sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O MEGALÓMANO MAAT DA EDP

Eu não tenho nada contra a construção de museus. Apostar na cultura é um investimento louvável. O que eu não compreendo e condeno são as prioridades de empresas como a EDP.  Construir o MAAT que já consumiu 20 milhões e não se sabe ainda quanto mais vai engolir, por muito futurista que seja o projecto, esta megalomania arrepia-me quando é alimentada pelo custo abusivo de 1 sector que tem monopólio do mercado e vende 1 produto que ninguém prescinde: a electricidade.

Temos o fornecimento eléctrico mais caro da Europa. Como se isso não bastasse, cobram-nos ainda 1 taxa de audiovisual de 3€ mais iva. Para quê? Para ter 1 serviço caro, que não permite que todos possam usá-lo de acordo com suas necessidades. Por isso, quando o frio aperta, enchem-se as urgências de idosos doentes devido às  casas húmidas e frias porque não as podem aquecer. Nem sequer o serviço “funciona” da EDP, funciona sem pagar mais, quando há condições para ser gratuito.

Claro que isto não incomoda António Mexia que com vencimento de 7000 euros por dia (não, não me enganei. É mesmo por dia!) não tem problemas em pagar a factura da luz ao fim   do mês, nem tem de optar entre aquecer a casa ou desligar o frigorífico. O líder da EDP, por este cargo singelo, mal desempenhado, ainda tem a honra de ser enaltecido por Costa que pede que sigamos o exemplo de liderança deste ilustre senhor.

Acontece que Mexia não é de todo 1 bom líder, nem tão pouco um bom exemplo. Porque a EDP sempre teve 1 elo de ligação à política que a privilegia sem falar do monopólio do mercado. Como se não bastasse, além de vender caro, vive de rendas colossais patrocinadas pelo Sócrates e que penhoraram o país por décadas. País, leia-se, cidadãos! Um bom líder trabalha para a satisfação dos seus clientes. Aposta tudo na qualidade de serviço e preço. Sabe que quanto mais investir neste binómio, maior será o crescimento. Maior será a fidelização. Não se compromete com outros projectos sem ver reflectidos nos preços, os bons resultados. Nem tão pouco é capaz de levar para casa 7000 euros por dia sem ver reflectido proporcionalmente, o mesmo bom nível salarial e condições de trabalho à sua mão de obra. Porque 1 bom líder, sabe que nada seria sem eles. Méritos e  condecorações deveriam ser atribuídos aos milhares de pequenos e médios empresários, que completamente desamparados, carregados de impostos, numa selva concorrencial e ainda insultados pelos governantes, gerem empresas lucrativas e competitivas, que sustentam as EDP’s e todos os desvarios políticos  deste país.

Eu não fui nem irei visitar o MAAT. E tenho pena que não tenha ficado vazio no dia da inauguração como forma popular de protesto. A enchente de visitantes revela a ignorância de um povo que não entende que é à conta dele que se fazem estes luxos desnecessários para servir interesses de clientelas. Gente que não terá vergonha nenhuma em aumentar o preço da luz para sustentar este e outros mamarrachos disfarçados de museus que custam milhares de euros mensais para se manterem. E que curiosamente foi inaugurado sem estar concluído…

Tal como o museu dos Coches será só mais um mega projecto a nos empobrecer todos os dias…

1 comentário:

  1. Muito lúcida e muito justa a opinião aqui revelada. Realmente são indecorosos os luxos que nos propomos, num país sem economia, a viver muito acima das suas possibilidades e com um povo que, vivendo no limiar da pobreza, ainda tem que suportar, directa ou indirectamente tudo isto. POR TÃO ESCANDALOSO, NÃO ABORDO A VERGONHOSA INJUSTIÇA DO SALÁRIO DO SR. MEXIA. Infelizmente por aí há muitos mais.

    ResponderEliminar