sábado, 26 de agosto de 2017

COMANDANTE COSTA, VAMOS COLIDIR!


A espessa cortina de fumo que resultou dos 178 000 hectares de floresta já ardida (sim! ouviu bem! e não ficamos por aqui porque o país ainda arde) o equivalente a 178 000 estádios de futebol não deixam ver outro perigo que se agiganta. Com as atenções desviadas para a maior calamidade de sempre com incêndios onde nunca morreu tanta gente incinerada, juntam-se outras tragédias como os recentes ataques terroristas em Espanha que a dupla Costa e Marcelo prontamente aproveitaram para  assim tentar aumentar os níveis de populismo em terras de nuestros hermanos, numa tentativa desesperada para que esqueçamos suas responsabilidades pelo que cá dentro se passa. Costa que nem gosta de missas nem funerais por cá, não perde uma lá fora. Mas não adianta. O povo vê e sente que foi e continua a ser  abandonado à sua sorte. Desta vez não há malabarismo populista que lhes valha. São 2 meses completos de inacção em Pedrógão que conduziu ao estado de calamidade actual que se estendeu a TODO o país, para depois tirar selfies junto de parcas casas recuperadas pelas seguradores. É a política da hipocrisia para salvar a pele. Mas não cola.
Enquanto assistimos a este filme dantesco que parece não ter fim com a dupla do Senhor Feliz e Senhor Contente a distribuir pipocas, o navio segue sozinho num curso à deriva que, com comandante distraído em passeios lá fora, aproxima-se da colisão. A neblina colocada a jeito pela Comunicação Social fez desaparecer das notícias os preocupantes avisos à navegação da UTAO, INE e Tribunal de Contas. Centeno até parece ter emigrado e levado com ele o ministro da economia que ainda nem sequer fez prova de vida.  Se já a criminosa negligência com fogos fez um arrombo no casco, com imensas perdas para a economia, o que nos espera a seguir, vai adornar-nos.
É que afinal a economia não acelerou e a taxa de crescimento manteve-se nos 2,8%. A dívida pública galopa assustadoramente, já ultrapassou os 130% do PIB e não pára de subir. Nos seis primeiros meses do ano, o défice comercial ascendeu a 6,3 mil milhões. O desemprego REAL é quase o dobro do apresentado. As dívidas das instituições públicas estão em alerta vermelho e para piorar ainda mais este cenário, as contas do Estado não batem certo. Quando comparada a contabilidade orçamental, reportada pela Direção-geral do Orçamento (DGO), com a conta de fluxos registada pelo Tesouro, encontramos só isto:
  • Fundo de Garantia de Depósitos (faltam 283 milhões de euros na conta do tesouro)
  • Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (diferença de 70 milhões)
  • Fundo de Contragarantia Mútuo (diferença de 63 milhões de euros)
  • Caixa Geral de Aposentações (diferença de 622 milhões)
  • Agência para o Desenvolvimento e Coesão (diferença de 586 milhões)
  • Fundo de Resolução (diferença de 231 milhões)
  • Infraestruturas de Portugal (diferença de 201 milhões)
Ou seja, gato escondido com rabo de fora. Nitidamente!
A minha larga experiência em gestão ensinou-me que nunca devemos ignorar os sinais por muito iniciais que sejam. Que quanto mais cedo intervirmos num problema financeiro, maior será a taxa de sucesso na sua resolução. É a regra de ouro para evitar falências. Mas, porque temos um comandante populista que gosta de surfar nas ondas da propaganda, mais preocupado com o imediato que traz retorno eleitoral  do que com a Nação, para a qual se marimba literalmente, andou-se quase 2 anos a dar, a prometer, aldrabar e a reverter sem qualquer peso na consciência sobre o que daí iria advir. É o método recorrente  socialista em aproveitar um pequeno e escasso período de bonança resultante de medidas impopulares que outros tiveram de seguir para corrigir  rotas erráticas que levaram  a bancarrotas, para iludir eleitorado, em vez de consolidar as metas já traçadas de crescimento e recuperação económica.
Por isso pouco lhes importa se afundamos. O que eles almejam é popularidade. Que se lixe o resto. Porque eles jamais serão náufragos. Haverá sempre povo que pague as contas da irresponsabilidade. Haverá sempre 6 milhões dependentes do Estado para lhes garantir votos para continuarem a arrastar-se pelo Parlamento e debitarem discursos da treta. Haverá sempre outros tantos ignorantes que acreditarão que a culpa da colisão é sempre da UE. Haverá enquanto durar, uma aliança comunista para assegurar que não lhes tiram o poder e prontinha para distribuir mais geringonças de derrotados pelo país nas autárquicas! Pelo menos é o que eles pensam. E convenhamos. Com esta Constituição obsoleta é de facto difícil, enquanto a mesma não for revista, retirar estas ratazanas do meio político.
A mim resta-me a esperança de que meu povo acorde e no momento decisivo perceba que tudo não passa  de um canto das sereias cujo feitiço só quebrará quando massivamente tomarmos conta do leme. 
Porque o Costa já sabe que vamos colidir. Só não o assume como nunca assumirá qualquer responsabilidade que seja.

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