pôr em causa o desejo egoísta dos adultos LGBT e feministas.
Só mesmo quem não passou pela experiência de ser pai ou mãe NÃO SABE da importância que ambos têm no crescimento equilibrado e saudável dos seus filhos. NENHUM consegue substituir o outro porque ambos complementam a sua formação enquanto indivíduo. As meninas agarram-se à figura paterna na infância onde o pai é seu herói, seu porto de abrigo para depois na adolescência o “substituírem” pela mãe que passa a ser a figura com a qual se identificam e que procuram sempre que são assoladas por dúvidas ou se metem em problemas. Pelo contrário os meninos na primeira fase da vida são todos “da mamã” para depois já pré-adolescentes procurarem  identificar-se com o pai, seu modelo de homem, sua referência, seu conselheiro. A NATUREZA comanda. Não vale a pena inventar ideologias para aliviar as consciências gays. Não funciona assim.
Num testemunho emocionado (veja aqui), Millie Fontana com 23 anos, criada com duas lésbicas, explica a crueldade a que foi submetida por egoísmo dos adultos. O quão violento foi crescer ao ser-lhe negado a existência de um pai. O quanto a afectou ter pais AMBOS mulheres. O medo de dizer o que sentia por receio de lhe chamarem homofóbica. Apesar do amor com que foi criada, o facto de ter sido privada da figura paterna, deixou-lhe marcas. Alguém se rala com este tema? Alguém já investigou as consequências da Procriação Medicamente Assistida  junto destas crianças? Claro que não. Não é politicamente correcto.
A adopção deveria ser a ÚNICA possibilidade, por uma razão muito simples: a criança institucionalizada não tem absolutamente nada. Vive desprovida de afectos, de um lar. Ora, viver com pais do mesmo sexo não a vai perturbar mais do que viver sozinha num completo abandono. Sem no entanto lhe negar qualquer possibilidade de conhecer seus pais biológicos (deveria ser proibido não lhe facultar esse direito) e até poder conviver com os mesmos, esta adopção é positiva e é louvável. Pelo contrário aqueles que nascem da PMA , nascem da mentira. E isso é eticamente muito errado e profundamente perturbador no seu crescimento.
Porque há uma agenda LGBT e feminista para cumprirrouba-se uma geração no seu direito a ter uma família tradicional porque agora defender o tradicional é discriminatório. Mutila-se a criança no seu direito à igualdade menosprezando por completo os sentimentos dela. Depois incute-se o sentimento de culpa que as impede de dizer o que sentem, que as castram do direito de dizer que não estão bem porque se o fizeram serão homofóbicas. Mais, também não poderão queixar-se dos pais gays porque ao fazê-lo alguém lhes lembrará que isso é… descriminação. E neste ciclo vicioso crescerão revoltadas entregues a um silencio doloroso que não sabemos ainda como terminará porque nem sequer queremos ver reconhecido que existe este problema. 
E todos que tiverem a coragem de abordar o  tema serão  classificados de homofóbicos por defenderem os direitos dos filhos de ninguém. Como é o meu caso.
Isto faz sentido?


O JUIZ QUE FUNDAMENTA COM A BÍBLIA


Parece que há no Tribunal da Relação do Porto um juiz que negou o provimento ao recurso do Ministério Público para agravamento de pena suspensa para efectiva a um estupor, que se juntou ao amante da mulher para a sequestrar e lhe desferir uma valente tareia com uma moca de pregos, citando a Bíblia e o código penal de 1886! Alegou ainda que estava em causa a honra desse idiota troglodita (como se os monstros das cavernas merecessem tamanho apreço) como atenuante. Bonito!
Não estou nada surpreendida com este acórdão. Nadinha. Se a comunicação social em vez de andar atrás do Marcelo e do Passos fizessem mais trabalho de investigação para denunciar o que de mal se faz neste país para assim o melhorar, teriam descoberto há muito que este caso é apenas um num milhão. E tenho a certeza que, assim como escrutinaram este, se fizessem um levantamento sério às sentenças da nossa justiça, o país entrava em choque.
Infelizmente o Tribunal logo muito cedo passou a ser minha segunda casa devido às imensas adversidades que tive de enfrentar, sozinha. Por isso tenho conhecimento de causa. Aliás, tenho dito com alguma ironia, que se Holywood descobre minha história de vida, fico rica com a trama dramática digna de um Óscar! Não estou a brincar. E foi nessa travessia árdua que dei conta de como funciona a nossa justiça a quem tive de recorrer tantas vezes (e o nosso país no geral) quando precisamos  e sobretudo se  formos mulher. Com apenas 22 anos senti-me humilhada por um juiz que simplesmente referiu que se insistisse com divórcio, faria com que perdesse a guarda da  minha filha alegando que  não tinha condições para a ter porque estava a contrato no ensino e vivia em casa arrendada. Tal e qual. Estávamos em 1990 e pelo que deixou transparecer naquele gabinete para Reconciliação das Partes, não era a favor de mulheres que pediam divórcio. Portanto, ou me  reconciliava ou tinha as consequências. Acreditando na justiça acima de tudo (como eu era ingénua nessa época!) que apontava que à mãe só lhe eram retirados os filhos por falhas graves, segui em frente. E para espanto de toda uma sociedade (que ficou a olhar de canto para mim achando que eu só poderia esconder grandes pecados por ter perdido a guarda para o pai), perdi a minha filha que passei a ver de 15 em 15 dias, ao fim de semana. Nada normal para a época.
Consegui reverter o processo se não passado quase uma década (8 anos) quando resolvo entregar o caso a uma advogada (uma mudança de estratégia minha que até ali só tinha tido advogados) e ela me diz: “Parece que vamos ter sorte. O processo vai ser julgado por uma juíza”, deixando transparecer que isso seria uma mais valia. E foi. Em 1997, e já com 11 anos, minha filha é-me entregue finalmente.
Dito isto, é claro que temos um problema cultural até naqueles que nos julgam. Quando um juiz minimiza uma agressão  à mocada numa mulher que diz ser adúltera, está a dizer que as agressões de violência doméstica, têm atenuantes. Está a defender abertamente as agressões para casos específicos. Vindo de um juiz é gravíssimo porque o recurso à violência é primitivo, bárbaro e cruel. Nada o justifica. NADA. Recorrer a esta argumentação mostra falhas graves de carácter e isso é perigoso.
Porque os juízes são meros seres humanos, tem de haver mecanismos que façam com que a selecção seja feita aos melhores que a sociedade tem. E para isso não basta ter boas notas na faculdade. Tem de haver avaliações aos valores, formação humana,  psicológicos. Além disto há que avaliar o trabalho deles de forma contínua. Verificar as sentenças. Retirar da carreira quem presta mau serviço. Não são umas  pessoas quaisquer. Nem estão num lugar qualquer.  Estes indivíduos julgam outros. Têm uma responsabilidade gigantesca nas mãos. Uma má decisão arruína vidas. Traz dor e sofrimento. Não é para qualquer um. Veja-se o caso do Hugo, o GNR  que  em exercício das suas funções mata acidentalmente o filho de um ladrão em fuga que  tinha levado a criança para um assalto. Quem teve de indemnizar? Quem ficou com a carreira e vida destruídas. O Hugo. Sem falar dos que ajudam políticos a fazer desaparecer provas ou nem sequer levá-los a julgamento ou condená-los… estão a ver?
Quando um juiz assistido por uma mulher juíza impedem o agravamento da sentença a um bárbaro com moca de pregos, amplamente condenado pelos bispos e Amnistia Internacional, ou vemos colarinhos brancos corruptos ou pedófilos sem nunca conhecerem uma cela, não ficam dúvidas que a  nossa justiça anda mesmo muito doente.