segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Não Felicito Centeno

Eu não felicito Centeno porque se o fizesse estaria a felicitar a “chico espertice” de quem apenas soube usar o legado deixado por outros  e depois  foi a correr colher os louros aos  donos disto tudo da UE .  Estaria a felicitá-lo por ter sido uma  nulidade na condução das nossas finanças, por ter seguido o caminho errático do “martelanço” contabilístico, por ter mentido tantas vezes no Parlamento, por ter aberto o caminho a nova falência do país,  por ter destruído 2 anos de recuperação económica, por ter reduzido o défice apenas 0,8% (quando ele era de 11%) com vendas de F-16, perdão fiscal e super cativações. 
Não, não o felicito porque por causa dele temos 3 Orçamentos de Estado às costas carregados de aumentos de impostos como consequência do seu eterno “amem” às clientelas da geringonça, temos cativações grotescas que colocaram em risco a saúde, a educação, a segurança e o bem estar dos portugueses,perspectivas de futuro com mais agravamentos de impostos para impedir um novo colapso das contas. 
Não, não felicito Centeno porque não houve mérito nesta nomeação nem poderia haver com tamanho desempenho. Houve uma escolha, isso sim, de um grupo de países influentes que recaiu em cima daquele que andou meses a oferecer-se em propaganda, numa bandeja acompanhada da nota “levem-me a custo zero que eu faço tudo o que me pedirem!”. Houve a desistência dos  candidatos que ainda disputavam o lugar. Houve a “sorte”  de ser escolhido porque à Europa não lhe convém o mais competente para este cargo, mas sim o mais maleável e obediente. E Centeno lá, tal como cá, desempenhará esse papel  na perfeição.
Mas agradeço a sua decisão  que  veio em boa hora num momento em que a geringonça se preparava para destruir ainda mais as contas do país. Aqueles  que agora olham para  isto com desconsolo e raiva porque  o Centeno “patrão” vai virar-se contra o Centeno “costureiro”. E isso sim, agrada-me muito.
O Eurogrupo foi a escapatória perfeita para alguém que sabe melhor que ninguém o estado em  deixou esta Nação entregue a si própria e nessa posição será muito mais fácil argumentar decisões duras – que virão certamente – para o ajudar a justificar o que tem de ser feito por via do pântano que ele sabe que ajudou a criar. E  essa sim, foi de mestre. Tiro o meu chapéu. Só por isso já vai valer a pena Centeno poder acrescentar no CV “fui Presidente do Eurogrupo”.
Porque na verdade Centeno sempre soube que o caminho escolhido pela geringonça estava errado. Sempre soube o resultado que daí adviria. Sabia até das dificuldades que se avizinhavam. Que a permanência como ministro das finanças lhe traria dissabores. Sabia porque quem se licencia em Economia em Harvard sem ter comprado o curso, sabe que tudo o que foi feito até agora apenas arruinou ainda mais o país.

Sem comentários:

Enviar um comentário