sexta-feira, 21 de outubro de 2016

CATARINA, QUEM QUER, FAZ!





Cara Catarina, no seguimento ao seu manifesto desagrado pelo salário milionário do novo Presidente da CGD, permita-me que lhe diga o seguinte: na vida quem quer, faz. E consta-me que a Catarina quis assinar o documento que permitiu retirar os limites salariais no banco público. Como também quis que este OE fosse como é. Um embuste. O empobrecimento encapuzado. Mais um.  Mas quem quer, faz. E Catarina não faz. Diz que faz. E depois lamenta-se da falta de ética dos parceiros. Porque foi consentidamente ”barriga de aluguer” não pode agora dizer que não é “mãe” desta “criança”. Ajudou a “conceber”. Tem seus “genes”. É tão seu como do PS. Rejeitar o “filho” agora à nascença não lhe inibe o dever de ter de o assumir.

Porque embora o negue, o poder foi sempre seu. Podia ter impedido. Podia ter subido à tribuna vezes sem conta e ter dito, que há outros caminhos para além do aumento de impostos; que o país precisa de crescer dando incentivos, mais do que taxar; que antes de repor aos mais ricos é preciso olhar pelos mais pobres; que não pode haver salários obscenos em banco público. Que os seus 10% e 8% do camarada, não servem para ganhar eleições mas servem para chumbar decisões. Porque não há maioria sem seu voto. E agir.

Mas deixou passar tudo. Porque quando olha para a plateia dos contribuintes ainda vê um grupo de iletrados  envelhecidos e pobres, vulneráveis a discursos falaciosos. E manipula-os à exaustão. Tenho 1 má notícia: eles já vão à universidade e movimentam-se nas redes. Modernizaram-se. Que chatice.

Se quer mesmo que aconteça, faça. Exija. Porque até lá estará apenas a transformar o Parlamento no Maria Matos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CARTA ABERTA A MÁRIO NOGUEIRA


Caro Mário Nogueira, deixo-lhe aqui uma foto da refeição do filho da D. Hazel Claridade, na Escola Secundária de Carcavelos. Já nem falo da cor nem do aspecto, mas diga lá, com este racionamento, que mais parece o das prisões da Venezuela,  conseguiria ter bom rendimento?  É para isto que defende tão ferozmente a escola pública? Ah! Mas espere, falta a cereja no topo do bolo: a escola EB1 António Nobre e a Básica e Secundária de Canelas, FECHARAM por falta de auxiliares. Fantástico! Isto sem falar dos alunos sem aulas por falta de docentes,  dos 15 000 professores sem colocar (mais 1178 que o ano passado) e aos quais os 500 desempregados das escolas privadas se vieram, graças a si e seu secretário,  alegremente juntar! Quando em 2013 acusou o anterior executivo de vandalismo na educação e qualidade de ensino, nunca se viu algo semelhante. Mas dizem vocês que tudo vai melhor… na educação.

              Presumi que fosse por falta de informação, que não se manisfestou até hoje. Por isso, agora esclarecido, espero que junte toda a população (pode ser a mesma da mega manif “em defesa da escola pública”) e vá de megafone na mão exigir o que sempre exigiu aos outros e que estes não só não fizeram, como ainda agravaram seriamente. Espero vê-lo a gritar palavras de ordem até ficar rouco, pelas ruas de Lisboa, cheio de indignação pelo caos instalado nas escolas do país. Espero que não poupe nos adjectivos, como tão bem sabe fazer, a estes que nos desgovernam. Mas não se esqueça, sobretudo,  de não abaldroar o carro de Passos Coelho...

                 Porque desta vez, os culpados, sois mesmo vós.

A CONCORRÊNCIA É UMA CHATICE


A concorrência é 1 chatice. Que o diga  Florêncio, o presidente da ANTRAL ,  gerente de 14 empresas do sector dos táxis que durante anos deteve o monopólio deste fantástico negócio. Durante mais de uma década, reinou confortavelmente, sem sobressaltos, num império criado à conta da sua posição privilegiada como Presidente daquela associação. Em 15 anos, fez nascer:  a CNTD-Central Nacional de Táxis Digital; a  Antralcamp-Centro de Avaliação Médica e Psicológica; a PróTáxis-Serviços de Formação e Comercialização de Equipamentos Automóveis; Antralmed-Actividades Mediadoras de Seguros; Fundação Antral; Táxis Estrela da Madragoa; Táxis Firmino e Eulália Santos; Auto Táxis Serra D’Arga; Continentalbus; Lisboa Táxis; Mediflor-Consultório Médico e Fisioterapia; Feneto Santos Reparações Automóveis; Atempadamente Auto Táxis; Auto Táxis Arrucense!!!! Ufa! Acabei!

     Claro que o facto de ser ao mesmo tempo gerente, sócio-gerente, administrador destas empresas e presidente da ANTRAL, fazer formação e exames médicos, usar influências para limitar os concursos públicos de aquisição de licenças a baixo custo e transgredir a lei concorrencial ao colocar táxis de província a operar em Lisboa, nunca incomodou ninguém. A não ser claro, os bravos do costume, a PJ, que iniciou um processo de investigação por suspeita de crime económico. Nada que atrapalhe Florêncio que atribui este facto às invejas…

     Foi só com a chegada da UBER que a vidinha tranquila deste ilustre senhor se complicou. Como é que esta plataforma teve a ousadia de entrar num mercado “privado” deste Zé das Medalhas? Claramente ofendido pela audácia, incitou várias vezes à justiça popular para travar este fenómeno em expansão do mercado digital. Modernizar-se, melhorar os serviços e preços, nunca esteve nos seus planos. Era preciso isso sim, eliminar por completo quem se atravessou no seu caminho. Assustado Costa, acabadinho de chegar ao poder, promete para acalmar ânimos só 17 milhões tiradinhos dos impostos, para ajudar à modernização dos táxis, que, coitadinhos, não tiveram tempo nem dinheiro suficiente para o fazer sozinhos durante todos estes anos. Abriu-se com esta governação um precedente inédito: ajudas do Estado a empresas do sector privado (sem ser a banca). Genial! Uma decisão digna de condecoração pois nenhuns governos anteriores se dignaram fazer o mesmo aquando da invasão das grandes superfícies que matou milhares de pequenos comerciantes! Sai 1 medalha Senhor Presidente,  se faz favor!

      É claro que tem de haver legislação apropriada. É claro que se tem de ajustar de 1 lado, aliviando, e do outro, introduzindo, de forma a que estas coabitem num mercado livre mas com regras justas, adequadas a cada segmento. Porém, não se deve nunca num país livre impedir o acesso a todos os grupos economicos que queiram investir no nosso país. Nós não somos a Venezuela!

      E se há culpados o maior de todos é a ANTRAL e é sobre ela que todas as raivas devem ser canalizadas. Porque foi ela que mutilou, afixiou, manipulou e está a matar a profissão. Porque foi ela, que durante anos,  à conta da falta de alternativas dos próprios taxistas, encheu os bolsos de quem a presidiu.

A NORMALIDADE ANORMAL DESTE PAÍS


Caro Carlos César, de facto tem razão: o PSD e CDS têm de facto horror à normalidade que estamos a viver neste país. Eles e o FMI, OCDE, Comissão Europeia, BCE, Conselho de Finanças Públicas… e eu. Porque de facto, não é normal nesta normalidade ver a família inteira  de 1 líder parlamentar, com assento em  cargos políticos: é a mulher; é o filho; é a nora; é o irmão e talvez (falta confirmar)... o Bobby :p ). Parabéns!

É claro também que todos  estão indignados , como diz e bem, com a normalidade dos bons resultados do país: um crescimento excelente da economia de 0,8%; um investimento público fabuloso de - 3,1%; uma procura interna fenomenal de 0,6%; uma dívida astronómica genial de 131% do PIB… Tudo isto demonstra de facto, tal como afirma, que há 1 governo e partidos que o apoiam, empenhados no futuro… de pobreza. Viva o Marxismo!

Tem toda a razão, o PS de hoje não é de todo radical. Nem se comporta como um marxista. Apenas persegue o capital,  taxando-o de todas as formas possíveis e inventadas para que não acumulem riqueza e essa possa ser distribuída conforme as necessidades de cada um. Corretíssimo! Uma sociedade justa é aquela que estão a construir, agora, onde se começa por beneficiar os detentores de salários mais altos, incluindo os políticos, repondo-lhes os rendimentos, regalias,  e com o que sobra, dar 30€ de aumento ao salário mínimo e 1€ às pensões mais baixas. Para alcançar este bem estar social, carrega em cima de todos os produtores de riqueza e contribuintes com aumentos brutais de impostos variados e criativos, sobre toda a população. Muito bom!

Meu caro, tem por isso todos os motivos para sentir, como diz, orgulho no seu grupo parlamentar em partilha com outros partidos da esquerda,  neste percurso de mudança que estão a fazer neste país. Nunca de facto estivemos tão perto da Coreia do Norte, Cuba e Venezuela ao fim de menos de 1 ano de governação.  Muito obrigada a todos !

O ORÇAMENTO DO SAQUE


E depois de meses de hibernação, deixando os assuntos financeiros a cargo da ministra Mortágua, eis que surge Centeno, com seu ar de menino perdido, a apresentar o tão esperado OE2017. Com o jeito desengonçado, e pouco convencido, lá nos foi dando a notícia que não é notícia. Afinal, todos já sabíamos a foiçada que vinha aí… no contribuinte, claro! Porque um bom orçamento, tal como afirma Estrela Serrano do PS, “é aquele que vai buscar dinheiro onde os orçamentos anteriores não descobriram que ainda havia para tirar”. Genial! Sai um prémio Nobel da Economia! Ora, assim sendo, presumo que  não tiraram aos partidos, aos políticos, aos gestores públicos porque não os descobriram, certo? E isto, diz Centeno, é um orçamento de esquerda. Façam o favor de anotar isso!

Como bom orçamento que é, de esquerda,  só se preocupa com a receita. Buscar, sacar, tirar o máximo aos bolsos do contribuinte para suprir os buracos financeiros abertos sem acautelar o futuro. Porque o futuro, diz Catarina,  “não interessa para nada, interessa é o daqui pra frente”. Entenderam?(??!) Por isso, durante 2016, reverteu-se, prometeu-se, repôs-se, e aumentou-se tudo sem questionar donde viria o dinheiro. Porque já se sabia, que o dinheiro assim que faltasse seria para sacar… Ah! Mas calma, só com impostos indirectos, os mais “justos”,  aqueles que não reduzem os rendimentos, dizem eles. Pois, não reduzem… de forma directa (no ordenado) mas vão aos bolsos de TODOS, por igual, quando vamos ao supermercado, ao pagar a renda, nos transportes… Sejamos pobres ou ricos.

Porém, e para animar a malta,  o Dr. Centeno “Mambo” prevê 1 aceleração do crescimento pela procura externa (já não é a interna), uma diminuição do emprego, uma redução da carga fiscal(??!)... Diz que o país, no seguimento das políticas de recuperação de rendimentos (sem criar riqueza), vai crescer, vai prosperar… como tem vindo a acontecer (??!). Mesmo com carga fiscal mais alta da UE. Vai sonhando vai...

É precisamente porque esta fórmula de esquerda é um sucesso económico que, sem bancarrota, sem troika, sem FMI,  vamos suportar mais impostos, neste OE2017 que em 2015.

GUTERRES, O NOVO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU


É sempre um grande orgulho ter 1 português num lugar de destaque no Mundo: um Cristiano Ronaldo e Mourinho no futebol; um Egas Moniz nobel da medicina; um Aristides Sousa Mendes na diplomacia; uma Amália Rodrigues na música; um Durão Barroso na Presidência da Comissão Europeia e tantos tantos outros…Por isso, enche-me a minha alma portuguesa ao ouvir que Guterres será o próximo Secretário Geral das Nações Unidas.

Quando era primeiro ministro de Portugal, confesso que lhe via (e continuo a ver) nenhumas qualidades de liderança. Chamava-o  carinhosamente de “pinguim” porque era isso que ele me lembrava com aquele ar carinhoso a transmitir empatia e o caminhar característico que em tudo me fazia lembrar aquele simpático animal. Claramente manipulado por todos os lobies, inclusive do partido que liderava, parecia uma marioneta ao serviço das clientelas. Daí que não levou muito tempo para que arrastasse o país para o pântano do qual não saiu mais… E nem sequer aguentou sem se demitir… Um bom capitão nunca abandona seu navio a adornar…

Não ponho em causa, nem por um momento, o seu precioso trabalho na ACNUR. Dele e tantos outros que se empenharam arduamente nesta causa. Porém, quando se fala em liderar um organismo como a ONU, permito-me algumas reservas. Porque esta organização mundial, tanto quanto outras, precisam de gente com fibra, capaz de enfrentar interesses instalados para cumprir efectivamente os objectivos a que se comprometeu há 70 anos atrás. E nisso, sou céptica. Lamento.

Se a ONU tivesse tido lideranças à altura dos desafios, nunca estaríamos com tanta fome no Mundo, onde basta recuperar APENAS o desperdício dos países ricos, para acabar com a fome dos países pobres; não teríamos o desastre ambiental que se regista no planeta e que já esgotou  a sustentabilidade dos seus recursos ; não teríamos guerras a provocar genocídios e refugiados em massa; não teríamos países sem direitos humanos a traficar pessoas. Nem sequer o problema dos refugiados conseguiu gerir com eficácia. É o descontrole total.

Eu não tenho dúvidas da inteligência, que repetitivamente publicitam, de Guterres. Nem tão pouco das qualidades humanas que ele possui. Mas liderar, seja o que for, exige muito mais do que isso. Que o diga Steve Jobs, um aluno pouco brilhante e que transformou a Apple naquilo que ela é hoje. Um líder tem de ter estofo para lidar com quem se lhe opõe. Tem de ser capaz, de fazer frente a toda e qualquer adversidade, vinda de onde vier. Ser capaz de nunca desistir e por muito difícil que seja, seguir em frente. Ser capaz cair vezes sem conta, e levantar sempre, mesmo que desamparado. Um líder não se importa de caminhar sozinho se acreditar que aquele é o caminho certo. Foca-se 1 objectivo e só o larga assim que o concretiza. Não tem medo de falhar porque sabe que são aprendizagens e não fracassos. E essas qualidades,  Guterres não tem.

Mas porque a ONU é mais representativa que activa, sim, o cargo, fica-lhe bem.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O MEGALÓMANO MAAT DA EDP

Eu não tenho nada contra a construção de museus. Apostar na cultura é um investimento louvável. O que eu não compreendo e condeno são as prioridades de empresas como a EDP.  Construir o MAAT que já consumiu 20 milhões e não se sabe ainda quanto mais vai engolir, por muito futurista que seja o projecto, esta megalomania arrepia-me quando é alimentada pelo custo abusivo de 1 sector que tem monopólio do mercado e vende 1 produto que ninguém prescinde: a electricidade.

Temos o fornecimento eléctrico mais caro da Europa. Como se isso não bastasse, cobram-nos ainda 1 taxa de audiovisual de 3€ mais iva. Para quê? Para ter 1 serviço caro, que não permite que todos possam usá-lo de acordo com suas necessidades. Por isso, quando o frio aperta, enchem-se as urgências de idosos doentes devido às  casas húmidas e frias porque não as podem aquecer. Nem sequer o serviço “funciona” da EDP, funciona sem pagar mais, quando há condições para ser gratuito.

Claro que isto não incomoda António Mexia que com vencimento de 7000 euros por dia (não, não me enganei. É mesmo por dia!) não tem problemas em pagar a factura da luz ao fim   do mês, nem tem de optar entre aquecer a casa ou desligar o frigorífico. O líder da EDP, por este cargo singelo, mal desempenhado, ainda tem a honra de ser enaltecido por Costa que pede que sigamos o exemplo de liderança deste ilustre senhor.

Acontece que Mexia não é de todo 1 bom líder, nem tão pouco um bom exemplo. Porque a EDP sempre teve 1 elo de ligação à política que a privilegia sem falar do monopólio do mercado. Como se não bastasse, além de vender caro, vive de rendas colossais patrocinadas pelo Sócrates e que penhoraram o país por décadas. País, leia-se, cidadãos! Um bom líder trabalha para a satisfação dos seus clientes. Aposta tudo na qualidade de serviço e preço. Sabe que quanto mais investir neste binómio, maior será o crescimento. Maior será a fidelização. Não se compromete com outros projectos sem ver reflectidos nos preços, os bons resultados. Nem tão pouco é capaz de levar para casa 7000 euros por dia sem ver reflectido proporcionalmente, o mesmo bom nível salarial e condições de trabalho à sua mão de obra. Porque 1 bom líder, sabe que nada seria sem eles. Méritos e  condecorações deveriam ser atribuídos aos milhares de pequenos e médios empresários, que completamente desamparados, carregados de impostos, numa selva concorrencial e ainda insultados pelos governantes, gerem empresas lucrativas e competitivas, que sustentam as EDP’s e todos os desvarios políticos  deste país.

Eu não fui nem irei visitar o MAAT. E tenho pena que não tenha ficado vazio no dia da inauguração como forma popular de protesto. A enchente de visitantes revela a ignorância de um povo que não entende que é à conta dele que se fazem estes luxos desnecessários para servir interesses de clientelas. Gente que não terá vergonha nenhuma em aumentar o preço da luz para sustentar este e outros mamarrachos disfarçados de museus que custam milhares de euros mensais para se manterem. E que curiosamente foi inaugurado sem estar concluído…

Tal como o museu dos Coches será só mais um mega projecto a nos empobrecer todos os dias…