quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A CONCORRÊNCIA É UMA CHATICE


A concorrência é 1 chatice. Que o diga  Florêncio, o presidente da ANTRAL ,  gerente de 14 empresas do sector dos táxis que durante anos deteve o monopólio deste fantástico negócio. Durante mais de uma década, reinou confortavelmente, sem sobressaltos, num império criado à conta da sua posição privilegiada como Presidente daquela associação. Em 15 anos, fez nascer:  a CNTD-Central Nacional de Táxis Digital; a  Antralcamp-Centro de Avaliação Médica e Psicológica; a PróTáxis-Serviços de Formação e Comercialização de Equipamentos Automóveis; Antralmed-Actividades Mediadoras de Seguros; Fundação Antral; Táxis Estrela da Madragoa; Táxis Firmino e Eulália Santos; Auto Táxis Serra D’Arga; Continentalbus; Lisboa Táxis; Mediflor-Consultório Médico e Fisioterapia; Feneto Santos Reparações Automóveis; Atempadamente Auto Táxis; Auto Táxis Arrucense!!!! Ufa! Acabei!

     Claro que o facto de ser ao mesmo tempo gerente, sócio-gerente, administrador destas empresas e presidente da ANTRAL, fazer formação e exames médicos, usar influências para limitar os concursos públicos de aquisição de licenças a baixo custo e transgredir a lei concorrencial ao colocar táxis de província a operar em Lisboa, nunca incomodou ninguém. A não ser claro, os bravos do costume, a PJ, que iniciou um processo de investigação por suspeita de crime económico. Nada que atrapalhe Florêncio que atribui este facto às invejas…

     Foi só com a chegada da UBER que a vidinha tranquila deste ilustre senhor se complicou. Como é que esta plataforma teve a ousadia de entrar num mercado “privado” deste Zé das Medalhas? Claramente ofendido pela audácia, incitou várias vezes à justiça popular para travar este fenómeno em expansão do mercado digital. Modernizar-se, melhorar os serviços e preços, nunca esteve nos seus planos. Era preciso isso sim, eliminar por completo quem se atravessou no seu caminho. Assustado Costa, acabadinho de chegar ao poder, promete para acalmar ânimos só 17 milhões tiradinhos dos impostos, para ajudar à modernização dos táxis, que, coitadinhos, não tiveram tempo nem dinheiro suficiente para o fazer sozinhos durante todos estes anos. Abriu-se com esta governação um precedente inédito: ajudas do Estado a empresas do sector privado (sem ser a banca). Genial! Uma decisão digna de condecoração pois nenhuns governos anteriores se dignaram fazer o mesmo aquando da invasão das grandes superfícies que matou milhares de pequenos comerciantes! Sai 1 medalha Senhor Presidente,  se faz favor!

      É claro que tem de haver legislação apropriada. É claro que se tem de ajustar de 1 lado, aliviando, e do outro, introduzindo, de forma a que estas coabitem num mercado livre mas com regras justas, adequadas a cada segmento. Porém, não se deve nunca num país livre impedir o acesso a todos os grupos economicos que queiram investir no nosso país. Nós não somos a Venezuela!

      E se há culpados o maior de todos é a ANTRAL e é sobre ela que todas as raivas devem ser canalizadas. Porque foi ela que mutilou, afixiou, manipulou e está a matar a profissão. Porque foi ela, que durante anos,  à conta da falta de alternativas dos próprios taxistas, encheu os bolsos de quem a presidiu.

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