quarta-feira, 11 de julho de 2018

E as mulheres polícias abatidas na Bélgica não revolta as feministas?


Isabel Moreira, essa deputada cujas batalhas tem sido apenas pela defesa do cigarro electrónico, pelo direito de fumar em locais públicos, eutanásia, casamento gay, adopção gay, pelo aborto, mudança de sexo aos 16 anos e drogas livres, está zangada. Então não é que foram fazer uma publicidade com uma mãe fumadora para alertar sobre os perigos dessa dependência agora que foi revelado um estudo que aponta para o crescimento de mulheres fumadores ultrapassando já os homens?  Onde já se viu usar uma mulher para passar uma mensagem às mulheres com tanto género disponível (dizem que são cerca de 70)? Uma publicidade, não pode ter um mercado alvo. Tem de ser ambígua. Tem de servir os géneros todos senão é discriminação. A mesma disse à agência Lusa: “Espero que o Ministério da Saúde retire a campanha, que é uma campanha misógina e culpabilizante das mulheres”. Não se assustem. Este raciocínio não é de um doente mental. É de uma deputada que é paga (e bem paga!) por todos nós.
Estamos na era da idiotice avalizada pelos defensores do politicamente correcto. Os criadores de idiotices estão em todo o lado prontos para actuar a cada segundo. Escrutinam tudo e mais alguma coisa para encontrar motivos de discórdia alegando discriminação. Uma simples opinião que põe em causa uma teoria oficial ou até comprovar cientificamente a falácia de certas ideologias, vai imediatamente desencadear todo um processo de desacreditação das pessoas que tiveram a coragem de questionar ou contrariar, chegando ao extremo de processar, rotular  ou prender quem não se submete às idiotices da desconstrução social como foi o caso do jornalista inglês Tommy Robinson. Este Mundo tornou-se perigoso. Os doidos agora andam soltos e com  o apoio dos Governos e organizações internacionais.
O caso da dita publicidade podia ter ficado por aqui com estas baboseiras a que Isabel nos habituou há muito. Mas não. Tinha de entrar no “campo de batalha” as Capazes, famosas pela defesa dos transportes públicos separados,  sanções a livros para meninas,  proibição de voto a homens brancos e tantas outras pérolas. A associação vai mesmo processar quem autorizou esta publicidade alegando que “o problema é a redução da campanha a uma série de estereótipos que têm prejudicado a mulher, reduzindo-a ao papel de mãe e ao papel de princesa”. Estas “snowflakes” sentem-se atingidas na mensagem da publicidade cujo filme é da autoria de alunas da Escola Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto. Vejam só que irónico. São duas meninas. Vá lá… o mundo das mulheres não está perdido. A esperança vive, sem dúvida,  nestas jovens lúcidas imunes à lavagem cerebral do marxismo cultural.
É curioso ver quanta hipocrisia reina nestas cabeças desorientadas. Estão tão presentes nas causas inventadas onde não há problemas (só uma mente distorcida vê discriminação na publicidade em causa) mas completamente ausentes, a marimbarem-se literalmente com  mulheres vítimas do politicamente correcto, em serviço na Bélgica enquanto defendiam o país de migrantes extremistas que o governo alberga. A morte destas duas mulheres polícias não as comoveu, não as fez exigir mais controlo na aceitação de migrantes nem tão pouco foi exigido um voto de pesar no Parlamento como o foi  para Marielle Franco. Porquê? É simples: estas feministas não representam as mulheres. Representam uma agenda  “sui generis” para as mulheres. Quem não bater palmas a essa agenda, feita por elas, onde só cabem as mulheres ocidentais (mas não todas) é excluída das suas  “lutas”. Haja coragem para o admitir.
Sou mãe de uma jovem que fuma e confirmo que este flagelo está em crescimento nas adolescentes que amanhã serão também mães. Mas eu não sou politicamente correcta. Não digo à minha filha que “as princesas não fumam” (uma forma muito querida e inofensiva de abordar o tema para as sensibilizar). Digo peremptoriamente que “fumar é estúpido” numa sociedade que promove cada vez mais uma vida saudável. Digo com toda a dureza que “é uma tonta” e que se não fizer nada por ela agora, mais tarde se arrependerá com a perda da própria saúde. Digo-lhe que “só alguém pouco inteligente” se mata lentamente com uma porcaria que não serve para nada muito menos para se promover socialmente (como era no meu tempo de liceu).  Digo o que tem de ser dito sem delicadeza. Sem pinças. Não por não a ver como minha princesa (que mal tem isso?) mas porque quando o tema é duro,  opto sempre por uma mensagem também dura.  Se  em vez de uma menina fosse um rapaz e a mãe dissesse,  “os heróis não fumam” , também seria uma histeria porque haveria sempre uma feminista a ver discriminação “contra as mulheres”, ao atribuir aos rapazes a imagem de heróis, porque os coloca numa posição superior  em relação às meninas. É assim que funciona a cabeça destas mulheres. Vêem discriminação em tudo.
Perder tempo a alegar discriminação imaginária numa simples publicidade, muito bem feita, idealizada por duas jovens do ensino secundário, sem qualquer desrespeito por ninguém, enquanto se ignora as verdadeiras vítimas, só demonstra a inutilidade desta gente que vive à custa do Estado. Não há paciência!


terça-feira, 10 de julho de 2018

Legislar para matar



Começo por dizer que sou sensível ao sofrimento profundo. Que o conheço porque o senti. Que sei o que é perder toda a esperança e deixar de ver luz. E que de facto confirmo que a vontade de morrer é algo extremamente sedutor quando nada, mas nada mais temos a perder. A morte, naquele momento, parece a salvação a que nos agarramos com toda a força porque estamos fartos, fartos da dor e queremos partir. Sobretudo se somos crentes e acreditamos na vida além da morte. Isso dá-nos alento para prosseguir no nosso objectivo. Mas morrer é irreversível e dou por mim a pensar, vezes sem conta, no que teria perdido se o tivesse feito. Sim, há gente que precisa de ajuda e é urgente resolver essa questão. Mas será legalizando a morte provocada? Vamos reflectir.
Em primeiro lugar não se tratam estes temas sérios e irreversíveis de forma brejeira, num circuito fechado entre deputados e muito menos à pressa.Nenhum partido político colocou a eutanásia no seu programa eleitoral. Logo nenhum está legitimado para o legislar. Se vivemos em democracia como tanto gostam de lembrar não podem agir como pequenos ditadores assumindo ser essa a vontade da sociedade. Não foi dado voz aos cidadãos, não houve debates públicos de esclarecimento sobre as propostas apresentadas, nenhuma televisão fez reportagens sobre o tema ou entrevistas com os proponentes, como raio se atrevem a levar algo para aprovação com o desconhecimento total da população sobre o que é ou não proposto? Quando não se debate o assunto em público surgem dúvidas, receios, medos e são todas legítimas. Quem disser o contrário é desonesto.
Porque o direito a morrer já existe. Todos podemos recusar – sem eutanásia legalizada – tratamentos ou pedir para desligarem as máquinas de suporte à vida. Todos. Assim como, de forma individual, qualquer um pode pôr termo à vida sem consequências para quem fica. Curiosamente, o suicídio individual que não passa ele próprio de um acto de alguém que quer pôr termo ao sofrimento prolongado, é criticado, é condenado social e politicamente. Quem não se lembra das polémicas à volta de Passos Coelho a quem apontavam o aumento de suicídios em Portugal? Ora se é um direito individual que põe termo ao sofrimento de cada um, porque se critica? O acto só é aceitável se for com aval do Estado, é isso?
Ironicamente enquanto à pressa se tenta aprovar a eutanásia em Portugal, as notícias dão-nos conta que há um desinvestimento colossal no SNS que põe em perigo tratamentos oncológicos e 70 000 pessoas sem cuidados paliativos, reduzindo a esperança a quem quer viver! Não é um paradoxo haver uma preocupação desmedida pela morte provocada e um desleixo completo por quem quer viver, faz sentido? Isto para não falar das recentes descobertas científicas que põem termo à dor crónica e que ninguém parece interessado em divulgar, porquê?
Por outro lado, é preciso compreender que não existe liberdade absoluta em sociedade. Isso é anarquia. É viver no caos. Porque as liberdades de uns vão condicionar a liberdade a outros. Por isso, a única liberdade absoluta é aquela que temos em privado. Aquela que podemos dispor como nos apetece, sem restrições. Mas em colectivo, tem de haver ordem. Tem de haver regras. Porque estamos em interacção com outros e esse convívio só é saudável se houver limites. Ora, quando queremos legalizar a morte provocada por terceiros (sem ser por nós), abrimos uma espécie de Caixa de Pandora que atinge todos por igual e cujo resultado só o podemos efectivamente ver na prática. Mas, tratando-se da legalização da morte e sendo ela irreversível, pode ser fatal para toda uma sociedade. Aqui, não se ganha liberdade, perde-se.
É estranho queremos avançar rapidamente sobre esta matéria tão complexa sem sequer querer ouvir quem já a tem em prática como é o caso da Bélgica e Holanda. Curiosamente esteve cá um desses mentores holandeses, o especialista Theo Boer, professor universitário de ética na Holanda e que testemunhou que apesar da lei ser só para casos excepcionais em determinadas situações, viu essa especificidade ser ultrapassada fazendo disparar as mortes não justificadas onde se incluem os dementes. E que hoje pretende-se alargar o direito já existente a pessoas com 75 anos que já não queiram viver! É o terror sobre os idosos em marcha.
Ademais, ninguém olhará da mesma maneira para os médicos e enfermeiros. Quando entrarmos num hospital com diagnóstico grave, jamais nos vamos livrar do medo sem saber se aqueles profissionais que nos calharam na rifa são pró-eutanasia e vão dar tudo por tudo para nos ligar à vida. A desconfiança vai reinar porque todos sabemos que num país com cultura corrupta muitos receberão dinheiro para fazer sumir à luz da lei. Não vale a pena fingir que isso não é possível. Sabemos que sim. Perguntem aos idosos holandeses que migram para lares na Alemanha, por medo.
Esta lei é a antítese da liberdade individual porque coloca na mão do Estado, corrupto, mentiroso, pouco transparente, a nossa tão preciosa vida, dando-lhe poder de decidir sobre ela. Assim, não tardará o dia em que vamos ter de deixar escrito que não autorizamos que nos matem em caso de perda de consciência num acidente, doença grave ou velhice.
Eutanásia é um retrocesso civilizacional. É o assumir do fracasso como sociedade que se demite de proteger, ajudar e cuidar numa era onde a ciência nunca foi tão evoluída e capaz das mais espectaculares descobertas. Porque retirar a esperança às pessoas? É também sinal de hipocrisia quando se criminaliza a prática nos cães a que chamam evolução para a legalizar nos humanos. Não faz qualquer sentido.
Recordo aqui que no AltaDefinição Cristina Caras Lindas contava que quis morrer depois de uma doença terrível que a pôs de coma e quando acordou só mexia a cabeça. Graças à equipa de médicos e enfermeiros extraordinários, que não desistiram, a quem ela agradece emocionada a vida que recuperou, diz-se hoje uma mulher muito feliz por poder usufruir do neto maravilhoso, que entretanto a vida lhe deu e que adora. Caso para perguntar: e se tivesses sido eutanasiada, Cristina?
Não precisa de responder, nós sabemos a resposta.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

As (in)Capazes



Assumo sem problema algum que não sou nem nunca serei feminista. Mas isso não significa “ódio às mulheres” como alguns homens e mulheres feministas me conotaram (francamente!). Bem pelo contrário: significa que não aceito que se diminua a mulher retirando-lhe capacidades intrínsecas de conquistar objectivos para justificar sua pseudo-defesa por grupos de mulheres radicais e obsessivas. Dizer que uma mulher para conseguir algo na sociedade precisa de outra mulher ou grupo delas, é ofensivo. A mulher para conseguir tudo o que quer na vida só precisa de vontade, determinação e acreditar nela sem medos para iniciar a mudança.  Mulher só não consegue o que não quer.
Lutar pela igualdade de direitos é uma luta de todos, por todos, sem discriminação. E ao fazê-lo por uns, abre-se portas aos outros. Mas a mulher em particular pela sua poderosa natureza de lutadora resiliente capaz de superar barreiras inimagináveis aliada a uma persistência invulgar, foi desbravando caminho para chegar a todo o lado praticamente sozinha. As mulheres sempre souberam ultrapassar tabus e preconceitos com sua teimosia rebelde e poderes de sedução. Sim. Sedução. São as únicas que conseguem dar a volta aos homens fazendo-os perder a razão em segundos e dominá-los sem que se dêem conta usando a narrativa certa. Usaram e usam essa arma desde que existem. Por isso são as mais poderosas dos dois sexos. Se você é mulher e nunca viu isto, é cega.
Ter direitos iguais não significa eliminar as diferenças entre sexos como se as diferenças fossem algo pejorativo para a mulher. Ser diferente é ser o complemento, a diversidade que traz mais valias à sociedade. Precisamos tanto da sensibilidade e intuição feminina como da razão e objectividade do homem. Um ambiente de trabalho que não seja equilibrado entre géneros trará problemas. A propósito,  trabalhei como docente em escolas com mais de 100 pessoas onde as mulheres eram sempre em maioria. Nesse universo desequilibrado (com poucos homens), os problemas começavam a aparecer (devido à natureza fortemente competitiva entre elas) assim que uma outra mulher se destacasse e fosse mais popular junto dos alunos ou professores masculinos.
Porque as diferenças não são uma construção social. Podem vir com todos os estudos encomendados que quiserem. Jamais conseguirão que eles expliquem porque uma célula masculina é diferente de uma feminina. Não vale a pena bater no ceguinho. A biologia é incontornável e determina os géneros vincando o que os diferencia e ainda bem. As feministas que insistem em contrariar este facto, mas dizem-se casadas, que me perdoem: começo a duvidar que têm realmente um homem em casa porque quem os tem sabe o quanto são diferentes sem precisar de estudos para o demonstrar.  Por outro lado, se fosse realmente uma construção social, como se explica que minha filha mais velha nascida nos anos 80, onde não havia ainda lavagem cerebral da ideologia de género, nunca tivesse pedido uma boneca, nas fileiras dos brinquedos devidamente separados pedia para que comprasse action-man, tartarugas ninja, jogos da Sega  e legos enquanto os dois mais novos, nascidos nesta nova era da estupidez da ideologia de géneros, a rapariga escolhia bonecas, cozinhas e maquilhagem e o rapaz sempre se interessou por máquinas com rodas? Afinal em que ficamos?
Num programa da tarde em que Rita Ferro Rodrigues era apresentadora, falava-se de mulheres e homens que tinham renunciado a carreiras profissionais para tomar conta da família (sim, existem pessoas assim). Quando as senhoras referiram ter sido por opção – e que eram discriminadas por outras mulheres por isso –  Rita ignorou completamente. Mas quando foi a vez do homem, elogiou, louvou, e até se emocionou! Porque não teve a mesma reacção para ambos? A hipocrisia das feministas não termina aqui. A mesma Rita que diz defender as mulheres defende a entrada massiva de migrantes islâmicos com uma cultura de opressão bárbara sobre a  mulher. Mais ainda: as Capazes que ela lidera defendem coisas como por exemplo a suspensão do voto de homens brancos para equilibrar a sociedade. É isto a defesa pela igualdade?
A lógica das Capazes é esta: a mulher pode ser enfermeira em vez de médica  ou simplesmente renunciar a uma carreira para tomar conta da família? Pode mas não deve porque isso revela que inconscientemente a sociedade a oprimiu. Pode dirigir  uma multinacional, governar um país ou ter um cargo de direcção na Administração Pública? Pode e deve porque só assim luta pela igualdade. Assumir-se diferente do homem? Nunca, porque isso é desvalorizar-se! Na óptica destas senhoras, temos todas de ambicionar altos cargos e carreiras de topo senão significa que estamos a ser oprimidas. Tal e qual.
As Capazes não passam de incapazes que não foram habituadas a lutar por nada. Que não sabem os caminhos para as  conquistas porque tudo lhes foi dado de bandeja, sem esforço. É gente incapaz de esfolar as mãos, para atingir metas. Nunca tiveram de construir nada por si, com derrotas e fracassos pelo meio. Viveram numa bolha social fofinha onde um dia sonharam criar associações inúteis para arrecadar 73 000€ por 4 sessões de palestras no Alentejo fazendo crer aos incautos que estão a defender algo quando na verdade estão apenas a orientar-se à conta do erário público. É tão somente isto.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Este Governo é um lixo



É todos os dias isto. Notícias atrás de notícias a dar conta de mais trafulhices, de mais roubalheira, de mais corrupção. Um fartote de ilegalidades à descarada a que chamam depois de descobertos, “lapsos e percalços” (estão a gozar literalmente connosco) como se fossemos todos mentecaptos! Não há pachorra para tanto abuso de poder à luz do dia enquanto se movimentam como se tudo isto fosse perfeitamente normal num Estado de direito. Só numa semana (sem mencionar os casos acumulados durante os três anos de governação) foi uma catadupa de acontecimentos vergonhosos que nos coloca ao lado dos países mais subdesenvolvidos! É a indecência a governar como na Venezuela! Siza Vieira é agora o protagonista do “filme” (mais um) onde contracena com Ivo Rosa e António Costa . É isso mesmo. Um no MAI, outro na Justiça, outro como 1º Ministro. Que fantástico!
Esta semana foi a notícia de que António Costa fez especulação imobiliária (sim ouviu bem). Usando o seu status de 1º Ministro comprou a um casal de idosos uma casa no Rato por 55 mil, valor muito abaixo do preço de mercado, vendendo dali a 10 meses pelo dobro insinuando que era para a filha, coitadinha, que queria morar ali pertinho do café do irmão. Que ternura! Nada disto teria tido grande importância se não tivesse este mesmo condenado até à exaustão estas práticas nos privados (essa “raça” de gente que ele persegue). Vamos recordar o que foi dito por ele: “O PSD e CDS criaram uma lei das rendas injusta e desumana que nem os idosos poupa a especulação imobiliária”. Está a ver o carácter desta criatura? Pior: usou a confiança depositada pelo casal, que tinha melhor proposta, por ser o Ministro de Portugal. Abominável. Ora a transacção deveria ter sido comunicada ao TC em 60 dias. Só o foi passados 287 e a venda 71 dias depois. Costa alegou lapso. Pois está claro. Esse “senhor lapso” tem as costas largas. Nada de novo.
Seguiu-se outro artista, Siza Vieira, aquele advogado cuja Sociedade de Advogados, a Linklaters, assessorou o contrato do SIRESP assinado por Costa e Constança em 2006 e o transformou naquilo que é hoje: um negócio que iliba a empresa de qualquer responsabilidade em caso de catástrofe. Não é digno de génio? E que depois foi contratada de novo por Constança para dar um parecer sobre essa mesma cláusula!! Ou seja, contrataram a “raposa” para verificar a segurança do “galinheiro” cujo sistema foi implementado por essa mesma “raposa” e fazer assim uma análise “independente”. Veio agora a público que este camarada tinha constituído 24h antes de tomar posse como membro do governo de António Costa, uma sociedade imobiliária – que não possui desde então qualquer registo de actividade – vocacionada para a administração de bens próprios e alheios, assim como actividades de consultadoria, da qual se esqueceu de desvincular por ignorar as incompatibilidades. Assim como se esqueceu que um advogado não pode ser detentor de empresas de imobiliário. Sim porque há que lhe dar desconto. Não é por ser advogado que tem de ter a legislação toda na ponta da língua, não é? Pois. Soubemos ainda que se esqueceu de mencionar que também era presidente da Mesa da Assembleia Geral da Metro e Transportes do Sul S.A. enquanto ministro! Também se esqueceu, coitadito, que fez uma reunião com os chineses em particular antes da OPA, os mesmos que tinham sido seus clientes na Linklaters e pediu só mais tarde escusa do processo. Há 4 meses que o Parlamento espera por respostas a esta trapalhada toda onde se verificou para cúmulo que além dos “lapsos” por “ignorância”, actualizou o seu histórico de actos societários alterando datas. Olha só que interessante.
Outro lapso, precipitado por este, esta semana, foi o do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto que teve de ser alertado pela Assembleia da incompatibilidade do seu cargo com a empresa que possuía. Meu Deus é só gente ignorante!
Mas a semana teve seu “momento alto” quando todos assistimos incrédulos às movimentações das “peças do tabuleiro político” do juiz Ivo Rosa que nos fez relembrar os “saudosos” Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento. Primeiro com o levantamento do estatuto de arguido a Manuel Pinho, depois com a ordem de destruição de e-mails e por fim o impedimento ao MP de acesso a dados bancários e fiscais de Mexia! Ora digam lá se isto não vos lembra nada? Eu ajudo: a limpeza de provas com os casos de corrupção que envolviam Sócrates.
A juntar a isto, que já é muito, tivemos de ouvir Costa no Congresso do PS afirmar com todos os dentes que tem na boca (e falta de vergonha também) que provaram que era possivel “sair da austeriade” sem sair do euro mesmo com dez subidas consecutivas de combustiveis – e mais uma a caminho – e as cativações escandalosas. Que o PS está na linha da frente no combate à corrupção mesmo com todos os casos de corruptos políticos do PS revelados agora como não há memória em Portugal (a menos claro, que se esteja a referir ao “combate” na eliminação de provas). Que o PS é o partido que melhor governa as finanças públicas mesmo com três bancarrotas no currículo e mais uma a caminho, onde aproveitou para aplaudir Sócrates o pai de uma delas.
Este governo é um lixo. Um bando de gente que se julga acima do poder, imune à justiça, fazendo os maiores atropelos possíveis às leis com um sorriso cínico de quem sabe que ninguém os vai punir, enquanto se mantiverem no poder, por mentirem, aldrabarem, enganarem toda uma Nação. Parafraseando Moita Flores: “A curto prazo a principal organização criminosa de um país será o próprio Estado.” Confirma-se. 

segunda-feira, 2 de julho de 2018

O Feminismo faz tanta falta como o Machismo



Apesar do salto qualitativo do papel da mulher na sociedade ocidental onde hoje as barreiras que as separavam dos homens caíram, o histerismo feminista nunca foi tão estridente. Pior: a mulher que ouse discordar desta narrativa é  imediatamente trucidada com violência verbal à qual juntam uns quantos insultos para a diminuir intelectualmente acusando-a de não defender as mulheres. Porque há uma agenda para cumprir: convencer o Mundo que as mulheres ocidentais (sim porque as outras não lhes interessa para nada) não são livres e continuam a ser oprimidas e que elas,  as feministas,  fazem falta para as “salvar” desses abusos. Nada mais errado. O feminismo  faz tanta falta hoje na nossa sociedade ocidental como o machismo.
É verdade que durante séculos a ignorância dos homens em relação à anatomia e psicologia feminina era quase medieval. Assim como o era em relação por exemplo à própria higiene (quem não sabe que nessa época eram proibidos os banhos por “fazerem mal à saúde”?) Era a ignorância, medo do desconhecido dos homens que impunha limitações às mulheres e que em 1878 fazia com que o British Medical Journal questionasse sobre a possibilidade de uma mulher estragar um presunto ao tocá-lo por estar menstruada ou ainda uma mulher que confessasse desejos sexuais ao seu médico era imediatamente receitado banhos frios, entre outras medidas do género e caso persistisse o problema, o internamento em asilo!!  Judith Flanders relatou em “Inside the Victorian Home: A Portrait of Domestic Life in Victorian England”, que um inglês levou sua esposa de meia idade  a um oculista, por esta se ter tornado míope onde foi  informado  que o problema dela tinha origem em seus órgãos sexuais pois seus desejos libidinosos deterioraram os seus olhos e que a única cura possível era a  retirada de seu útero.
Foi graças às reformas LIBERAIS que  a ignorância foi combatida com a circulação de jornais na Europa que aumentou oito vezes entre 1712 e 1757. Esta “revolução silenciosa” permitiu que em 1771 as publicações britânicas pudessem relatar de forma pública os debates no Parlamento popularizando assim a instrução. Em consequência no norte da França entre 1786 e 1790, 44% das mulheres já sabiam escrever o nome o que indicava um salto na alfabetização nunca antes registado. A Revolução Industrial que se seguiu foi o resultado desta “revolução silenciosa” que criou instrução que se espalhou por todo o velho continente numa sinergia entre produção e educação. Sem as máquinas que popularizaram os  manuais de alfabetização e o comércio livre dos livros, jamais esta barreira da ignorância seria derrubada e aberto o caminho para a libertação da mulher como o descreve Stevn Roger Fisher no seu livro “História da Leitura”.
Com a Revolução Industrial, as mulheres tornaram-se a principal força de trabalho nos EUA representando 88% dos operários em 1818. Os homens iam para a agricultura onde se exigia maior força física. Nas fábricas as mulheres ganhavam  um pagamento semanal com base numa escala “hora à hora” algo inédito naquele tempo que permitia ganhar o DOBRO do trabalho agrícola. Fala-se dos abusos às mulheres e crianças (trabalho infantil) durante a Revolução Industrial mas branqueando o facto de antes, suas vidas terem sido miseráveis onde as  únicas opções para sobreviver à fome, era a  prostituição, mendicidade ou serem criadas de servir (algo desprezível na sociedade que as tratava como animais).
A Revolução Industrial trouxe ascensão social e económica sem precedentes para as mulheres. Devido às mudanças sociais ocorridas depois com a chegada de imigrantes aos EUA,  as mulheres foram levadas para cargos mais bem pagos e para novos campos de trabalho em ebulição. As oportunidades fora das fábricas aumentou e em 1850 o número de professoras em Massachusetts foi o dobro dos homens! Em 1900  as mulheres estavam presentes em 195 das 300 classificações de emprego enumeradas pelo Censo. Algo absolutamente inédito na época. Nem aqui fez falta quotas.
Foram as medidas liberais da “revolução silenciosa” e a Revolução Industrial que se lhe seguiu que deram LIBERDADE DE ESCOLHA às mulheres que passaram a ter seu próprio sustento sem depender dos homens. Não foi o feminismo que as libertou. Foi o capitalismo.  O feminismo da época apenas melhorou suas condições.
Hoje, esta onda feminista de 3ª geração, por tudo e por nada alega discriminação. Não interessa saber que uma mulher naturalmente escolhe áreas profissionais diferentes dos homens. Que naturalmente optam por serem elas a cuidar da família. Que naturalmente têm um conceito de felicidade diferente do homem. Que possuem cérebros diferentes, logo pensam e agem diferente. Não. Interessa convencê-las que são vítimas. Que são coitadinhas que “precisam ser libertadas da opressão masculina” quando os homens de hoje são em tudo diferentes do passado. Apoiam-se nos estudos subjectivos de quem os faz. Pouco se importando com o factor óbvio da natureza humana. E por falar em estudos, já está na hora de trazer alguma seriedade sobre as estatísticas enganadores das diferenças salariais quando as categorias profissionais estão todas tabeladas sem diferenciação de sexos! Se há diferenças é porque teimosamente nesses estudos não se tem em conta factores primordiais nessa avaliação como por exemplo a escolha natural de especialidades menos bem remuneradas ou menos horas trabalhadas para assistência voluntária à família. Nas empresas que geri era impossível fazer diferenciação no salário base devidamente tabelado. Se isso acontecesse, a Inspecção do Trabalho entrava imediatamente em campo com multas pesadas.
No fundo o feminismo de hoje consiste em substituir o machismo dos homens doutros tempos pelo feminismo actual segregador das mulheres com vista ao domínio destas. Não buscam o equilíbrio e igualdade entre as partes. Buscam a primazia.
A verdadeira defesa pelos direitos das mulheres faz-se pela defesa de todas as pessoas pela igualdade de direitos sem discriminação  pelo sexo, idade, cor, etnia, raça , sensibilizando e envolvendo toda a comunidade nesta luta. Defender as pessoas é defender todos por igual criando sinergias em vez de fissuras entre grupos. E esta é a verdadeira defesa por direitos iguais.

Os Mistérios de Pedrógão Grande


Os fogos de Pedrógão Grande nunca foram contados com a verdade. Desde o primeiro dia, 17 de Junho de 2017, que o Estado faz uma ginástica acrobática para suprimir factos, suprimir prova, silenciar bombeiros, silenciar INEM, silenciar as vítimas dos fogos. Porquê? O que esconde de tão grave esta tragédia que não pode ser contada exactamente como ocorreu sem invenções de factos alternativos como por exemplo aquele raio  que caiu numa árvore sem trovoada descoberto imediatamente nos dias a seguir pela PJ e já desmentido?
Volvido quase um ano depois da maior tragédia mortal em fogos jamais vista em Portugal, os mistérios adensam-se. À medida que os relatórios técnicos foram saindo, mais dúvidas, mais incertezas vão surgindo. E curiosamente com a complacência da oposição e dos média que pouco ou nada fazem para desmascarar esta manipulação clara do governo. Não é normal.  Estamos em ditadura?
O primeiro mistério começa com o início do fogo. Disseram que o combate foi desigual devido a uma natureza em fúria – o tal downburst – o fenómeno que “inviabilizou” todos os esforços, da seca extrema e do material combustível em muita quantidade que provocou o inferno e que encurralou tanta gente. Mas, esqueceram-se de referir que o alerta foi dado às 14h45 em Escalos Fundeiros por um cidadão, quando o fogo era apenas um pequeno foco e  que às 15h17, antes de abandonar o local, tira a seguinte fotoAqui na imagem vemos um fogo perfeitamente dominável mas nenhum bombeiro a apagá-lo.Esses tinham lá estado. Tinham. Porque abandonaram o local? Porque não se juntaram imediatamente reforços sem sair do terreno? No relatório de 6 de Julho da ANPC, diz que foram despachados para o ataque 3 corpos de bombeiros:  VFCI de Pedrogão Grande, VFCI de Castanheiro de Pera e VFCI de Figueiró dos Vinhos e 1 helicóptero ligeiro ( este chegou às 15.05). Que às 14.54 é recebido o primeiro ponto da situação onde são pedidos mais meios. Dizem que foram accionadas mais viaturas do CBV anteriores e do CBV de Ansião. Que às 14.43 foram 75 operacionais e 22 meios –  1 helicóptero ligeiro, 6 operacionais, 61 bombeiros, 17 viaturas, 2 equipas de sapadores com 6 operacionais, 1 patrulha GNR com 2 militares . Que às 15.02 fora accionada brigada de combate ao CODIS de Castelo Branco (3 veículos com 12 bombeiros) e um Heli-bombardeiro pesado,  Kamov (HESA02), às 15.08. Consegue ver este aparato todo de meios no testemunho e foto tirada no local às 15h17???? Pois. Eu também não. O resto da história já sabemos. O fogo lavrou sem oposição tudo o que apanhou pela frente. E cresceu, cresceu, cresceu até ficar incontrolável.
Depois vem o mistério das mortes. Ao segundo dia, sem se saber do paradeiro dos desaparecidos, sem ter ainda contabilizado todos os feridos, com milhares de hectares queimados ainda por investigar, o Governo já sabia que eram 64.Nem mais um nem menos um. O cronómetro dos óbitos trancou. Foi preciso uma cidadã corajosa não se calar e afirmar haver mais, a partir de uma lista de levantamento de óbitos no terreno – que quiseram abafar e descredibilizar –  para o caso dar uma reviravolta e MP ter de actualizar para 67, dando razão à empresária. Afinal havia mesmo mais gente. Mas há mais: em directo na SIC  Júlia Pinheiro e Hernâni Carvalho, juntos a fazer a cobertura do fogo, revelavam que eram muito mais de uma centena. Veja este vídeo. Mas isto não fica por aqui. Ao consultar o site do Ministério da Saúde, nossa equipa do #NaoNosCalamos verificou o seguinte: No quadro abaixo podemos constatar um pico anormal de óbitos registados a 18 de Junho 2017. Com umas contas simples podemos verificar que se formos ao mês de Junho de 2017, e fizermos a soma dos óbitos entre dia 1 e dia 16 e seguidamente dividirmos por 16, temos a média diária.  Podemos fazer o mesmo entre o dia 24 e 31 e dividindo neste caso por 7, veremos que obtemos resultados similares. Vamos multiplicar o número que dá (260) por 7 o que dá 1820 óbitos em média por 7 dias. Agora fazemos a soma do dia 17 a 23. O resultado é 2287. A este resultado vamos retirar os 1820 óbitos de média e obtemos o número de óbitos acima da média (ver folha cálculo anexa). Estas 467 mortes serão em grande parte vítimas de Pedrogão. A este número temos que adicionar os corpos que foram encontrados à posteriori, assim como as pessoas que foram morrendo nos hospitais. Isto com base nos dados oficiais disponíveis para todos que sabemos serem escassos devido ao “blackout” forçado do INEM e funerárias.  Mas serve para reflexão.
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Mas há mais mistérios. De acordo com o  relatório da ANPC, ficamos a saber que: só às 19:55 o comando foi passado do Comandante dos Bombeiros Pedrógão Grande para o Comandante Distrital, quando a situação já estava completamente fora de controlo e várias medidas de combate e coordenação tinham sido atrasadas irrecuperavelmente;   o Plano Municipal de Emergência que  não foi accionado (e estava caducado), mais de 5h depois do primeiro alerta, de facto só o foi às 20:45;   o CODIS esteve somente 2 horas no comando, saindo para outra missão, e transitou-o para o 2º Comando Nacional, conforme explicito no relatório da ANPC;  a  partir das 22h, o 2º CONAC que assumiu funções, até às 20:50 do dia seguinte,  foi quem às 4:56 de dia 18 ordenou o 112 das salas de operações dos CDOS, a deixarem de registar no sistema informático os pedidos de socorro, sendo prejudicial para a percepção posterior na fita do tempo sobre os acontecimentos. Ou seja, mandou destruir prova.  Porquê?
Outros mistérios prendem-se com o SIRESP e os Kamov. Alguém aí no seu perfeito juízo consegue compreender porque não foi imediatamente rescindido o contrato mais absurdo e criminoso com  o sistema de comunicações que matou e feriu gravemente centenas de pessoas? Um sistema que provou falhar SEMPRE em situações de emergência, que é caríssimo, arcaico, e cujas cláusulas protege só quem o criou em vez das vítimas?? E os Kamov, essas “pérolas” do combate aos incêndios que nunca funcionaram em condições, que já antes de os adquirir eram obsoletos, cuja maioria nunca saiu do chão, virem agora usar o regulador aéreo para forçar paragem dos Kamov e justificar a compra de novos, mais três por adjudicação directa?!!! 
Ah! e o mistério dos donativos desaparecidos? Alguém sabe onde param?
Como se isto tudo já não bastasse, junta-se ainda o mistério de, depois das conclusões do Relatório Técnico Independente e denúncia de destruição de prova, o Estado não ter sido ainda constituído arguido quando já não há dúvida alguma de ser o principal culpado da tragédia.
Mistérios e mais mistérios… É o país desgraçado que temos.

Afinal, Sócrates era só a ponta do iceberg


Uma semana depois de escrever meu artigo “A Vergonha Súbita do PS”, onde afirmava que essa posição pública do partido não passava de mera estratégia , eis que agora  o Presidente do SMMP vem denunciar, em entrevista na Sábado, que “as  medidas legislativas em curso têm como objectivo reforço da influência no Procurador-geral e acesso à informação criminal“. Segundo este, ” tal plano se desenvolve em duas fases: mais influência sobre o Procurador-geral e acesso à informação criminal”. Como? Dado que o  “Conselho Superior do Ministério Público é um órgão democrático e plural em que grande parte dos membros é eleita já o Procurador-Geral da República é um órgão unipessoal e resulta de uma escolha politica, cuja iniciativa parte do Governo. Controlar o Conselho Superior do Ministério Público é mais difícil do que ter influência sobre o Procurador-Geral da República” diz António Ventinhas. E continua:”Como este Governo irá ter um papel muito determinante na escolha do novo PGR já em Outubro, está já a tratar de reforçar os seus poderes previamente no âmbito do Estatuto do Ministério Público. Um Procurador-Geral da República com os poderes reforçados pode tornar-se uma ameaça para a investigação criminal se não for escolhida a pessoa certa.” Mais adiante, termina: ” o “Ministério da Justiça pretende através do IGFEJ ( Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça), ficar com competência exclusiva da gestão dos dados do sistema judicial. Quem controla a informação tem a possibilidade de saber o que se passa em cada investigação criminal e parece-nos evidente que o executivo não possa ter acesso a esse tipo de informação. Tal facto compromete a independência e autonomia de quem investiga, em especial no que diz respeito à criminalidade económico-financeira”.  Bem, só não acerto mesmo no euromilhões!
Estava de caras que todo aquele alinhamento do Partido a demarcar-se de Sócrates com a ajuda até da ex-namorada ( com aquele texto ridículo mas que a mim nunca me convenceu) e que não provocou sequer a ira do “Pinto de Sousa” que calmamente só foi entregar o cartão de militante, acompanhado de um comunicado “soft e queriducho” cheio de… mágoa (ah! ah! ah!)”, sem arrancar um único cabelo, sem os  ataques verbais coléricos que ainda há pouco vimos no MP, não era senão estratégia combinada. Assim, PS podia agir pela retaguarda, ajudando a família socialista apanhada pela justiça sem levantar suspeitas. Esse foi o primeiro passo do plano. Isto porque alguém já sabia que vinha aí mais “bombas judiciais” e era preciso agir depressa.
E de facto, nem uma semana depois de Manuel Pinho, eis que mais três ex-ministros de Sócrates são apanhados na malhas da corrupção num processo de investigação às PPP’s Rodoviárias: Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos.  O Polvo não pára   mesmo de  crescer.
Agora já não se trata só do Sócrates e da sua vida de luxo como ex governante às custas de um amigo. Aos poucos começa a revelar-se que afinal o “Caso Sócrates” que durante anos estava confinado a um indivíduo de vaidades ilimitadas, é afinal a ponta do iceberg de uma organização tentacular criminosa, instalada num governo para roubar o erário público e enriquecer seus governantes e amigos”.  Em suma, uma máfia  “sócretina” portuguesa.
Para que esta “organização” fosse bem sucedida e pudesse crescer sem constrangimentos durante anos, foi preciso a ajuda preciosa de Pinto Monteiro que afirmou que ” o processo Freeport, que envolveu o nome de José Sócrates “é uma fraude e foi um processo inventado”. E que sobre o caso Face Oculta,  “as escutas feitas às conversas entre José Sócrates e Armando Vara foram destruídas porque não havia crime nenhum”. Assim como Cândida Almeida que afirmou em 2012: “Digo olhos nos olhos: O nosso país não é corrupto, os nossos políticos não são corruptos, os nossos dirigentes não são corruptos”. E da própria comunicação social que excomungou a jornalista mais activa na luta contra a corrupção, Manuela Moura Guedes, e que foi a primeira a fazer frente ao governo Socrático, denunciando-o.  Foi demitida pela TVI por Pais do Amaral que entretanto também ele foi apanhado no Processo Marquês por desvio de mais de  2 milhões de euros e faz parte ainda da lista de grandes devedores a fundo perdido da CGD.  Não é cómico?
Nesta descoberta,  ficou claro que não houve, cegos, surdos e mudos. Houve sim, gente que beneficiava daquela “organização”, directa ou indirectamente, e por isso andavam todos caladinhos.
É o maior caso de corrupção como não há memória em Portugal e que se o PS não for bem sucedido no silenciamento e posterior arquivamento judicial de todos os processos que envolvem membros deste partido, como o foi no passado, deixará cicatrizes profundas.
A única questão que se coloca agora é saber se nessa intenção, PS vai ou não conseguir seus intentos. Mais nada. Porque o plano, esse, já está em marcha.