terça-feira, 18 de setembro de 2018

Foi o socialismo que matou a Venezuela


Boaventura Sousa Santos resolveu quebrar o silêncio confrangedor dos marxistas sobre a Venezuela escrevendo uma crónica no Público para totós.  Sabendo ele que a maioria dos portugueses é ignorante – não fosse ele professor catedrático na UC e defensor da estupidificação do ensino público onde os alunos lá chegam a pensar que quem escreveu “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” foi um dos apóstolos –  soltou a caneta que há em si e desatou a escrever “inverdades”, essa nova táctica para lavagem cerebral usada pelas esquerdas. Então não é que, segundo ele e só ele pois a história diz outra coisa totalmente contrária, “A morte prematura de Hugo Chávez em 2013 e a queda do preço do petróleo em 2014 causou um abalo profundo nos processos de transformação social então em curso?” Uau! Assim se dá uma cambalhota aos factos para fazer valer a ideia de que o socialismo de Chavez  funcionou maravilhosamente e que Maduro, coitadito,  teve apenas uns azares pelo caminho.   Nada mais falso.
Muito antes de Chavez, a Venezuela conheceu a prosperidade na década de 1950 com o maior PIB per capita do Mundo mas, infelizmente  vivia sob um regime ditatorial. A descoberta do petróleo no século XX  abriu-lhes o mercado  para os investimentos estrangeiros e exploração de multinacionais. Durante este regime, o Estado venezuelano  permitiu que investidores, locais e estrangeiros, explorassem livremente os jazigos recém descobertos  de petróleo ajudando a modernizar aquilo que até então não passava de uma atrasada província neo-colonial. Mas não só. O regime  estimulou a imigração trazendo mão de obra   de vários países tais como Portugal,  Itália e Espanha e criou um forte sistema legal que protegia os direitos da propriedade privada. Assim, foi durante o regime militar que a Venezuela atingiu o auge com políticas de mercado livre.
Apesar da pujante economia, a mão repressora desta ditadura e a corrupção, despertou os activistas de esquerda que provocaram o derrube do regime em 1958. A Quarta República Venezuelana acabou sendo liderada por Betancourt, um ex-comunista que defendia a imposição de um Estado socialista mas ao contrário de Marx, de forma muito gradual. Embora se designasse de social democrata,  fazia parte da geração que queria estatizar o sector petrolífero,  expulsando os privados,  para depois aplicar as receitas no Estado social. Acreditava que  a Venezuela, para ser independente teria de se desfazer da influência e interesses estrangeiros e ter o total controlo do sector petrolífero para poder distribuir gasolina barata , a saúde, educação e outros serviços públicos,  grátis . Para atingir seus objectivos implementou  políticas socialistas tais como a desvalorização da moeda, reforma agrária, estatização da economia. Mas foi com Perez, seu seguidor, que a estatização foi concluída, em 1975,  transformando a Venezuela num “petroestado”.  Perez financiava assim, o generoso o Estado social, com défices orçamentais que passaram a ser crónicos fazendo igualmente disparar o endividamento interno e externo. Com o preço do petróleo em alta, vieram os grandes fluxos de “petrodolares” que eram aplicados em obras megalómanas do Estado e projectos sociais (isto por acaso não vos lembra nada?). Porém, a população já sentia quebra no poder de compra porque o Estado não criava riqueza. Limitava-se a distribuir receita. Os políticos passaram a controlar a economia decidindo de acordo com seus próprios interesses e não de acordo com as necessidades da população (isto também não vos lembra nada?). Com uma inflação galopante e uma economia a descontrolar-se, abriu-se a porta a Chavez.
Quando Chavez chegou ao poder encontrou um país, embora desorientado, com cofres  ainda cheios. Consciente de que para aprisionar eleitorado futuro era preciso investir nele tornando-o dependente, abriu os cordões à bolsa e desatou a gastar indiscriminadamente na população cumprindo promessas eleitorais.  Enquanto isso, prosseguia a mesma política dos anteriores com um Estado cada vez mais forte e controlador da economia. Não se esqueceu  de, pelo caminho, encher também seus próprios bolsos com uma fortuna avaliada em 1,5 mil milhões de euros (coisa pouca).  Exactamente ao estilo de Lula no Brasil e Sócrates em Portugal.  Contrariamente ao que por aí é dito, pelos “Boaventura” deste país, a derrocada de Chavez começou um ano antes da quebra dos preços do petróleo. Com efeito, nacionalizada a industria petrolífera, a quebra de produção acentuava-se por falta de recursos e conhecimentos desde que Chavez iniciara uma série de tomadas de controlo hostis. Depois veio o clássico socialista: contrair avultados empréstimos e imprimir moeda para passar a viver na ilusão de que o país  continua a ter dinheiro para gastar.
A morte de Chavez apenas veio precipitar os acontecimentos quando um idiota chamado Nicolás Maduro lhe toma o lugar.  Com um país lapidado, seguir no mesmo rumo socialista fez colapsar definitivamente uma grande nação assim que se deu a quebra dos preços de petróleo.
Assim, este povo, mesmo com “ouro negro” abundante, more de fome,  morre de falta de assistência médica, morre da falta de segurança, morre da inflação interplanetária, morre de medo, de angústia, de tristeza, de abandono. Morre de tudo! Porque o socialismo, onde se instala não dá frutos. Seca tudo à sua volta. É a ideologia dos tontos que “não  plantam fruteiras mas esperam por comer fruta”.  A ideologia que põe o Estado improdutivo a pagar todas as necessidades do país à espera que a riqueza se crie sozinha por obra do espírito santo. É demagogia barata.
Quando vier de novo um “Boaventura” culpabilizar os EUA ou outros pela crise humanitária sem precedentes na Venezuela, atire-lhe com os factos históricos irrefutáveis deste país à beira da morte,  às “trombas”.


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