segunda-feira, 29 de maio de 2017

O MILAGRE DA SAÍDA DO DÉFICE EXCESSIVO

Em Abril de 2015, doze economistas entregavam ao candidato a primeiro-ministro, António Costa, um Plano Macroeconómico que previa um autêntico milagre nas contas do país, sustentado no estímulo ao consumo interno e aumento do investimento público. Fizeram parte dessa proposta nomes que se encontram neste momento a governar: Galamba, Centeno, Rocha Andrade, Vieira da Silva, Cadeira Cabral entre outros. Umas mentes luminosas que tinham a solução divina para nos colocar ao lado da Suiça num ápice (ah! ah! ah!). Mas o Plano era tão bom e tão credível que, ao contrário do Documento Estratégico Orçamental do então governo PSD/CDS, devidamente auditado pela UTAO e CE, neste do PS, não foram facultadas as folhas de cálculo que levavam a tais conclusões. Curiosamente também, o dito "plano macroecomico", entretanto,  desaparece da net. Pormenores... maiores. 
A pressa era tanta para o pôr em prática que depois da derrota eleitoral, e por sugestão do PCP, construíram uma Geringonça. Até aqui tudo bem não fosse a fome desmesurada que esta gente tem de engordar e enriquecer o sector público em detrimento do sector privado. Quem não conhece o ódio de estimação dos comunistas à iniciativa privada? Ora bem, nesse sentido, e sem acautelar o futuro, reverter e repor passou a ser a ordem do dia. Em apenas 1 ano, fizeram disparar a dívida pública em mais 9,5 mil milhões de euros ou seja um aumento de  5% do PIB. Dito de outra forma, foram 24000€ por minuto de aumento de dívida pública com 12000€ por minuto de aumento de crédito ao consumo. Quem foi que disse que o plano macroeconomico destes ilustres economistas não promovia o crescimento? Ups! Não era este... 
Cedo perceberam que o caminho traçado estava logicamente errado e era necessário corrigi-lo DEPRESSA sob pena de sanções por não cumprimento das metas do défice em 2016. Que fizeram? Numa acção desesperada meteram a viola das políticas defendidas no saco e seguiram rumo às medidas de emergência: travaram a fundo o investimento público (o mais baixo da história), suspenderam abruptamente pagamentos no sector público entre outras medidas pontuais irrepetíveis, para se manterem à tona. Com isso conseguiram o dito défice que nos retiraria do Procedimento Défice Excessivo, ao reduzir 0,8% ao défice de 3% deixado pelo anterior executivo. Mas onde diabo está a genialidade disto?
Antes de mais há que relembrar que se estivemos nesta luta gigante e sufocante de redução de défice excessivo, devemos todo esse esforço ao brilhante militante do PS e outrora Primeiro Ministro de Portugal, Sr. (engenheiro, já não) Sócrates (e seu número dois em 2007 e 2008, António Costa) que deixou o país com um generoso défice de 11% que nos hipotecou a vida. Sem ele, hoje, ninguém estaria aqui a puxar dos galões sobre a heróica redução do défice. Depois, referir que, não obstante o mérito de quem ( o PS) à última da hora compreendeu que, ou fazia inversão de marcha ou colidia com a parede, a verdade inquestionável é que se o anterior executivo não tivesse reduzido de 11% para 3% (uma redução de 8%!!!), JAMAIS esta geringonça atingiria a meta com um miserável 0,8% de redução. Qualquer burro cego vê isto. 
Se os ventos sopraram a favor na concretização deste milagre do défice e crescimento económico foi tão somente porque não houve tempo de estragar mais a economia implementando medidas desastrosas. E assim, o turismo catapultou os números, as exportações também.  Sem empecilhos, a economia foi fluindo como sempre o faz quando os governos não interferem nela. Mas... claro, não obstante a galinha de ouro ter feito o milagre do crescimento, e já o PS com a ajuda de sempre dos seus parceiros, prevê matá-la... Veja-se a última proposta sobre o alojamento local. Sem falar das propostas para taxar ainda mais os lucros das empresas, da integração indiscriminada de precários , aumento de contratações por via da redução de horário para 35h ou da última de Catarina que prevê reverter a privatização dos CTT. Anedótico! Catastrófico!
Sair do PDE ao fim de 2784 dias, dos quais só 365 são mérito do governo actual,  é sem sombra de dúvida muito positivo e felizmente para nós que, mesmo à última da horaPS inverteu a trajectória. Mas a pergunta é: se conseguimos o défice à conta exclusivamente do martelanço obsceno das contas públicas ao mesmo tempo que aumentamos a dívida e já estamos a criar empecilhos legislativos que algemam a iniciativa privada e comprometem o investimento, que futuro nos reserva este governo? A mesma dúvida paira no seio da CEDBRSFitch.
Porque milagres só acontecem, quando acontecem, uma vez na vida...

sexta-feira, 26 de maio de 2017

E SE FOSSE SEU FILHO?

É muito fácil opinar sobre coisas que não nos atingem (por enquanto). Ter todos os nossos filhos calmamente a jantar connosco enquanto ouvimos o Jornal da Noite a relatar os horrores vividos numa noite de concerto da Ariana Grande em Manchester. Famílias destruídas em dor. Mães desesperadas sem saberem das filhas. Não custa nada. Principalmente se no dia seguinte não temos de atravessar as "No Go Zones" (porque não as há ainda) nem fazer um desvio para o trabalho porque certa zona está fechada por ameaça de bomba ou ataque eminente de terrorismo. Nem ter de olhar para todos os lados com medo. Não nos afecta nada porque por enquanto não há cá nada disso. Por enquanto... 
Por isso alguns "jornalixos" que trabalham na SIC podem dar-se ao luxo de fazer comentários medonhos como aquele que quase me provocava uma congestão assim que o ouvi. À questão de Clara de Sousa onde ela perguntava se na impossibilidade de termos um polícia por cada pessoa, teríamos de nos habituar aos atentados, responde calmamente este ignóbil: "... sim, nós também já nos habituámos a viver com as ameaças climáticas e com as catástrofes naturais." Mas que raio de comentário é este?
Eu sei que para este "jornalixo" e outros como ele, os filhos dos outros são filhos de um Deus menor. Não dói. Logo, coração que não sente é porque, na óptica deles,  a dor não existe. Ou se existe, é passageira. Porque só fala assim quem dentro de si não tem qualquer humanidade. Mas é gente assim que nos entra pela casa dentro a vomitar asneiras em horário nobre. Gente inconsequente que não mede as palavras, que não sabe o que diz ou simplesmente se está borrifando para o sentimento alheio. Mas, se em vez do relato sobre as jovens vítimas inocentes, fosse seu filho?
Tenho a certeza absoluta que só quando o sangue chegar cá, quando se implodirem no meio de nós, quando serão nossos entes a serem projectados em bocadinhos por todo um recinto, quando também neles fizer parte filhos de jornalistas, políticos, governantes, quando não forem os outros mas sim, OS NOSSOS, tudo muda. Os discursos alarves serão substituídos rapidamente por revolta e sede de mudança. Porque infelizmente para muitos, só na carne a sofrer a perda, saberão porque tanta gente clama por protecção. Porque é fundamental tomar medidas urgentes contra este mal que tomou conta das nossas vidas. Até lá...  "keep calm" que é só mais um atentado.
Quando se é jornalista a responsabilidade é muito maior. Já nos basta os políticos a esconder tudo o que podem de nós para não perderem votos devido às políticas ruinosas de gestão dos dossiers sobre refugiados e terrorismo. Por isso, no mínimo a comunicação social deveria de forma isenta e independente fazer um serviço público de qualidade informativa, não para proteger o sistema mas para defender os cidadãos. Ao optarem descaradamente pela primeira, vendendo-se à classe que nos manipula a vida, expondo-nos irresponsavelmente aos perigos e medo, enquanto se escondem nas suas "fortalezas", estão simultâneamente a manchar as mãos de sangue de TODAS as vítimas que sucumbiram às mãos deste produto do islão: os extremismo  islâmico. 
Os "bois" têm nome [islão, terroristas, radicais, Daesh, extremismo islâmico] e é preciso dizê-lo e escrevê-lo sem medo. Porque é reconhecendo o inimigo que se pode combatê-lo. 
Porque um dia virá em que serão seus filhos... 

O POLITICAMENTE CORRECTO MATA

O que falta ainda acontecer na Europa para que de uma vez por todas os governantes entendam que é preciso urgentemente rever toda a política europeia? Já “importamos” ataques terroristas que se multiplicam no tempo. Já “autorizamos” os estupros colectivos e agressões a mulheres, as “no go zones” onde nem a polícia entra. Já “permitimos”a destruição de igrejas para substituir por mesquitas. Por cá até expropriamos  friamente a privados para as construir com dinheiro estatal. Já “aprovamos” a lei da Sharia e respectivos tribunais paralelos. “Aceitamos” com naturalidade que se doutrine na Europa uma ideologia que apela a abolição dos valores culturais ocidentais. Achamos “imensa graça” às burkas. Não vemos problema em eleger  Arábia Saudita para Comissão pelos direitos das mulheres na ONU, um país que não permite que elas conduzam, nadem ou exercitem em público, onde não podem entrar em bancos, universidades ou parque de diversões públicas. Mas está tudo LOUCO?
Não, não é xenofobismo estar muito preocupado com a entrada em massa de praticantes do Islão. É inteligência. E dizer o contrário é negar as evidências. Que o diga Brigitte Gabriel uma activista libanesa que conhece como ninguém esta realidade que ela mesmo viveu ou ainda outra activista, Raheel Raza, uma paquistanesa, que anda há 20 anos a alertar  sobre os perigos do alastramento desta religião.  Testemunhos de gente que não pode ser ignorado mas que o politicamente correcto finge não existir porque outros interesses se sobrepõem. Como é possível condenar toda uma civilização assim?
É claro que a humanidade deve preocupar-se com a tragédia dos migrantes que fogem da guerra mas isso não significa abrir as portas das “nossas casas” de forma indiscriminada e compulsiva, porque por muito que o queiram ignorar, há um aproveitamento massivo dessa tragédia para infiltrar radicais, fazer proliferar o terror com vista ao aprisionamento dos povos ocidentais. Sejamos honestos e paremos de nos tentar enganar a nós próprios. Eles não vêm em paz. Vêm em missão: ocupar e tomar posse do Ocidente. Estabelecer um Califado.
Não estamos a falar da maioria moderada e pacífica que sabemos haver. Estamos a falar de uma minoria que num universo de 1,6 biliões de muçulmanos em todo o Mundo, representam 15% a 25% dessa população ou seja, 180 a 300 milhões de radicais islâmicos! Vou repetir: 180 a 300 MILHÕES! Dirão os incautos que essa minoria é irrelevante quando estamos a falar de 75%  moderados. Pois, mas assim também o era a minoria irrelevante de nazis na Alemanha que mataram  60 milhões de pessoas;  assim o era a minoria irrelevante de russos que na União Soviética mataram 20 milhões de pessoas; assim o era a minoria irrelevante na China que matou 70 milhões de pessoas; assim o era a minoria irrelevante no Japão que fez 12 milhões de vítimas! E quantos fizeram falta para matar num dia 3000 americanos nas Torres Gémeas? Dezanove. Uma minoria irrelevante…
Depois vem as teorias politicamente correctas do Corão. Que é um livro da paz, do amor , da tolerância. E ai daquele que diga o contrário sob pena de ser crucificado por xenofobismo. Porém, a verdade é que na sua interpretação literal, aquela que é seguida cegamente pela “minoria irrelevante” de extremistas islâmicos,  o Corão apela efectivamente à perseguição dos infieis (cristãos e judeus), à morte daqueles que não se convertem. Onde está a tolerância pelas outras religiões se a única alternativa é a conversão sob pena de ser decapitado? Jihad contra os infieis é o quê? Os senhores do politicamente correcto que respondam. Podemos começar pelo Marcelo e Papa Francisco.
E quanto à maioria pacífica dispersa pelo Mundo, que pensa ela disto tudo? Num estudo recente, de acordo com as declarações de Brigitte Gabriel, 77% aceita claramente a implantação da Sharia e é a favor do estabelecimento do Califado. Surpreendido? Não esteja. Se quiser ver de perto esta realidade aqui na Europa, não precisa de ir para longe, basta viajar até França, Bélgica, Suécia ou Inglaterra e constate “in loco”, nas “No Go Zones” tudo o que aqui é revelado. Não se acanhe. Ver no terreno é a melhor maneira de acabar com a estupidez da cegueira.
No dia em que acordamos mais uma vez para outro ataque terrorista, desta vez em Manchester, depois dos ataques ainda recentes em  Westminster e Estocolmo, vamos outra vez ouvir que isto não passa de “incidentes”, que são “pessoas perturbadas”, que “os camiões matam”, que é “normal acontecer em grandes cidades multi-culturais”. Vamos ver também um batalhão de líderes europeus a condenar estes ataques com ar sério de “preocupação”, a prometer reagir com firmeza contra o terrorismo, fazendo exactamente tudo como até agora. Vamos ver muita gente a pedir “pray for…  blá bla”, correntes humanas, muita baba e ranho. O que NÃO vamos ver é alguém na Europa com poder, a erguer-se e AGIR contra esta praga mortal reunindo imediatamente com todos os líderes mundiais para  tomar medidas internacionais que ponham fim a este terror.
Porque a solução não é acolher indiscriminadamente. A solução é PROTEGER nos países de origem, onde estão suas raízes e cultura, criando em lugar SEGURO com protecção permanente  da NATO onde possam estar alojados provisoriamente enquanto mundialmente se intervém nas zonas de guerra para erradicar os extremistas islâmicos. Ajudar em seguida à reconstrução dos seus países, e depois, aqueles que quisessem emigrar, fazê-lo como qualquer um de nós o faz, sem estatuto de refugiado. Isso sim, é ajudar.
Até quando vamos deixar que o politicamente correcto continue a matar?

segunda-feira, 22 de maio de 2017

E O TONY CARREIRA? E MARCO PAULO?

Só pode ter sido um valente lapso. Homenagear Salvador Sobral pela vitória da canção portuguesa no Festival da Eurovisão, no Parlamento, com uma estrondosa ovação em pé de todas as bancadas, com direito a almoço com Ferro Rodrigues (quase levado ao colo) e não terem feito o mesmo, em 2016,  com Tony Carreira quando recebeu o Título de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras Francesas, é distracção, só pode. Este populucho governo alegre e optimista que não deixa passar uma oportunidade para se destacar nas vitórias dos outros, sejam elas quais forem, esquece uma distinção destas onde um artista nosso é homenageado por um país estrangeiro a par com Bob Dylan, David Bowie e Amália Rodrigues? Não, não, só pode ser engano…
Até porque todos sabem que Tony só tem 29 anos de carreira, 20 albuns de originais, 60 discos de platina e mais de 4 milhões de discos vendidos. Além disso, só esgotou em várias ocasiões o Olympia e Zenith de Paris, o Emperors Palace na África do Sul, o Queens Elisabeth nos EUA, a Brixton Academy em Londres. Isto claro, sem falar que foi o primeiro português a encher as salas do Coliseu dos Recreios, Coliseu do Porto, Pavilhão Rosa Mota, Meo Arena, Multiusos de Guimarães e Campo Pequeno… e canta em português!!!! Ora, é claramente distracção dos assessores deste governo… só pode.
Porque quem faz do Parlamento um prolongamento do Big Show Sic, onde já há muito tempo mais lembra um programa de variedades, noutras um reality show ao estilo da  “Casa dos Segredos”, mais do  que um lugar sério de trabalho,  jamais poderia deixar de fora uma vedeta (sim, é uma vedeta portuguesa), quer se goste ou não do que canta, que move massas para o ouvir. Certo?
Acontece que o populismo barato do qual sofre a geringonça não tem critérios. É ao gosto do “freguês”. Melhor dito, o que mais “serve o freguês”. Neste contexto,  é preciso ver que Tony não vestiu t-shirts dos refugiados nem disse que agora tínhamos governo de jeito (coitadinho do Salvador, ele bem que avisou que além da música, não percebia de mais nada, no Alta Definição) e isso faz claramente a diferença. O currículo são “peanuts”. Que interessa isso na vida de um artista? Nada, claro!
Por isso, Marco Paulo outro senhor da música portuguesa carregado de discos de ouro e platina, com 50 anos já de carreira de sucessos, que espere sentado, bem como TANTOS outros artistas conceituados. Isto não vai lá sem umas t-shirts e slogans pró-geringonça. Está visto.
Francamente, nem oito nem oitenta. Podiam ter-se ficado pelas congratulações e era suficiente. Mas não! tinham de dançar o vira também! Somos pequeninos e ridículos e é por isso que somos miseravelmente pobres, financeiramente e culturalmente. Não me lembro de no Reino Unido alguma vez terem recebido na Câmara dos Comuns os Beatles que eram monstros gigantes da música internacional ou agora os U2.  E isso é o que nos distingue dos países bem governados.
Por aqui  se vê a “pobreza de governo” que temos na condução do país mas que é “rico” em “habilidades” para distrair do foco essencial.  As prioridades do Parlamento numa altura muito delicada não são a economia, que por ela ainda não moveram um dedo. São as manobras de diversão para desviar atenções como quem desesperadamente anestesia um povo à conta dos sentimentos para que não vejam a realidade.  Assim o fazem todos os líderes desses paraísos socialistas que vivem dramas humanitários (nós ainda nos safamos graças aos empréstimos da UE) para que ninguém acorde do coma forçado e perceba de repente que vive no inferno.
É o socialismo.

OS 4 "EFES" DE COSTA

Depois da ressaca dos 3 FFF,s (Fátima, Futebol e Fado) a que a nação inteira se rendeu, seguem-se as do Costa, quatro (a última é bónus), que nos trazem de regresso à dura realidade: Farsas, Fingimentos, Falcatruas e Fritos (esta última, na minha terra cá no norte diz-se de outra forma, também com “F” mas aqui não convém usar). Desde Outubro de 2015 que os “efes” do Costa estão em marcha. Não tarda nada vamos ter uma apoteótica comemoração nacional onde também serão convidados especiais aquele trio famoso, Os Troika, para nos dar música da boa ao som da qual vamos dançar para caneco! Ah! Se vamos!! Vai ser uma festança onde vamos recordar ternamente os “bons velhos tempos” do pós Sócrates num festival comemorativo do tetra em assistência financeira!  Não é fantástico?!
Com um país que dá sinal de falta de liquidez, que tem uma dívida pública que aumenta mais do que a economia, que como se isso já não bastasse, continua a aumentar a dívida a ritmo preocupante, o que faz Costa e seus pupilos? Aplicam o primeiro “efe”: constroem uma Farsa. À boa maneira dos filmes de Hollywood fazem um remake da história de Alice no País das Maravilhas onde não falta magia e fantasia para encantar os incautos. Juntam-lhe depois o segundo “efe”, Fingimento, e com as maiores caras de pau jamais vistas, sorriem e acenam ao povo como a Rainha da Inglaterra, assegurando que temos os melhores e maiores indicadores económicos de SEMPRE (porque isto tem de ter um ar credível, claro!). Logo de seguida o terceiro “efe”, Falcatruas, porque sem elas nenhum indicador económico seria possível de alcançar com reversões compulsivas às reformas feitas, sem planeamento nem responsabilidade, nem estímulos à economia. E siga a festa!
Entretanto, neste maravilhoso conto de fadas os médicos resolvem pôr um basta naquilo que classificam como incompetência e ligeireza do actual governo avançando com uma greve precisamente 2 dias antes da tolerância de ponto pela vinda do Papa, a que se juntou o fim semana, com 90% de adesão. Que disse Costa sobre isto? Que a culpa era dos outros. Que disse a imprensa? Absolutamente nada! Alguém notou que houve uma paralisação de quase uma semana nos hospitais? Nãaaaaaaaa… Tudo maravilhoso no país das maravilhas… A culpa é também dos doentes que são desorganizados e não sabem programar os dias de doença. Do governo é que não!
Porém a realidade é um gigantesco muro que está mesmo ali à frente. Não se vê. Não se sente. Mas está ali, no BCE, aquela fortaleza que nos tem comprado dívida criando uma bolha que nos protege, por enquanto, das quedas no precipício que está do outro lado. Que vai acontecer quando começar a retirada estratégica de apoio deste Banco?
Dado que nada fizemos para estancar a dívida pública, que não foi implementada nenhuma reforma estrutural e ainda  revertemos irresponsavelmente todas as reformas anteriores, que continuamos a engordar vergonhosamente o Estado, que não fizemos uma única medida de incentivo à economia, que aumentamos todos os impostos indirectos, que assaltamos a poupança e falamos em assaltar mais quem produz, APESAR da economia crescer (facto que se registou sempre desde a saída da bancarrota), jamais será SUFICIENTE para compensar as perdas.  Eufóricos com um crescimento de 2,8%? Vou lembrar que em 2016 o aumento da dívida pública em relação ao ano anterior foi de 4,1%… Este crescimento compensa?
Por outro lado é preciso lembrar que este crescimento de que tantos se orgulham foi sustentado por 48% de aumento de exportações para… Angola! Sim!! Angols aquele país em dificuldades extremas… financeiras! De onde surgiu este milagre da multiplicação de dinheiro assim de repente? Quem é o banco bondoso e caridoso que abriu cordões à bolsa a gente em insolvência? Será mais um, do tipo, BES? Será a nossa CGD agora capitalizada? Hummm… Outro contributo foi o turismo essa galinha de ovos de ouro que querem matar com o ataque ao alojamento local… Hummm… Isto de facto promete!
Com isto, vem o último “efe”, não tarda nada, como bónus do Costa  por sermos um contribuinte panhonha e manso que come tudo, cala e no fim paga sem bufar: FRITOS!!!
Ah! caros leitores, e bem fritos!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

QUERO LÁ SABER! GANHAMOS PORRA!

Sou do tempo em que o Festival da Eurovisão era imperdível. Uma noite de nervos, com a família em peso à frente da TV a torcer por Portugal. A ouvir depois os apresentadores a dizer: “Portugal two points”, “Portugal five points”,  para desalento de todos nós que não entendíamos como canções tão boas e interpretadas por vozes maravilhosas, não passavam do chão da tabela. Quando descolavam, o coração disparava e pensávamos” é desta!!” mas… depois, como que congeladas, as pontuações já não subiam mais e ficávamos a 7 lugares da vitória. Foi assim, com José Cid, Sara Tavares, Anabela, Dulce Pontes e tantos outros. Anos a fio… Lúcia Moniz foi quem chegou mais perto com um sexto lugar. Até ao dia 12 de Maio de… 2017. 
Com uma canção despida de artifícios onde a voz impera sem rede, tão simples e ao mesmo tempo tão poderosa interpretada por um miúdo esguio e desconchavado, num estilo único pouco consensual, eis que o Mundo se rende de forma inesperada à canção por quem ninguém dava um chavo cantada na língua de origem. E o impensável aconteceu. Vencemos o Festival da canção pela primeira vez desde a nossa entrada para o concurso trazendo três prémios: melhor canção, melhor intérprete e de vencedor do concurso! É obra!
Fiz parte daquele grupo de pessoas a quem a canção provocou estranheza. E no intuito de perceber porque estavam todos rendidos a ela, fui ao You Tube à procura de respostas. Ouvi-a uma vez, duas, três… e quanto mais ouvia mais ela se entranhava. Fui trabalhar normalmente com ela sempre na minha mente, sem saber porquê,  e dei por mim várias vezes a trauteá-la ao longo do dia. Foi então que entendi. O poder da simplicidade acompanhada de uma voz melodiosa que embala lembrando as músicas da Disney, interpretada por um pequeno Joe Cocker português era de facto sublime.
Não tardou quem se opusesse por cá a esta vitória pondo em causa a votação, alegando que ganhou apenas a custo de uma boa acção de marketing ou até da condição de coitadinho por via das doenças. Até o facto de ser descendente da nobreza foi usado. Não faltou escrutínio para injustificar a todo o custo o mérito. Precisamente do mesmo modo como ao longo de todos estes anos argumentávamos, mas na bancada contrária, revoltados pela pobreza de votos atribuídos à nossa canção. Acusávamos a Eurovisão de manipulação de votos, de interesses políticos dos países votantes, dos investimentos de marketing nas canções vencedoras que dizíamos não prestarem para nada ao lado da nossa. E agora que somos os vencedores barafustamos indignados???! Porquê caraças?!!
No Euro, nem tínhamos a melhor equipa. E chegamos à final sem saber ainda muito bem como. Mas foi com um jogador que nem era de todo dos melhores, gozado muitas vezes por dar pontapés na atmosfera que inesperadamente, com um chuto todo desengonçado, nos tornamos campeões europeus! Porque ganha quem mete mais golos e não quem joga melhor.  Alguém se importou com isso? Claro que não!
Eu quero lá saber se houve ou não manipulação. Eu quero lá saber se Salvador tinha ou não uma boa máquina promocional. Eu quero lá saber se  foi à conta do coitadinho que tem uma máquina que o liga à vida por baixo das vestes. Eu quero lá saber se a canção é de embalar, se a voz dele é banal, se é nobre ou do povo, se veste bem ou mal. Quero lá saber!! Ganhamos porra!!!
Fosse com a canção dos “Parabéns a Você”, fosse de calções de praia, fosse acompanhado de uma banda de rock ou só com violinos, fosse como fosse, para mim o que importa é que o Mundo se rendeu à nossa música! Se depois da vitória foi a música mais ouvida do Mundo,  bem isso é magia da alma, do sentimento, da pureza do amor cantado em estado puro que apaixona e cola à pele. Por isso é que vi pessoas na plateia com as bandeiras de outros países de  olhos lacrimejantes rendidos à interpretação de Salvador.  Isso não é marketing.
O que significa que ela é, simplesmente extraordinária porque só canções extraordinárias provocam arrepios que une uma multidão pelo Mundo.
Por isso, quero lá saber! Ganhamos porra!!!

O QUE ELES QUEREM É APARECER

E lá estavam eles, Ferro, Costa e Marcelo, depois de fecharem a tasca à nação  mais cedo, a receberem o Papa Francisco com honras de Estado numa visita que não era de Estado. O Costa até alertou o cronista que só poderia ficar a tomar conta dos seus filhos ( que amoroso!) pela manhã porque depois seguia para Fátima. Não podia falhar o encontro (ele que nunca vai à missa).   Um gesto aliás muito bonito de propaganda mas que mais uma vez soou a marketing puro (que rica novidade!). Então e os outros cidadãos à rasca sem terem onde pôr os filhos? Só servem para pagar impostos? Quem pensa nesses? (ninguém, claro!). Mas pronto,  e lá foi ele…  até porque não sendo um “Papa selfie” como nosso querido Presidente, estar ao lado deste símbolo da fé cristã é bonito  e quem sabe arrasta mais uns votos extra (duvido muito!).

quinta-feira, 11 de maio de 2017

VENEZUELA? ONDE FICA ISSO?

Não se passa nada. Ninguém vê nada. Ninguém ouve nada. Tudo cego, surdo e mudo como manda o politicamente correcto. Que o diga nosso querido presidente dos afectos ao referir que o “bom senso impede que se fale da Venezuela.” Que engraçado… O bom senso também não pediria o mesmo em relação ao líder da Síria, da Turquia, da Coreia do Norte, da Rússia ou até dos EUA? Porque não metem aqui o nariz onde temos 550 mil portugueses? Ah! Já sei… Porque este era o regime de referência do PS de SócratesBE e PCP na luta contra o imperialismo tendo sido apontado por estes como um exemplo de sucesso (o único) do socialismo… Pois… Como eu os entendo… Meter a viola no saco e fingir que nada se passa para fugir por entre os pingos da chuva… Claramente. Reconhecer o fracasso (mais um) do socialismo dói para caraças. 
Venezuela está a morrer. De fome. De direitos humanos. De liberdades. De dignidade. De terror. Quem se insurgiu contra isso e já prometeu intervenção? EUA. Os outros assobiam para o lado. Pelos vistos, as mortes nas cadeias, nas ruas, nos hospitais ainda não foram suficientes para serem consideradas genocídio como o holocausto Nazi, a fome pela inflação de 800% e escassez de alimentos que os leva a comerem do lixo ainda não é comparável à África, o confisco da propriedade privada ainda não está ao nível do regime de Estaline,  a violação dos direitos humanos não chegou ao pé da Coreia do Norte, logo, não se passa nada neste Mundo de hipócritas para que haja uma intervenção imediata e urgente.
E é com profunda consternação que assisto em pleno século XXI ao abandono de um povo à sua sorte, nas mãos de um louco, quando a História está repleta de sangue como este. Não aprendemos nada? Depois do holocausto Nazi que tomou proporções gigantescas por ter sido completamente ignorado durante 2 anos pelos aliados que sabiam da sua existência, criou-se a ONU com a OHCHR, um órgão na promoção e  defesa dos Direitos Humanos. Onde está ela? Entrou em coma? É preciso esperar quanto tempo até intervir? Estão à espera da autorização por escrito de Maduro quando a Venezuela é membro desde 1945? Num Mundo que já assistiu a tanta barbárie e que nunca esteve tão bem organizado como agora para actuar, não se entende esta inércia. Mas também, convenhamos, o que se pode esperar de uma ONU liderada por Guterres que elege Arábia Saudita para a Comissão dos Direitos das Mulheres… É precisamente aqui que vemos o quão estamos entregues à bicharada. O faz de conta dissimulado em interesses que permite as coisas mais anedóticas que nem ao diabo lembra.
Enquanto a coisa vai e não vai, há um povo que faz vídeos a suplicar ajuda internacional. Há um povo que salta para as ruas sem medo de morrer porque morrer já é garantido se nada fizerem. Um povo herói que SOZINHO combate este verme Nicolás Maduro que já devia estar preso ao abrigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Um povo entregue à sua sorte mas que não desiste.
E nós que temos 550 mil de portugueses em perigo, não vemos qualquer interesse numa visita oficial para interceder por eles mas achamos útil fazer visitas oficiais a Fidel Castro esse querido líder que transformou Cuba numa ilha prisão,   fazer depois um voto de pesar pela sua “sentida” morte (mas que grande “perda” para a humanidade!), inaugurar uma praça com nome de Hugo Chavéz e apoiar a entrada da Turquia  na EU. Faz todo o sentido, sim senhor!! Os portugueses que lá vivem que se amanhem que esta gente não tem tempo para eles. E se estão mal, que regressem a Portugal e deixem seus bens ao dispor de Maduro. Portugal está preparado dizem eles, para os receber assim como estava preparado com os retornados de África.
Tudo tranquilo. Tudo calmo.

O SR. BOFETADAS E COMPANHIA LDA.

Não sou eu que o digo. Está devidamente provado e documentado  que é na ala esquerda que existe a maior intolerância a opositores. Qualquer pessoa que diverge daquelas criaturas é imediatamente rotulado de iletrado, fascista  e outros tantos mimos. Isto, os mais moderados… Porque os outros partem para a acção ameaçando quem se atreve a fazer contraditório. Foi João Soares a prometer umas bofetadas, agora é Ascenso Simões que lhe toma o gosto e segue pela mesma cartilha a um cronista. Ah!! Valentes!!  Outros preferem sugerir a demissão como Gabriela Canavilhas de um jornalista que não lhe caiu no goto ou Miguel Tiago a Teodora Cardoso por não ir na cantiga das contas do governo. Já Galamba pratica bullying com suas vítimas que vai desde gozar com a foto de perfil do Facebook até ao rebaixamento intelectual. O BE nem está com meias medidas: bloqueia no Facebook e está feito. E o Costa? Bem esse, não tem papas na língua. Quem se mete com ele leva carradas de insultos grosseiros que é para aprender a estar caladinho!! O modus openrandi desta gente é sobejamente conhecido e reproduz aquilo que a historia universal já provou: a esquerda é intolerante à democracia e liberdade de opinião a menos que…  concordemos e aceitemos tudo o que dizem. Era o que mais faltava…
A isto juntemos os tiques ditatoriais com que conduzem os destinos desta Nação. Agora , pelos vistos, também não podemos QUESTIONAR o governo! Isso mesmo! Ao estilo de Nicolás Maduro, estes governantes julgam poder imiscuir-se de nos dar satisfações. Mas… azar do caraças, o lugar que ocupam foi dado pelo povo a quem têm o dever de prestar contas, não podendo agir por conta própria. Todos os dias têm a missão de dar conhecimento ao contribuintes portugueses de como gastam e quanto, os nossos impostos. Têm de explicar, sim, porque tendo recebido um país já liberto da bancarrota continuam a carregar-nos com mais austeridade e impostos. Porque depois de nos dizerem que o país está a crescer, a dívida pública disparou neste 1,5 ano e não pára de crescer. Porque querem ir buscar as economias do Banco Portugal se dizem que temos o melhor défice do mundo. Porque dizem que o desemprego desceu por mérito desta política de crescimento mas a criação de emprego continua anímica. Porque não dizem de onde veio o dinheiro para repor e reverter o sector público sem controlo nem critérios. Porque não aplicaram austeridade aos políticos como o fizeram ao povo. Porque aumentaram quase para o dobro os boys e salários da CGD em tempo de austeridade. Porque esconderam o que se passou na CGD. Porque fecharam balcões no banco público mas deixaram grandes devedores como Joe Berardo livre de hipotecas às obras de arte que expõe calmamente nos museus como se fossem dele. Porque não aceitaram os nomes de grande prestígio que Teodora Cardoso apresentou para o CFP. Têm de explicar, sim! Todos os dias. Até à exaustão! As vezes que lhes forem pedidas! Porque nenhum político é dono disto tudo para se servir dele, enquanto sorrindo, nos mentem e vão ao bolso. Literalmente!
Felizmente, mesmo vivendo nesta mordaça e com TODA a comunicação social a ajudar para não perder os tachos, há a bendita internet que estraga os planos todos a esta tropa de elite que se julga toda poderosa e dona do Mundo só porque, num golpe de astúcia, conseguiu usurpar o poder a quem ganhou legitimamente as eleições em 2015.  Aqui a música é outra! Livres de qualquer censura ou controlo, SOMOS LIVRES de exprimir o que nos vai na alma, DOA A QUEM DOER. Aqui a liberdade de expressão é genuína e sem obstáculos. E quem se mete connosco tentando nos silenciar, só se mete em trabalhos: abre-se nova conta, cria-se novo perfil ou faz-se queixa ao tribunal europeu dos direitos do homem, como foi o caso do jornalista José Manuel Fernandes e está feito! Quem se mete com os defensores da liberdade de expressão só perde tempo e energia. Garantidamente!
O Mundo mudou e se noutros tempos esta ideologia conseguia seus intentos até ao controlo absoluto do seu povo, HOJE é missão impossível e é isso que os faz tremer e desorientar. Temos pena.  Parafraseando Jorge Coelho mas com uma singela adaptação, “quem se mete connosco, leva!”
Está dito por mim!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

UM GOVERNO DE ESQUERDAS A GOVERNAR À DIREITA

Se me dissessem em Outubro de 2015, quando Costa deu uma reviravolta aos resultados das eleições e juntou-se aos derrotados para fazer governo, que esta “coligação”, passado quase dois anos, iria governar literalmente à direita, deixando cair todos os seus estandartes eleitorais, esmagando ideologias apregoadas por décadas, diria claramente que era impossível. Dou a mão à palmatória! Está a ser inédita e brilhante esta actuação governativa que ao contrário de muitos, a mim agrada-me imenso. Porquê? Ora, porque assim fazem menos asneirada… Óbvio!
Decidir governar à direita não terá sido uma opção fácil e louvo-lhes a espinha dorsal que tiveram de quebrar literalmente para se ajustarem como minhocas às novas ideologias. Partidos que fizeram do incremento ao investimento público e consumo privado  sua bandeira macroeconómica para derrubar o anterior executivo, prometendo por esta via o fim da austeridade, colocarem depois nos mínimos históricos, esta rubrica, em Portugal e UE, é obra!  Para não falar do controlo obsessivo do défice que foi muito além da Troika (onde foi que eu no passado ouvi isto?) e cujo o entusiasmo é tanto que até já querem chegar a 2020 superavit! Muito bom! E a vassalagem prestada aos banqueiros com as ajudas a “fundo perdido” à banca? Não eram eles que diziam que “nem mais um cêntimo” à banca apoiariam? Pois… Por acaso não foi um cêntimo. Foram milhões de euros.
Junta-se a isso o Relatório do Grupo de Trabalho sobre a sustentabilidade da dívida de que fizeram parte o PS e BE com a exclusão do PCP. Neste documento assumiram que são necessárias medidas de consolidação orçamental, que é preciso ajustar as politicas económicas e orçamentais para tornar a dívida pública sustentável, aceitaram que uma solução ao problema passa por uma negociação com Europa e BCE, dando como alternativa à resolução da dívida, uma extensão dos prazos de pagamento. Não é fantástico ver estas esquerdas a curvarem-se às regras dos tratados europeus, deitando para o caixote de lixo o Manifesto dos 74 de que eram protagonistas?  Quem diria…
De facto, quando no passado esganiçavam-se pelo perdão da dívida, expeliam os bofes sempre que se referiam à política monetária do BCE, vê-los agora de mãos dadas com este projecto europeu chega a ser enternecedor. Porém, não nos podemos iludir. Isto  não passa de um jogo de poder. Porque o “lobo vestiu pele de cordeiro” para se encostar à sua vítima, o PS,  e conseguir coligar verdadeiramente como ele, retirando futuros dividendos, caso isso venha a acontecer, num crescimento de poder e ocupação na máquina do Estado. Enquanto o PCP continua nesse sentido mais genuíno, estas minhocas do BE, muito astutas, não se importam de vender alma ao diabo, isto é, governar agora à direita,  para alcançar qualquer objectivo. E o objectivo é claramente tomar conta do poder. Não fosse isso, porque razão se subjugariam?
O mais irónico disto tudo é que agora, governar à direita é bom a ponto de nem sequer os sindicatos contestarem verdadeiramente esta posição na mudança de ideologias. Lançam apenas pequenos avisos suaves de que é preciso virar à esquerda novamente. Nada que abale esta “tranquilidade balofa” em que vivemos.
São os “tempos novos” onde vale tudo…

O GALAMBISMO

Há uma nova corrente ideológica “made in” Portugal. Depois do comunismo, liberalismo, socialismo e outros tantos “ismos”, eis que neste nobre país de descobridores, inventou-se o Galambismo. O conceito é simples: defender qualquer coisa hoje (mesmo que indefensável) para contradizer amanhã se for necessário, consoante os ventos e as marés, usando todos os argumentos à mão por muito ridículos que sejam, fazendo-os parecer válidos e inteligentes, nem que seja à custa do insulto ou rebaixamento intelectual do opositor. Esta nova ideologia política, inspirada noutra já extinta, o Socratismo, despontou para servir a Geringonça na sua propaganda política. Serve essencialmente para propagar ideias feitas, por vezes sem nexo, para delas fazer umas “grandes verdades”  depois de repetidas até à exaustão. Confusos? Eu explico.
Num exemplo prático, é a mesma teoria de que se servem os nossos queridos adolescentes lá em casa quando, querendo fazer valer seus “direitos”, apanhados em falso a mentirem ou a fazerem asneiras,  argumentam tudo e mais alguma coisa para nos convencerem a mudar de ideias ou a justificarem o acto ilícito, usando explicações que vão da estória da Carochinha à do Robin dos Bosques, sem pestanejarem e convictos que estão a ter um discurso “mega” inteligente, válido e coerente. Estão a ver o filme? Quem é pai destes “piquenos” sabe do que falo.
O Galambismo é a consequência de vir directamente das universidades para o Parlamento sem passar pela dureza da vida activa, o que leva estes adultos a viverem num estado permanente “da adolescência”, protegidos pelo “lar” que os “acolheu”, sem nunca terem tido possibilidade de crescer em experiências profissionais  à custa da severidade do dia a dia dos comuns mortais.
Sem conhecimento de causa no terreno, os Galambistas, essas criaturas ainda na “puberdade profissional”,  conseguem defender, por exemplo,  que a sustentabilidade da dívida pública se resolve com o aumento dos dividendos pagos pelo Banco Portugal ao Estado. E dizem-no com o ar mais sério do mundo. Ora, sabendo que se o BP não constituísse mais provisões até 2023  o Estado arrecadaria 5,75 mil milhões de euros, estes  apenas dariam fôlego para 7 meses tendo em conta que em 2016 a dívida pública aumentou 9,5 mil milhões!!! E continua a aumentar… No fundo é o mesmo que pôr um penso rápido numa hemorragia arterial.
Se queremos recuperar a nossa soberania temos de seguir outros caminhos que ponham fim ao descontrolo  da dívida pública e consequentemente conseguir baixá-la com reformas estruturais corajosas. Estancar o mal definindo na nossa Constituição um tecto para o endividamento para que não haja possibilidade de derrapagens inesperadas futuras. Cumprir com as amortizações. E depois, com um percurso  a não falhar com as nossas obrigações, não faltará espaço para negociações num futuro próximo com as instituições europeias no âmbito de uma possível reestruturação da dívida, devidamente apoiada pelos nossos credores.  Quem não se lembra das palavras de Schauble sussurradas a Gaspar onde lhe prometiam mais ajuda se fosse preciso? Porque sem a confiança de quem nos emprestou, confiança essa que só se consegue demonstrando vontade em honrar acordos (como foi o caso de Vítor Gaspar  e Maria Luis Albuquerque) jamais conseguiremos recuperar a soberania que perdemos por termos desfalcado as finanças do país. É preciso não esquecer que se estamos hoje  nas mãos dos credores foi porque levamos o país por 3 vezes a uma pré-falência. É obra! Só isto já nos coloca numa posição de desconfiança. Se juntarmos, “relatórios de sustentabilidade da treta”, numa altura em que se reverteu tudo e mais alguma coisa sem critérios nem almofada financeira, temos o cenário ideal para que todas as agências de rating e investidores sintonizem os radares na posição de “perigo à vista”.
O problema dos Galambistas é que, por muito que se explique isto, jamais entenderão devido à sua natureza de cigarras que planeia tudo para o curto prazo. Não conseguem ter uma atitude de poupança para prevenir futuras intempéries. Tudo é pensado ao momento e depois logo se vê. Acontece que ninguém sabe o que vai acontecer quando o BCE deixar de comprar dívida portuguesa e num futuro tão incerto, é importante o país ter uma boa almofada financeira. Já sabemos que cabe ao Estado português as decisões sobre as provisões mas cabe também ao Estado evitar tomar posições que não resolvem absolutamente nada em termos estruturais, só pontuais, recorrendo DE NOVO a medidas extraordinárias para resolver uma questão que não sabe ou não quer resolver: o aumento galopante da dívida pública portuguesa.
Ir às provisões do Banco de Portugal é fazer cosmética com as poupanças do país.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

A Política é um Jogo

A política não passa de um jogo. Por vezes sujo. Muito sujo. É um  imenso tabuleiro onde os jogadores manipulam as peças a seu bel prazer com um único objectivo: ganhar. Não importa o que se diz. Não importa o que se promete. Não importa se é mentira. Não importa as consequências. O que importa mesmo é ganhar seja a que preço for. Dizer hoje uma coisa e desmentir amanhã é socialmente aceite porque instituiu-se que faz parte do “fazer  política”. Tudo muito normal. José  Miguel Júdice assim o afirma, sem pudor algum. 
Desde sempre que nos fazem crer que para governar é necessário saber fazer política. Que tem de ser gente com conhecimentos dentro dessa área para poder desenvolver um bom trabalho na governação de um país. Abrem-se cursos. Forma-se gente que vai directo das incubadoras das universidades para o Parlamento. Sem qualquer experiência da vida real. Nada. Só “blá, blá” muito sofisticado para parecer inteligente alguns com mestrados. Como resultado fomos votando nos mais bens falantes, naqueles que melhor expressam a vontade do povo, que mais prometem, que mais sabem iludir, mais do que por participação activa na sociedade. E o resultado qual foi? Décadas de destruição de um país. Sem fim à vista…
Por causa da política somos pobres e falidos. Não, não foi a Europa, não foi o colapso do sistema financeiro mundial, foram os nossos políticos que puseram o país de tanga. Conscientemente. Sem responsabilização imputada aos governantes. Sem qualquer peso nas consciências. Faz parte. Dizem eles… com uma lata monumental. Porque “as dívidas não são para se pagar, gerem-se”, dizia Sócrates sem gaguejar.
Não se compreende (ou talvez sim) como podemos ter  mar, terra, paisagens, clima   e nem com toda esta riqueza conseguimos estar à frente de países com menos recursos tão pequenos quanto o nosso como a Bélgica ou Suécia ou do Luxemburgo que está no topo da tabela do rendimento per capita! Somos assim tão incompetentes?
A resposta é tão simples: somos governados por políticos e na política vale tudo. Vale roubar o erário público à descarada. Vale empregar os familiares e amigos todos que se entender. Vale favorecer em negócios todos os que convier. Vale desviar dinheiro para contas pessoais de “luvas”. Vale ter apenas um curso sem nunca ter mexido uma palha na vida. E depois quando falta dinheiro para pagar salários e pensões, assegurar o Estado social, vale fingir que a culpa é dos outros e estender a mão ao FMI  ou UE enquanto se pede mais impostos à população. Sempre que fizer falta. Sem limites.
Portugal só mudará o rumo quando forem buscar à  sociedade civil gente muito determinada, com sentido de Estado, que fruto de uma experiência vasta de trabalho efectivo em economia e gestão, em conjunto com outros de áreas relevantes , sejam capazes de agarrar o desafio da governação como uma missão de quem tem pela frente uma “empresa doente” a precisar de reestruturação. Que saberão pegar no mal pela raiz e sem qualquer ligação a lobbies, maçonaria, ou qualquer interesse político, agarrem este “touro pelos cornos” e limpem o país desta praga devastadora de inúteis. Gente com determinação para enfrentar tudo, sem medo. Líderes.
Até lá, será um gira e volta a girar num sistema eleitoral que permite colocar todo o tipo de gente nula, gaiatos sem escrutínio, no Parlamento, a decidirem nossas vidas como se tivessem legitimidade para isso,  a quem nem sequer podemos imputar responsabilidades por via de  uma Constituição, feita à medida,  que os favorece e protege.
Porque a política não passa de um jogo onde quem joga assegura sempre que jamais perde.
E isso tem de mudar.