quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Marcelo Presidente nunca mais!!


Conseguiram tudo. Primeiro com a reversão dos resultados eleitorais que deram ao PS uma estrondosa derrota. Lembram-se? A PAF acabava de obter uma maioria relativa, quando António Costa puxou de um acordo com as extremas esquerdas para governar. Agora, retiram do caminho aquela PGR que, ao contrário de Pinto Monteiro, demonstrou que não misturava a justiça com política. Se dúvidas houvesse sobre os objectivos desta “família socialista”, hoje ficaram todas esclarecidas.
Ninguém mexe em equipa vencedora. Ninguém! A menos claro, que se pretenda um final diferente. E que final é esse? Safar Sócrates, Vara, Manuel Pinho, Ricardo Salgado, Luis Filipe Vieira, Valdemar Alves e por aí fora. A “família” acima de tudo, acima do país. Não importa o quão criminosos foram. Importa fazê-los escapar, pelas malhas largas da lei , para os corruptos de colarinho branco, como tem sido tradição neste país.
Ainda vieram com a conversa para “boi dormir” de um “mandato único e longo”, para justificar a decisão tomada, já desde que assaltaram o poder (sim, salvar a pele deles foi uma das razões para assaltar o governo). Como se nós não soubéssemos que, o que eles mais defendem com unhas e dentes,  são lugares vitalícios desde que sejam da “família socialista”. Quantos deles já “nasceram” no Parlamento e arrastam-se até hoje como múmias? Quantos deles têm também familiares a “fazer carreira” na Assembleia da República, onde já fazem parte do  mobiliário? Quantos deles até já “criaram raízes” agarrados ao sistema durante décadas?  Mas que grande banhada de gozo com que esta gente nos presenteia!
Para não dar nas vistas e parecer uma decisão ponderada e séria, foram buscar uma mulher que, até ao momento, não fazia parte da lista proposta por Costa. Uma estratégia pensada ao pormenor no intuito de acalmar os ânimos. Ora, quem não vai ficar sensibilizado com o facto de a substituta ser outra mulher? Logo, os menos atentos até pensarão que por ser mulher, estará à altura da anterior apenas por associação de género. Boa táctica não haja dúvida. Este PS não brinca em serviço quando se trata de mascarar o cenário.
Acontece que, mesmo sendo uma mulher e  mesmo sem pôr em causa suas capacidades profissionais, esta magistrada quase não tem experiência na área criminal onde precisamente faz muita falta e  basta um pequeno erro para deitar por terra os processos complexos que envolvem ex-governantes e banqueiros. Investigou casos como o das viagens fantasma dos deputados que deu no que deu: nada. Trabalhou com a actual ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, na procuradoria-geral distrital de Lisboa. É  ainda casada com Carlos Gago, que fez parte da PJ no tempo de Fernando Negrão e Luis Bonina, e que foi um importante membro do PCTP/MRPP.
Enquanto nos distraiam com “fake news” sobre a orientação sexual dos bonecos da Rua Sésamo no Jornal de Notícias ou a falsa recondução quase confirmada de Joana Marques Vidal pelo Presidente no Expresso, a panelinha ia sendo feita para apanhar todos de surpresa. Assim, não tivemos tempo de respirar nem de barafustar. Logo que anunciaram  na TV, já a decisão estava consumada e colocada no site da Presidência da República. Exactamente ao estilo Nicolás Maduro na Venezuela. Bravo! Esta foi de mestre!
O Presidente da República tinha todo o poder  nas mãos para interromper este regime ditatorial do Costa, que insiste em pisar as regras democráticas,  tratando o país como se fosse propriedade sua. Mas não. Mesmo podendo à luz da nossa Constituição reconduzir a mulher que notavelmente  trouxe de novo prestígio e confiança à nossa justiça doente, assinou a sua saída. Também ele a justificar que o mandato deverá ser limitado em homenagem à vitalidade da democracia (cof, cof, cof). Quanto apostam que se esta nova PGR se “portar bem” e na altura da renovação estiver o PS e um “Marcelo” no governo, a reconduzem alegando que um “bom trabalho” não deve ser interrompido? Lamento mas por muito que se esforcem em esconder, esta foi uma decisão  política por ser a que mais convinha aos dois intervenientes: Costa e Marcelo ambos com amigos entalados. Se assim não fosse, teriam deixado Joana Marques Vidal seguir seu excelente trabalho, doesse a quem doesse.
Acreditei sempre que o Presidente, apesar das muitas falhas a reboque de um populismo irritante, nos momentos cruciais do país, não falharia com seu dever de isenção pelo interesse superior da Nação que ele representa. Que saberia ser árbitro nos intervalos dos banhos no rio ou dos passeios pelas tascas. Enganei-me redondamente. E não me perdoo por ter contribuído mais uma vez, para a desgraça que vem aí.
Para mim, Marcelo Presidente,  nunca mais!

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