segunda-feira, 29 de maio de 2017

O MILAGRE DA SAÍDA DO DÉFICE EXCESSIVO

Em Abril de 2015, doze economistas entregavam ao candidato a primeiro-ministro, António Costa, um Plano Macroeconómico que previa um autêntico milagre nas contas do país, sustentado no estímulo ao consumo interno e aumento do investimento público. Fizeram parte dessa proposta nomes que se encontram neste momento a governar: Galamba, Centeno, Rocha Andrade, Vieira da Silva, Cadeira Cabral entre outros. Umas mentes luminosas que tinham a solução divina para nos colocar ao lado da Suiça num ápice (ah! ah! ah!). Mas o Plano era tão bom e tão credível que, ao contrário do Documento Estratégico Orçamental do então governo PSD/CDS, devidamente auditado pela UTAO e CE, neste do PS, não foram facultadas as folhas de cálculo que levavam a tais conclusões. Curiosamente também, o dito "plano macroecomico", entretanto,  desaparece da net. Pormenores... maiores. 
A pressa era tanta para o pôr em prática que depois da derrota eleitoral, e por sugestão do PCP, construíram uma Geringonça. Até aqui tudo bem não fosse a fome desmesurada que esta gente tem de engordar e enriquecer o sector público em detrimento do sector privado. Quem não conhece o ódio de estimação dos comunistas à iniciativa privada? Ora bem, nesse sentido, e sem acautelar o futuro, reverter e repor passou a ser a ordem do dia. Em apenas 1 ano, fizeram disparar a dívida pública em mais 9,5 mil milhões de euros ou seja um aumento de  5% do PIB. Dito de outra forma, foram 24000€ por minuto de aumento de dívida pública com 12000€ por minuto de aumento de crédito ao consumo. Quem foi que disse que o plano macroeconomico destes ilustres economistas não promovia o crescimento? Ups! Não era este... 
Cedo perceberam que o caminho traçado estava logicamente errado e era necessário corrigi-lo DEPRESSA sob pena de sanções por não cumprimento das metas do défice em 2016. Que fizeram? Numa acção desesperada meteram a viola das políticas defendidas no saco e seguiram rumo às medidas de emergência: travaram a fundo o investimento público (o mais baixo da história), suspenderam abruptamente pagamentos no sector público entre outras medidas pontuais irrepetíveis, para se manterem à tona. Com isso conseguiram o dito défice que nos retiraria do Procedimento Défice Excessivo, ao reduzir 0,8% ao défice de 3% deixado pelo anterior executivo. Mas onde diabo está a genialidade disto?
Antes de mais há que relembrar que se estivemos nesta luta gigante e sufocante de redução de défice excessivo, devemos todo esse esforço ao brilhante militante do PS e outrora Primeiro Ministro de Portugal, Sr. (engenheiro, já não) Sócrates (e seu número dois em 2007 e 2008, António Costa) que deixou o país com um generoso défice de 11% que nos hipotecou a vida. Sem ele, hoje, ninguém estaria aqui a puxar dos galões sobre a heróica redução do défice. Depois, referir que, não obstante o mérito de quem ( o PS) à última da hora compreendeu que, ou fazia inversão de marcha ou colidia com a parede, a verdade inquestionável é que se o anterior executivo não tivesse reduzido de 11% para 3% (uma redução de 8%!!!), JAMAIS esta geringonça atingiria a meta com um miserável 0,8% de redução. Qualquer burro cego vê isto. 
Se os ventos sopraram a favor na concretização deste milagre do défice e crescimento económico foi tão somente porque não houve tempo de estragar mais a economia implementando medidas desastrosas. E assim, o turismo catapultou os números, as exportações também.  Sem empecilhos, a economia foi fluindo como sempre o faz quando os governos não interferem nela. Mas... claro, não obstante a galinha de ouro ter feito o milagre do crescimento, e já o PS com a ajuda de sempre dos seus parceiros, prevê matá-la... Veja-se a última proposta sobre o alojamento local. Sem falar das propostas para taxar ainda mais os lucros das empresas, da integração indiscriminada de precários , aumento de contratações por via da redução de horário para 35h ou da última de Catarina que prevê reverter a privatização dos CTT. Anedótico! Catastrófico!
Sair do PDE ao fim de 2784 dias, dos quais só 365 são mérito do governo actual,  é sem sombra de dúvida muito positivo e felizmente para nós que, mesmo à última da horaPS inverteu a trajectória. Mas a pergunta é: se conseguimos o défice à conta exclusivamente do martelanço obsceno das contas públicas ao mesmo tempo que aumentamos a dívida e já estamos a criar empecilhos legislativos que algemam a iniciativa privada e comprometem o investimento, que futuro nos reserva este governo? A mesma dúvida paira no seio da CEDBRSFitch.
Porque milagres só acontecem, quando acontecem, uma vez na vida...

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