segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O azar de Cristiano Ronaldo



12 Outubro, 2018
Não, não vou fazer como a maioria que se antecipa sobre o processo judicial contra Cristiano Ronaldo. Acompanharei a evolução do caso com expectativa, esperando que a verdade, acima de tudo, se revele. Doa a quem doer.
Sem saber ainda da culpabilidade de cada interveniente, não deixo porém de me preocupar com um fenómeno, cada vez mais evidente, do perigo que é hoje ser homem, principalmente se for bem sucedido, multimilionário, jovem e bonito. Como pode um homem, muito mais nestas circunstâncias, proteger-se das armadilhas sexuais? Sim, porque não podemos negar que elas existem. Será no futuro, com contrato assinado e reconhecido no notário, antes de qualquer demonstração de interesse por uma desconhecida? É que, digam o que disserem, a maldade e ganância humana não tem limites e uma vez lançada a rede sobre a vítima, este crime é tão hediondo que destrói primeiro,  sem qualquer hipótese de ser travado, muito antes de se apurar o que realmente aconteceu. Para depois, muitas vezes, se verificar que era falso. E é exactamente o que estamos a assistir: a vida de Ronaldo já está toda a desmoronar, com cancelamento de patrocínios, queda abrupta das acções do Juventus e  jamais voltará a ser igual, mesmo que seja absolvido. Isto é assustador.
Os danos são irreversíveis numa sociedade que hoje, rapidamente vitimiza a mulher partindo logo  do princípio que ela nunca mente, porque ninguém mente sobre um caso monstruoso destes. Uma sociedade que agora, abomina e bem, a violência sobre as mulheres. Mas pergunto: serão as mulheres sempre vítimas sexuais? Serão os homens sempre os predadores?  A resposta é tão simples: não. E esse é o problema.
No entanto,  a devastação ciclónica, cai agora, em cima da vida dos homens. Porque a dúvida, quando se instala, é corrosiva e se antes pesava sobre a mulher, hoje pesa só sobre o homem. Não era suposto a sociedade evoluir e acabar com estas injustiças? Estamos a fazer aos homens o que os homens fizeram connosco, porquê? É isto a luta pela igualdade de género? Tirem-me deste filme porque sou mãe de um menino, caramba!
Depois vem os conceitos de “violação”. O que ontem não passava de uma mera persistência/desejo entre casal em que um, sugere de forma mais entusiasmada vontade, hoje é tido como uma “violação” no pior sentido da palavra. Agora pergunto novamente: quantos casais, não se “violaram” ao abrigo deste novo  conceito? Saberiam eles que estavam perante uma forma “cruel de violação” e por isso não exigiram seus direitos ou simplesmente não viram de todo nisso uma violação? É claro que um não é sempre um não. Mas há nãos que, durante o acto, são apenas “nims” porque simplesmente acabamos por deixar acontecer, sem nos levantar e sair dali imediatamente. Logo, mesmo não gostando muito do menu, anuímos ao continuar ali. Todas sabemos isto.
Mais: porque razão são sempre homens com muito dinheiro os maiores alvos deste tipo de  processos? Não há carteiros, motoristas, pedreiros ou empregados de mesa abusadores? Que relação tem o poder e o dinheiro nesta equação elevada de denúncias de abuso sexual? É que, sendo os homens remediados  em maioria, não se entende porque não há ocorrências destas todos os dias. E as mentiras que já conhecemos de mulheres desmascaradas anos mais tarde de supostas violações, não deviam obrigar a prudência na hora de acusar? E se fosse proibido revelar a identidade dos acusados até concluir o processo, haveria tantas denúncias sobre famosos?
Não, não estou a desculpar ninguém. Muito pelo contrário. Estou a levantar questões para reflexão porque urge parar para pensar. Serão os nossos filhos amanhã a passar por isto. Serão eles as próximas vítimas. Banalizar a violência sexual é regredir na luta contra estes crimes. Se a forma como se trata estes crimes não for alterada, protegendo a identidade do arguido até provar sua culpabilidade, terei como mãe de ensinar meu filho a proteger-se de um modo que jamais equacionaria num mundo civilizado. Mas infelizmente, esse será o caminho.
Porque quer queiramos admitir ou não, as dúvidas são imensas neste processo de acusação a Ronaldo. E algumas saltam à vista. Não se entende por exemplo:  o que faz uma mulher, casada nesse mesmo mês e ano da violação, completamente descontraída sem complexos, claramente a seduzir um homem, à vista de todos, numa discoteca em Las Vegas; o que a faz subir depois à suite, repito,  sem qualquer problema de ser vista, podendo comprometer seu casamento; como foi possível consumar o dito acto durante 7 minutos consecutivos, se basta que a mulher se recuse veemente e se erga de imediato,  para interromper ou para afastar a possibilidade de penetração  que por si, já não é fácil. Violência física? Mas essa não deixa marcas visíveis? E nessa luta não há objectos partidos ou gritos? Houve? E as três pessoas presentes não deram por essa agressividade? E o tal documento? Foi por via do que foi referido ou depois de consumado o acto consentido, uma chantagem para conseguir dinheiro que resultou num acordo de confidencialidade?
O azar de Ronaldo foi e é, ser o homem mais cobiçado e invejado do Planeta, por homens e mulheres. O suficiente para haver quem lhe queira ver a vida arruinada.
Perante isto, aguardemos que a justiça responda de forma célere a todas estas dúvidas e que sejam punidos os que aqui faltam à verdade pelo bem da credibilidade da  luta contra a violência sexual.

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